Liderança

Efeitos negativos de uma liderança controladora. O que fazer?

__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

Muita gente já está em isolamento há quatro, cinco semanas. Será que estamos nos conhecendo mais? Bem ou mal, essa é uma fase para estarmos mais perto de nós mesmos. 

Embora alguns tenham ainda mais trabalho para gerenciar a nova rotina, acredito que ninguém passará por isso sem se perguntar o que vai mudar daqui pra frente ou como cada um de nós vai mudar quando a gente conseguir estabelecer uma nova rotina. 

Fico pensando, por exemplo, em [líderes](https://revistahsm.com.br/post/licoes-de-lideres-humanizados-em-tempos-de-pandemia) muito controladores. Esses dias, um amigo meu se queixava sobre como é desgastante lidar com um dos chefes dele, um sujeito bacana (que ele elogia muito, sempre), mas que se torna uma pessoa muito difícil quando ele não consegue controlar as coisas. Meu amigo está exausto. 

Perguntei pra ele sobre o chefe e sobre esse momento atual. A resposta foi um “sei lá”, perdido entre um silêncio dolorido e outros pensamentos que eu respeitei, sem perguntar.

Depois fiquei pensando que eu já passei por isso também. Quando lidei com pessoas muito controladoras, meu comportamento comum era simplesmente ficar quieta. Meu silêncio era um voto de protesto. Meio besta, eu sei. 

O silêncio não resolve nada, é mais emocional que racional e faz mal apenas a quem cala. Quando ouvi meu amigo, me dei conta que não estamos só. 

Muitas pessoas costumam ficar quietas em situações assim, por diferentes razões: evitar uma rota de colisão, evitar exposição negativa, evitar desgaste emocional, etc.

Em tempos de isolamento e incertezas sobre o futuro, quem tem tendência a assumir um comportamento controlador sofre um bocado. E quem está ao redor sofre mais ainda, resultando em um ciclo vicioso e de insucesso.

Sabendo disso, o melhor a fazer é ficarmos alertas. 

Permitir que o organismo organizacional se auto organize e reaja é para os fortes. Pode levar mais tempo, mas acredito que traga mais resultados. 

Não quer dizer ser completamente holocrático (gestão horizontal, participativa), mas quer dizer que podemos colocar nossa energia para preparar melhor os instrumentos de gestão, lidar bem com decisões diferentes das que podíamos tomar (mas nem por isso sejam menos eficientes), dar respaldo e proteger a saúde mental em meio ao caos. Enfim, dar um bom exemplo. **A crise separa os bons líderes dos maus líderes.** 

Se a liderança é boa, fica mais fácil reerguer uma empresa depois. 

Resumindo isso tudo, a palavra convence, mas o exemplo arrasta. Se a gente quer uma empresa saudável, capaz de encontrar suas respostas, ágil, produtiva e que cuida das pessoas, é preciso mostrar os caminhos. 

Nenhum caminho é tão claro e iluminado como aquele que a gente constrói com as pessoas e para as pessoas. 

[**Quer aprender mais sobre liderança? Baixe o ebook Liderança e Trabalho Remoto.**](https://materiais.revistahsm.com.br/lideranca-trabalho-remoto)

Compartilhar:

__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.

Artigos relacionados

Passa conhecimento

Incluir intencionalmente ou excluir consequentemente?

A estreia da coluna “Papo Diverso”, este espaço que a Talento Incluir terá a partir de hoje na HSM Management, começa com um texto de sua CEO, Carolina Ignarra, neste dia 3/12, em que se trata do “Dia da Pessoa com Deficiência”, um marco necessário para continuarmos o enfrentamento das barreiras do capacitismo, que ainda existe cotidianamente em nossa sociedade.

Liderança, times e cultura, ESG
Conheça as 4 skills para reforçar sua liderança, a partir das reflexões de Fabiana Ramos, CEO da Pine PR.

Fabiana Ramos

ESG, Empreendedorismo, Transformação Digital
Com a onda de mudanças de datas e festivais sendo cancelados, é hora de repensar se os festivais como conhecemos perdurarão mais tempo ou terão que se reinventar.

Daniela Klaiman

ESG, Inteligência artificial e gestão, Diversidade, Diversidade
Racismo algorítimico deve ser sempre lembrado na medida em que estamos depositando nossa confiança na inteligência artificial. Você já pensou sobre esta necessidade neste futuro próximo?

Dilma Campos

Inovação
A transformação da cultura empresarial para abraçar a inovação pode ser um desafio gigante. Por isso, usar uma estratégia diferente, como conectar a empresa a um hub de inovação, pode ser a chave para desbloquear o potencial criativo e inovador de uma organização.

Juliana Burza

ESG, Diversidade, Diversidade, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça os seis passos necessários para a inserção saudável de indivíduos neuroatípicos em suas empresas, a fim de torná-las também mais sustentáveis.

Marcelo Franco

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral

ESG
Investimentos significativos em tecnologia, infraestrutura e políticas governamentais favoráveis podem tornar o país líder global do setor de combustíveis sustentáveis

Deloitte

Estratégia, Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
À medida que o mercado de benefícios corporativos cresce as empresas que investem em benefícios personalizados e flexíveis não apenas aumentam a satisfação e a produtividade dos colaboradores, mas também se destacam no mercado ao reduzir a rotatividade e atrair talentos.

Rodrigo Caiado

Empreendedorismo, Liderança
Entendimento e valorização das características existentes no sistema, ou affordances, podem acelerar a inovação e otimizar processos, demonstrando a importância de respeitar e utilizar os recursos e capacidades já presentes no ambiente para promover mudanças eficazes.

Manoel Pimentel

ESG, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça e entenda como transformar o etarismo em uma oportunidade de negócio com Marcelo Murilo, VP de inovação e tecnologia da Benner e conselheiro do Instituto Capitalismo Consciente.

Marcelo Murilo