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Employer Branding: construção da imagem de dentro para fora

João Cosenza

Consultor e Fundador do Instituto Gestão Consciente

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A preocupação em desenvolver uma imagem de marca sólida e atraente deixou de ser um privilégio apenas das grandes empresas. As PMEs — pequenas e médias empresas — são responsáveis atualmente por 30% do PIB brasileiro (cerca de R$ 4,4 trilhões), e também podem ser reconhecidas por suas operações exemplares e relações bem saudáveis com seus diversos stakeholders.

Dados levantados pela [PricewaterhouseCoopers](https://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/setores-atividade/assets/pcs/private-compay-services-pcs-13-pt.pdf)  revelam a força das PMEs em gerar oportunidades para clientes, fornecedores, investidores e, principalmente, funcionários. Ao implantarem boas práticas de gestão de clima organizacional, muitas delas possuem uma boa reputação corporativa e se tornam referência como Employer Brandings.

Por exemplo, supondo que somos um cliente, quando precisamos adquirir um produto ou contratar um serviço, consideramos, consciente ou inconscientemente, uma série de critérios tangíveis e intangíveis para avaliar uma marca, certo? Cada etapa da “jornada do consumidor” — desde o atendimento no ponto de venda até a utilização e o respectivo desempenho desse produto ou serviço adquirido no dia a dia — é responsável por gerar percepções positivas ou negativas (momentos da verdade). A imagem de marca é, portanto, o resultado da experiência percebida pelo consumidor junto a um produto ou serviço. Mas o que isso tem a ver com o [Employer Branding](https://gptw.com.br/conteudo/artigos/employer-branding/)?

Assim como no marketing tradicional, a jornada do seu funcionário é formada por todas as interações dele com a sua organização, da contratação ao desligamento. Conhecida como [Employee Experience (EX](https://gptw.com.br/conteudo/artigos/employee-experience/)), ela reflete diretamente na imagem da sua marca. Ocorre que, na tentativa de serem reconhecidas, as empresas normalmente se preocupam em deixar uma boa impressão e ganhar a confiança de três públicos: os clientes, dos quais depende a receita recorrente; os fornecedores, dos quais depende a qualidade produtiva e os investidores, dos quais depende a expansão das atividades.

Esses stakeholders, sem dúvida, são realmente fundamentais para a sustentabilidade do negócio. Por outro lado, ao desconsiderar o impacto da opinião dos colaboradores acerca da sua empresa, a reputação corporativa é colocada em risco. Não se engane: o reconhecimento dos seus funcionários — seus clientes internos — tem um peso enorme na sua imagem diante do mercado.

Tanto é que, segundo Jacob Morgan, autor do livro _The Employee Experience Advantage_ (As vantagens do Employee Experience, em tradução livre para o português), empresas que investem na sua marca empregadora foram encontradas duas vezes mais do que as outras no American Customer Satisfaction Index, indicador econômico que mede a satisfação dos consumidores nos EUA.

É por isso que negligenciar a experiência dos colaboradores, por exemplo, distorcendo a imagem do ambiente de trabalho em campanhas de recrutamento, pode revelar-se tão prejudicial. Um estudo da agência Weber Shandwick e da consultoria KRC Research mostra, aliás, que 81% dos 2000 funcionários entrevistados em 19 mercados sentem que a experiência de trabalho promovida pelo seu empregador não corresponde à realidade. O que reforça a ideia de que a imagem de marca deve ser uma construção equilibrada entre uma cultura única e uma história particular que acontece de dentro para fora da empresa.

Quando os funcionários experimentam uma jornada tão engajadora quanto à dos clientes, cria-se uma narrativa autêntica. E, se a marca é percebida positivamente pelos públicos internos e externos, sua empresa tem tudo para ser uma Employer Branding.

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