Estratégia e Execução

Empreendedores onde não se espera

Nos Estados Unidos, uma investidora de Wall Street intuiu que criminosos são empreendedores por natureza e está mudando a vida de ex-presidiários com noções de como gerir o próprio negócio

Compartilhar:

Os Estados Unidos são o país com o maior número de presidiários do mundo e, entre seus estados, o Texas é o campeão. Pois foi justamente lá que a ONG norte-americana Prison Entrepreneurship Program (PEP), de Austin, apostou em uma hipótese ousada: detentos são naturalmente empreendedores. Catherine Rohr, investidora de Wall Street, deu-se conta de que criminosos e investidores são bem mais parecidos do que se imagina. 

Ambos avaliam riscos, confiam em seus instintos, compartilham lucros, formam redes e concorrem entre si. De certa maneira, traficantes e líderes de gangues trazem em si um espírito empreendedor. A partir daí, Rohr começou a reunir empresários e professores voluntários para ensinar fundamentos de negócios a presidiários no PEP, lançado em 2009. Depois de três anos, as estatísticas mostraram que apenas 5% de seus alunos voltaram ao crime. 

O programa é sustentado por doações de pessoas físicas e jurídicas e, segundo dados divulgados pelo site do projeto, uma análise da Baylor University revelou que o retorno sobre o investimento (ROI) é de 340% para cada dólar doado. As aulas duram cinco meses e incluem as disciplinas típicas de um currículo de MBA e mentoria, além de ensinar como tomar decisões éticas, ter disciplina, como tratar mulheres e que habilidades priorizar nas contratações. Fica a sugestão para as ONGs de empreendedorismo brasileiras.

> **Brasil tem iniciativas**
>
> Ronaldo Monteiro, condenado a 28 anos de prisão por sequestro e extorsão, lançou em 2003, logo que ganhou liberdade condicional, uma incubadora de empreendimentos de detentos –a CISC. No Rio de Janeiro, chegou a formar 500 empreendedores por ano e a ter o apoio da Petrobras. Hoje, é parte do Comitê pela Democratização da Informática e integra o projeto Criança Esperança. É um caso admirável. Porém, no Brasil, a visão ainda é de um empreendedorismo de necessidade, mais do que de oportunidade, como ocorre com a ONG PEP. Na mesma linha, divisões estaduais do Sebrae treinaram presidiárias no Sergipe e no Ceará para elas  conseguirem ter renda.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança
14 de novembro de 2025
Como dividir dúvidas, receios e decisões no topo?

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

2 minutos min de leitura
Sustentabilidade
13 de novembro de 2025
O protagonismo feminino se consolidou no movimento com a Carta das Mulheres para a COP30

Luiza Helena Trajano e Fabiana Peroni

5 min de leitura
ESG, Liderança
13 de novembro de 2025
Saiba o que há em comum entre o desengajamento de 79% da força de trabalho e um evento como a COP30

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
12 de novembro de 2025
Modernizar o prazo de validade com o conceito de “best before” é mais do que uma mudança técnica - é um avanço cultural que conecta o Brasil às práticas globais de consumo consciente, combate ao desperdício e construção de uma economia verde.

Lucas Infante - CEO da Food To Save

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, ESG
11 de novembro de 2025
Com a COP30, o turismo sustentável se consolida como vetor estratégico para o Brasil, unindo tecnologia, impacto social e preservação ambiental em uma nova era de desenvolvimento consciente.

André Veneziani - Vice-Presidente Comercial Brasil & América Latina da C-MORE Sustainability

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
10 de novembro de 2025
A arquitetura de software deixou de ser apenas técnica: hoje, ela é peça-chave para transformar estratégia em inovação real, conectando visão de negócio à entrega de valor com consistência, escalabilidade e impacto.

Diego Souza - Principal Technical Manager no CESAR, Dayvison Chaves - Gerente do Ambiente de Arquitetura e Inovação e Diego Ivo - Gerente Executivo do Hub de Inovação, ambos do BNB

8 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025
Investir em bem-estar é estratégico - e mensurável. Com dados, indicadores e integração aos OKRs, empresas transformam cuidado com corpo e mente em performance, retenção e vantagem competitiva.

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de novembro de 2025
Incluir é mais do que contratar - é construir trajetórias. Sem estratégia, dados e cultura de cuidado, a inclusão de pessoas com deficiência segue sendo apenas discurso.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Liderança
5 de novembro de 2025
Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas - mas sim coragem para sustentar as perguntas certas. Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Angelina Bejgrowicz - Fundadora e CEO da AB – Global Connections

12 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
4 de novembro de 2025
Na era da hiperconexão, encerrar o expediente virou um ato estratégico - porque produtividade sustentável exige pausas, limites e líderes que valorizam o tempo como ativo de saúde mental.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)