Liderança

Entre a alegria e a culpa de ser produtiva na pandemia

Tenho visto muita gente aproveitando essa “parada técnica” para se aperfeiçoar, mas há também quem esteja passando por perrengues. Comunicação, afeto e uma boa leitura do ambiente fazem toda a diferença
É conselheira de empresas, mentora e professora. Durante anos foi executiva de empresas, passando por organizações como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É autora de diversos livros, entre os quais está o ‘Emoção e Comunicação - Reflexão para humanização das relações de trabalho’, escrito em parceria com a Cynthia Provedel.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

Continuamos aqui. Sei lá que dia de quarentena é hoje, o que verdadeiramente não importa mais. Já falei sobre [adaptação](https://www.revistahsm.com.br/post/lideranca-em-tempos-de-covid-19-comoseadaptar) em tempos de Covid-19, como lidar com pessoas que se tornam mais [controladoras](https://www.revistahsm.com.br/post/efeitos-negativos-de-uma-lideranca-controladora-o-que-fazer) quando não têm controle sobre as coisas, sobre os aprendizados para uma [vida mais sustentável](https://www.revistahsm.com.br/post/mes-do-meio-ambiente-a-pandemia-nao-impede-que-voce-faca-algo) e agora queria bater um papo sobre a alegria e a culpa por ser produtiva quando tem um bocado de gente passando perrengue por aí.

Se a gente faz tudo que lê em jornais, revistas ou nas redes sociais (se organiza, busca foco, faz ginástica, mantém a mente positiva, evita procrastinar etc) as coisas dão certo sim. Estou vendo gente se aprofundar nos estudos participando de lives e cursos online, descobrindo como separar o joio do trigo nessa avalanche de conteúdo disponível, mais e mais gente assinando a Revista HSM (#vemgente!), gente perdendo peso, aprendendo a cozinhar, aprendendo a se olhar, a se conhecer melhor. Que coisa maravilhosa é essa, não é mesmo?

Se em algum momento a gente se perdeu na correria, agora tem um pouco mais de tempo para o autoconhecimento, para ouvir a voz do silêncio, para refletir de verdade. Então, evidentemente isso traz alegria porque a gente percebe que de alguma forma aprendeu alguma coisa, cresceu, tem mais clareza do que fazer amanhã, depois de amanhã e ano que vem (sim, estou falando no sentido figurado porque amanhã a gente vai colocar a máscara, lavar a mão dez vezes, e ficar trancado em casa a maior parte do tempo).

E como toda luz tem uma sombra, tem horas que expressar nossa alegria machuca ou maltrata outras pessoas que não tiveram a mesma possibilidade. O que fazer então? Vai com calma e com alma. Clichê, eu sei, mas funciona.

Se dá para espalhar um pouco de afeto, dá certo. Talvez possamos ajudar alguém a estar melhor. Mas se é para ir com arrogância, com um “arzinho” de superioridade, melhor deixar para lá.

Ler o ambiente e entender como melhorá-lo é o que divide as pessoas que a gente quer por perto daquelas que a gente quer dar tchau de longe, com um sorrisinho disfarçado.

Tem muita gente com uma carga pesada sobre os ombros. Não precisamos aumentar esse peso.

Ser boas cidadãs ou cidadãos corporativos passa por ter essa leitura fina do ambiente e contribuir com as pessoas que estão lá. Se as suas palavras ou os seus méritos podem colocar alguém para baixo, se poupe e fique na sua.

E, claro, se você já está numa posição de liderança, redobre a atenção com os seus. A quarentena pode criar uma quantidade enorme de pessoas solitárias, ansiosas e até mesmo deprimidas. Identificar isso quando não estamos juntos fisicamente todos os dias é bem mais difícil. Ouça, pergunte, se coloque à disposição, incentive. Crie um clima positivo para o time todo estar mais forte quando sairmos dessa fase tão dura. É um bom momento para fazermos a diferença.

Compartilhar:

É conselheira de empresas, mentora e professora. Durante anos foi executiva de empresas, passando por organizações como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É autora de diversos livros, entre os quais está o ‘Emoção e Comunicação - Reflexão para humanização das relações de trabalho’, escrito em parceria com a Cynthia Provedel.

Artigos relacionados

Bem-estar & saúde
4 de novembro de 2025

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude

3 minutos min de leitura
Liderança
3 de novembro de 2025
Em um mundo cada vez mais automatizado, liderar com empatia, propósito e presença é o diferencial que transforma equipes, fortalece culturas e impulsiona resultados sustentáveis.

Carlos Alberto Matrone - Consultor de Projetos e Autor

7 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
1º de novembro de 2025
Aqueles que ignoram os “Agentes de IA” podem descobrir em breve que não foram passivos demais, só despreparados demais.

Atila Persici Filho - COO da Bolder

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
31 de outubro de 2025
Entenda como ataques silenciosos, como o ‘data poisoning’, podem comprometer sistemas de IA com apenas alguns dados contaminados - e por que a governança tecnológica precisa estar no centro das decisões de negócios.

Rodrigo Pereira - CEO da A3Data

6 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
30 de ouutubro de 2025
Abandonando o papel de “caçador de bugs” e se tornando um “arquiteto de testes”: o teste como uma função estratégica que molda o futuro do software

Eric Araújo - QA Engineer do CESAR

7 minutos min de leitura
Liderança
29 de outubro de 2025
O futuro da liderança não está no controle, mas na coragem de se autoconhecer - porque liderar os outros começa por liderar a si mesmo.

José Ricardo Claro Miranda - Diretor de Operações da Paschoalotto

2 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
28 de outubro 2025
A verdadeira virada digital não começa com tecnologia, mas com a coragem de abandonar velhos modelos mentais e repensar o papel das empresas como orquestradoras de ecossistemas.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de outubro de 2025
Programas corporativos de idiomas oferecem alto valor percebido com baixo custo real - uma estratégia inteligente que impulsiona engajamento, reduz turnover e acelera resultados.

Diogo Aguilar - Fundador e Diretor Executivo da Fluencypass

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
25 de outubro de 2025
Em empresas de capital intensivo, inovar exige mais do que orçamento - exige uma cultura que valorize a ambidestria e desafie o culto ao curto prazo.

Atila Persici Filho e Tabatha Fonseca

17 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)