Espaço lifelong learning, Assunto pessoal

Entre squads e checkpoints

Apesar das mudanças trazidas pela pandemia, autonomia, transparência e confiança continuam sendo basilares
Jornalista com ampla experiência nas áreas de negócios, inovação e tecnologia. Especializado em produção de conteúdo para veículos de mídia, branded content e gestão de projetos multiplataforma (online, impresso e eventos). Vencedor dos prêmios Citi Journalistic Excellence Award e Editora Globo de Jornalismo. Também é gerente de conteúdo da HSM Management.

Compartilhar:

“Essa reunião poderia ter sido um e-mail.” Essa frase nunca fez tanto sentido – e os memes estão aí comprovar. No clima de apocalipse corporativo que tomou conta de muitas empresas durante a pandemia, squads e checkpoints despontaram como uma tábua de salvação para reinventar (ou disruptar, como preferem alguns) modelos de negócio e culturas organizacionais que agonizavam em meio ao caos econômico e ao distanciamento social. Em boa parte dos casos, o que era para ser agilidade, colaboração e eficiência terminou se revelando um labirinto kafkaniano de salas de Zoom, OKRs e planilhas compartilhadas.

Não existe estratégia de crescimento sem governança e inovação. Os estudos de caso que são publicados por aqui não deixam dúvida sobre isso. Mas tampouco existe metodologia que dê conta da falta de autonomia, transparência e confiança entre as pessoas. Muito menos da falta de comprometimento com uma visão de longo prazo. Empresas são organismos vivos, formadas por seres humanos, em toda a sua complexidade e subjetividade. Não tem receita de bolo. O modelo de gestão que roda no Google talvez não seja a melhor opção para a sua equipe.

A convivência entre diversas gerações e as mudanças de cenário cada vez mais velozes (um salve para o mundo VUCA) apresentam um desafio que os post-its na parede não mostram. Descobrir o caminho certo, entre a infinidade de tecnologias e metodologias à nossa disposição, é um processo empírico, de tentativa, erro e adaptação. Um movimento contínuo, com acordos que precisam ser revisitados constantemente. Acima de tudo, uma responsabilidade compartilhada. Não adianta culpar o método ou matar o mensageiro quando as coisas desandam. Todos nós temos a nossa parcela de culpa em projetos e reuniões que não passam de vitrines de autopromoção e autopreservação.

Híbrido, remoto ou presencial. Enquanto organizações e indivíduos procuram algum equilíbrio entre esses três formatos, temos uma oportunidade e tanto para explorar novas tecnologias e ferramentas de gestão. Para encontrar um caminho nesse cenário de possibilidades abertas, será necessário olhar além das tendências de gestão e traçar novas conexões entre modelos de negócio, culturas organizacionais e estratégias de colaboração. O futuro do trabalho, no fim das contas, é o que cabe na realidade de cada empresa.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura
Liderança
A liderança eficaz exige a superação de modelos ultrapassados e a adoção de um estilo que valorize autonomia, diversidade e tomada de decisão compartilhada. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para impulsionar resultados e construir equipes de alta performance.

Rubens Pimentel

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, emerge como força disruptiva que desafia o domínio das big techs ocidentais, propondo uma abordagem tecnológica mais acessível, descentralizada e eficiente. Desenvolvido com uma estratégia de baixo custo e alto desempenho, o modelo representa uma revolução que transcende aspectos meramente tecnológicos, impactando dinâmicas geopolíticas e econômicas globais.

Leandro Mattos

0 min de leitura