ESG, Empreendedorismo
3 min de leitura

É hora de agir: o papel do setor privado na crise climática

O que as empresas podem fazer pelo meio ambiente e para colocar a sustentabilidade no centro da estratégia
Paula é formada em Fashion Business em Milão, possui passagens por algumas das mais importantes casas de moda mundiais. Com ampla experiência em eventos corporativos, esteve à frente das áreas de curadoria, trendhunting e operações da B2B Match, garantindo a excelência do conteúdo e das experiências da principal comunidade de CEOs e C-Levels do país.

Compartilhar:

As notícias que o mundo está enfrentando uma crise climática sem precedentes estão por todo o lado. Altas temperaturas, inundações, queimadas, destruição de ambientes naturais, aumento das emissões de gases de efeito estufa e poluição dos oceanos estão alcançando níveis alarmantes que ameaçam não apenas a biodiversidade, mas a sobrevivência das pessoas e a economia. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o custo estimado das mudanças climáticas para a economia global, a cada ano, é de US$ 22 bilhões. No Brasil, pode chegar a US$ 2,6 bilhões e, de acordo com o Allianz Risk Barometer 2024, a situação está entre os dez principais riscos aos negócios no mundo. Além das medidas governamentais e da consciência individual de cada um, as empresas têm um papel crucial a desempenhar. Adotar práticas sustentáveis não é mais uma escolha opcional, mas um imperativo para mitigar os danos ambientais e garantir um futuro habitável para as próximas gerações.

É hora de todas as organizações reverem suas ações para a adoção de abordagens mais sustentáveis. Hora de sair do discurso e colocar realmente o “E” da agenda ESG em prática. No entanto, para que essas mudanças sejam eficazes e duradouras, é crucial que o engajamento não se limite às políticas externas e relatórios anuais, mas também se estenda à conscientização e ao engajamento dos funcionários e da alta liderança. Separei algumas das melhores práticas para conscientizar e envolver todos os níveis da empresa.

1. Integração na cultura organizacional: a sustentabilidade deve fazer parte dos valores e da missão da empresa, com políticas e práticas bem estruturadas e que permeiem todos os processos. Já não há mais espaço para o chamado greenwashing, ou seja, fazer 10% e comunicar 90%. Comece com um mapeamento interno e analise todas as ações da companhia para verificar os ajustes necessários para que a sustentabilidade esteja presente em todas as práticas, programas e projetos. Nessa análise, é fundamental analisar os impactos ambientais do negócio, produto ou serviço.

2. Educação e conscientização contínuas: oferecer programas de treinamento regulares sobre práticas sustentáveis e sua importância é fundamental. Essas capacitações devem ser acessíveis para todos os níveis da organização, desde a alta liderança até os funcionários operacionais.

3. Liderança pelo exemplo: a alta gestão desempenha um papel crucial na promoção da sustentabilidade. Os líderes devem demonstrar compromisso com práticas ambientais por meio de suas ações e decisões. Quando a liderança se engaja define um padrão de comportamento para o restante da organização.

4. Comunicação como elo: manter uma comunicação aberta e transparente sobre os objetivos de sustentabilidade, os progressos realizados e os desafios enfrentados é outro ponto importante. Isso ajuda a construir confiança e a manter todos os funcionários informados e envolvidos.

5. Incentivos e reconhecimento: implementar sistemas de recompensas e reconhecimento para colaboradores que contribuem com a agenda de sustentabilidade aumenta o engajamento. A empresa pode criar desde premiações para inovações e comportamentos voltados a ações que olham para o meio ambiente, até incluir metas de ESG nos critérios de remuneração variável.

6. Envolvimento em iniciativas comunitárias: incentivar e permitir que os funcionários participem de ações comunitárias e projetos ambientais não só fortalece a conexão com a comunidade, mas também promove um sentido de propósito e realização.

7. Feedback e melhoria contínua: criar canais para que os funcionários forneçam feedback sobre as práticas sustentáveis da empresa e deem sugestões de melhorias pode gerar inovações e garantir que a abordagem da empresa esteja sempre alinhada às expectativas e realidades.

8. Implementação de políticas e metas: estabelecer políticas ambientais claras e metas mensuráveis ajuda a orientar os esforços da organização e garante que todos trabalhem em direção a objetivos comuns. Essas metas devem ser desafiadoras, mas alcançáveis.

O engajamento das empresas em práticas ambientais beneficia a todos. De um lado, contribui para um futuro mais verde e para a continuidade da vida. De outro, fortalece a reputação, o que resulta em retenção de talentos, melhorando o engajamento e produtividade, atração de investidores, maior lealdade dos clientes, e vantagem competitiva no mercado. Além disso, melhora a eficiência, reduz desperdícios e gera economia significativa. Não há outro caminho.

Compartilhar:

Paula é formada em Fashion Business em Milão, possui passagens por algumas das mais importantes casas de moda mundiais. Com ampla experiência em eventos corporativos, esteve à frente das áreas de curadoria, trendhunting e operações da B2B Match, garantindo a excelência do conteúdo e das experiências da principal comunidade de CEOs e C-Levels do país.

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Inovação
De 'fofoca positiva' à batom inteligente: SXSW 2025 revela tendências globais que esbarram na realidade brasileira - enquanto 59% rejeitam fofocas no trabalho, 70% seguem creators e 37% exigem flexibilidade para permanecer em empregos. Inovar será traduzir, não copiar

Ligia Mello

6 min de leitura
Inovação
O impacto de seu trabalho vai além da pesquisa fundamental. Oliveira já fundou duas startups de biotecnologia que utilizam a tecnologia de organoides para desenvolvimento de medicamentos, colocando o Brasil no mapa da inovação neurotecnológica global.

Marcel Nobre

5 min de leitura
Empreendedorismo
SXSW 2025 começou sem IA, mas com uma mensagem poderosa: no futuro, a conexão humana será tão essencial quanto a tecnologia

Marcone Siqueira

4 min de leitura
ESG
Precisamos, quando se celebra o Dia Internacional das Mulheres, falar sobre organizações e lideranças feministas

Marcelo Santos

4 min de leitura
Inovação
O evento de inovação mais esperado do ano já empolga os arredores com tendências que moldarão o futuro dos negócios e da sociedade. Confira as apostas de Camilo Barros, CRO da B.Partners, para as principais movimentações do evento.

Camilo Barros

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial não está substituindo líderes – está redefinindo o que os torna indispensáveis. Habilidades técnicas já não bastam; o futuro pertence a quem sabe integrar estratégia, inovação e humanização. Você está preparado para essa revolução?

Marcelo Murilo

8 min de leitura
ESG
Eficiência, inovação e equilíbrio regulatório serão determinantes para a sustentabilidade e expansão da saúde suplementar no Brasil em 2025.

Paulo Bittencourt

5 min de leitura
Empreendedorismo
Alinhando estratégia, cultura organizacional e gestão da demanda, a indústria farmacêutica pode superar desafios macroeconômicos e garantir crescimento sustentável.

Ricardo Borgatti

5 min de leitura
Empreendedorismo
A Geração Z não está apenas entrando no mercado de trabalho — está reescrevendo suas regras. Entre o choque de valores com lideranças tradicionais, a crise da saúde mental e a busca por propósito, as empresas enfrentam um desafio inédito: adaptar-se ou tornar-se irrelevantes.

Átila Persici

8 min de leitura