Empreendedorismo

Empresas reconhecem valor, mas têm dificuldade em aproveitar as ferramentas de Business Intelligence: resistência ou falta de…

Qual a resistência diante ao analytics? Será que realmente está faltando informação? ou falta de informação?

Compartilhar:

Em pleno 2024, falar sobre a importância do business intelligence (BI) nas empresas pode parecer tema batido, mas não é. O uso de estratégias e técnicas de coleta e análise de dados para melhorar a tomada de decisão nas organizações vem se popularizando, porém ainda é pouco explorado por milhares de negócios no Brasil e no mundo.

Qual ainda é a resistência? Será que realmente está faltando informação? ou falta de informação?

Pesquisas de mercado dão um indicativo claro de que é preciso avançar na discussão, otimizando a performance operacional e de gestão, além de usar as informações geradas por dados como uma vantagem competitiva. Isso ocorre especialmente porque os gestores não sabem como lidar com o elevado volume de informações levantadas, perdendo uma oportunidade de ouro de crescimento. Ou seja, há a predisposição ao uso, mas existem barreiras de conhecimento, implantação e aproveitamento do recurso.

Publicado no ano passado, o estudo “Untapped Data Research”, da Salesforce, que ouviu cerca de 10 mil líderes empresariais em todo o mundo, apontou que 73% dos entrevistados acreditam que os dados reduzem incertezas e levam a melhores decisões para o presente e futuro de seus negócios. O problema é que muitos não sabem identificar quais informações são relevantes ou como usar essa massa de dados gerada por fornecedores, clientes, consumidores e mercado, e que podem ser valiosos para aplicar nas ações estratégicas da empresa.

Um exemplo é de que 41% desses empresários não compreendem os dados, porque os consideram complexos ou pouco acessíveis. Quase 70% deles não usam o BI para decidir sobre preços em relação ao cenário econômico externo, como a inflação. Além disso, só 29% dos líderes recorrem aos dados para se lançar em novos mercados.

O desafio é antigo, conforme apontava em 2016 a pesquisa TechTrends, da Rock Content e a Resultados Digitais (hoje RD Station). À época, mais de 70% das empresas de tecnologia brasileiras ainda se baseavam em dados imprecisos para tomar decisões importantes. O levantamento indicou também que apenas 28% destes negócios adotavam ferramentas de BI na geração de informações de inteligência para a gestão de dados, relatórios e performance.

Hoje os avanços tecnológicos e a infinidade de informações que podem ser coletadas e armazenadas contribui para o desenvolvimento de empresas de tecnologias dedicadas a fornecer inteligência para negócios em diferentes setores. E, assim, a entrega de dados ocorre de forma muito mais rápida, eficiente e assertiva, conforme a necessidade de cada organização.

Entretanto, é preciso um movimento conjunto entre essas plataformas e as empresas que não conseguem se organizar e trabalhar com esses números e insights para que haja uma mudança significativa na tomada de decisões e estratégia da empresa. Isso pode ser feito por meio de treinamentos adequados e suporte ‘real time’, a contratação de profissionais com habilidades em dados, aquisição de ferramentas especializadas na coleta, catalogação e análise.

O que a empresa ganha com isso? O primeiro ponto é conhecer por meio de informações fidedignas o comportamento de consumo, preferências e tendências de atuação de seus stakeholders, o que vai te dar subsídios para melhorar seu poder de negociação, interação e direcionamento de ações com diferentes públicos. Também há ganho em competitividade, porque você sai na frente do concorrente ao ter análises sensíveis do mercado no qual está inserido.

É possível listar outros benefícios que podem ser obtidos com a implementação de estratégias de BI como, por exemplo, identificar ineficiências em processos de negócios, gestão de estoque, negociações de compra e venda de insumos e produtos, e outros elementos que podem ser aprimorados visando a redução de custos e o aumento de eficiência.

A análise de dados em tempo real também pode resultar em alertas preditivos para riscos e oportunidades, facilitar uma cultura de inovação e criatividade e envolver a capacitação dos colaboradores, tornando-os empoderados sobre as qualificações e expertise do negócio. Em suma, saber como utilizar a estratégia de business intelligence é mais do que uma necessidade, é um incentivo para gerar desenvolvimento de pessoas, produtos, serviços e um aliado para crescer de forma segura e responsável.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Economia climática: o clima no centro da estratégia

As mudanças climáticas colocaram o planeta no centro das decisões estratégicas. Liderar nessa nova era exige visão, inovação e coragem para transformar desafios ambientais em oportunidades
de crescimento e vantagem competitiva.

Jornada de trabalho

Redução da jornada: um passo para a saúde mental e inclusão no trabalho

A redução da jornada para 36 horas semanais vai além do bem-estar: promove saúde mental, equidade de gênero e inclusão no trabalho. Dados mostram como essa mudança beneficia especialmente mulheres negras, aliviando a sobrecarga de tarefas e ampliando oportunidades. Combinada a modelos híbridos, fortalece a produtividade e a retenção de talentos.

ESG
As mudanças climáticas colocaram o planeta no centro das decisões estratégicas. Liderar nessa nova era exige visão, inovação e coragem para transformar desafios ambientais em oportunidades de crescimento e vantagem competitiva.

Marcelo Murilo

9 min de leitura
Gestão de Pessoas
Um convite para refletir sobre como o Brasil pode superar barreiras internas, abraçar sua identidade cultural e se posicionar como protagonista no cenário global

Angelina Bejgrowicz

11 min de leitura
Uncategorized
A redução da jornada para 36 horas semanais vai além do bem-estar: promove saúde mental, equidade de gênero e inclusão no trabalho. Dados mostram como essa mudança beneficia especialmente mulheres negras, aliviando a sobrecarga de tarefas e ampliando oportunidades. Combinada a modelos híbridos, fortalece a produtividade e a retenção de talentos.

Carine Roos

4 min de leitura
Inovação
Hábitos culturais e volume de usuários dão protagonismo ao Brasil na evolução de serviços financeiros por aplicativos de mensageria

Rodrigo Battella

0 min de leitura
Uncategorized
Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Ana Fontes

4 min de leitura
Uncategorized
Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

Marcelo Murilo

7 min de leitura