ESG, Diversidade

Empreendedorismo feminino no universo das startups

A equidade de gênero é crucial no empreendedorismo, onde mulheres ainda enfrentam barreiras significativas. Mesmo representando apenas 33,7% dos empreendedores no Brasil, as mulheres desempenham um papel vital na inovação e na economia.
Renata Gonzaga é analista de Empreendedorismo Inovador na Fundação CERTI e atua na equipe de comunicação do InovAtiva, onde utiliza suas habilidades em comunicação e marketing com foco no relacionamento com público, gestão de redes sociais, desenvolvimento de campanhas e branding para impulsionar o alcance e as ações do hub. É graduada em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Compartilhar:

A equidade entre os gêneros, que busca combater as diferentes formas de injustiça e desigualdade, é um tema cada vez mais explorado no meio empresarial, especialmente quando pensamos no empreendedorismo.

Sem dúvidas, essa representatividade feminina em um ambiente predominantemente dominado por homens é uma força essencial para a economia global, de modo que empreendedoras ajudam a desempenhar um papel significativo no desenvolvimento econômico, inovação e criação de empregos.

De acordo com dados levantados pelo IBGE, entre abril e junho de 2023, o Brasil conta com 9,9 milhões de mulheres à frente de seus negócios. No entanto, esses números representam apenas 33,7% dos empreendedores totais no país.

Quando avaliamos o segmento de tecnologia, a representatividade feminina se torna ainda menor, já que, segundo um estudo do Instituto Rede Mulher Empreendedora, conduzido com cerca de 3.500 empreendedoras, apenas 2% delas possuíam negócios no setor de tecnologia em 2023.

Diante desse contexto, é possível observar que, apesar desses avanços, as mulheres ainda enfrentam uma série de desafios e obstáculos, que envolve desde a falta de oportunidades, diversidade nos negócios, acesso limitado a financiamento, estereótipos de gênero, desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal, falta de redes de apoio e mentoria, entre tantos outros gargalos.

# Empreendedorismo no universo das startups

Mesmo que apenas 12% das startups contem com mulheres na posição de CEO, conforme apontado pela Darwin Startups, em um estudo que analisou 100 empreendimentos, o empreendedorismo feminino nesse universo vem crescendo.

Entre as principais características de mulheres empreendedoras, sua habilidade de inovação e criatividade se destaca, visto que muitas vezes elas trazem uma perspectiva única para o desenvolvimento de startups, utilizando suas experiências de vida, habilidades e pontos de vista diversificados, que resultam em soluções inovadoras para desafios complexos.

Além disso, analisando a missão e propósito do negócio, startups fundadas por mulheres têm uma forte ênfase em questões de colaboração e construção da comunidade. Nesse sentido, elas buscam criar negócios que não apenas geram lucro, mas que impactam positivamente a sociedade e o meio ambiente. Elas se envolvem em redes de apoio e comunidades de empreendedorismo feminino, onde podem compartilhar conhecimentos, experiências e recursos.

# Liderança feminina
Adotar um estilo de liderança colaborativo e inclusivo é uma das principais características das empreendedoras, onde elas buscam construir equipes diversificadas e promover um ambiente de trabalho positivo e inclusivo em suas startups. Essa estratégia impulsiona não apenas a gestão do negócio, mas a inovação, inclusão e o progresso econômico em toda a sociedade.

Apesar disso, as mulheres ainda enfrentam desafios ao acessar financiamento para seus empreendimentos. De acordo com o relatório anual “Female Founders Report Forum”, atualizado em 2023, as startups lideradas por mulheres ainda representam 10% do total de negócios acordados, contra 75% daquelas lideradas por homens. Essa desigualdade é um reflexo do preconceito e estereótipos de gênero por parte dos investidores.

# Programas de incentivo ao empreendedorismo feminino

Por fim, é importante destacar que, mesmo diante dos desafios, diversas frentes de incentivo ao empreendedorismo feminino estão sendo desenvolvidas.

Os programas de mentoria específicos para mulheres, por exemplo, se tornam cada vez mais comuns, oferecendo orientação, capacitação e networking para ajudá-las a enfrentar as adversidades no mundo das startups.

Assim, apoiar e capacitar mulheres empreendedoras é uma forma de criar um ecossistema propício à inclusão e diversidade, além de impulsionar a inovação, criatividade e o crescimento econômico de toda a sociedade.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura
Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura
Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura