Ao longo dos últimos anos, a parte “social” do ESG (sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança) está ganhando cada vez mais força dentro das organizações. Discussões sobre inclusão, impacto social e marca empregadora nunca antes estiveram tão à frente das decisões estratégicas e dos indicadores das bolsas de valores. O conceito do RH estratégico e humanizado está fazendo cada vez mais sentido para as organizações.
Esse novo movimento faz com os RHs das empresas comecem a repensar sobre seus processos seletivos e, principalmente, sobre qual nível de exigência é realmente necessário quando se descreve um perfil para uma vaga júnior ou de estágio dentro de uma organização. E o quanto essa empresa pode ajudar esse jovem no desenvolvimento que será necessário para atuar nessa empresa, preparando-o mesmo antes ou durante os processos seletivos. Por isso, cada vez mais, as áreas de RH das empresas vêm buscando soluções para essa questão.
Para se falar em soluções, é fundamental pensarmos antes em necessidades e alguns indicadores sociais podem contribuir nessa direção. Se falarmos em taxa de desemprego no Brasil, principalmente de jovens, perceberemos que inclusão e empregabilidade são, sem dúvida, grandes problemas sociais no nosso país. Neste sentido, a sustentabilidade social deixa de ser uma escolha para as empresas e passa a ser uma questão de sobrevivência.
Ter a área de Recursos Humanos envolvida no desenvolvimento de ações e projetos alinhados aos preconizados pelo ESG permitirá ao RH gerar indicadores realmente estratégicos e, aos jovens, contar com mais oportunidades de acessar o mercado de trabalho.
## Uma questão de sobrevivência para as empresas
Para corroborar com essa afirmativa, a maior gestora de recursos do mundo, a BlackRock, colocou a sustentabilidade no centro da estratégia de investimento e vai considerar o risco ESG no mesmo patamar das avaliações de crédito e liquidez. A gestora reforçou a intenção de aumentar a alocação de recursos em companhias que, além do lucro, gerem benefícios à sociedade. Não é à toa que indicadores como inclusão e empregabilidade começam a ganhar cada vez mais força nas empresas e em seus processos seletivos.
Estando o RH à frente dos principais programas de “porta de entrada” das empresas, ele deve ser um dos grandes catalisadores para esse processo de transformação, principalmente atuando no desenvolvimento de jovens que não teriam a chance de conseguir ser aprovados nos seus processos seletivos sem essa oportunidade.
A Eureca, empresa responsável pelo processo seletivo de estagiários e trainees de grandes organizações, a Eneva, empresa privada de geração de energia, a UISA, através do seu Instituto Florescer e a Vinci Partners, empresa de fundos de investimentos são alguns exemplos de organizações que já estão à frente nesse caminho. Apoiar o desenvolvimento dos jovens que ainda estão buscando oportunidades no mercado, para aumentar a sua empregabilidade, já é uma realidade nessas empresas.
## O papel dos jovens nessa jornada
Se por um lado as empresas têm um papel importantíssimo a desempenhar na questão da inclusão e empregabilidade dos jovens, por outro, os jovens passam a ter também um papel fundamental nesse caminho. Aproveitar essas oportunidades significa engajamento e dedicação. Identificar empresas e oportunidades que, de fato, estão propondo soluções de apoio ao desenvolvimento e empregabilidade dos jovens pode ser um caminho menos árduo na busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.
Incluir passa a significar também desenvolver e oferecer ferramentas para permitir o aumento da empregabilidade dos jovens. É importante possibilitar que esse jovem esteja preparado para as possíveis vagas dentro da organização, mas também mostrar para eles que é possível trilhar diferentes caminhos de carreira. Nesse processo, todos ganham. A empresa passa a ter jovens mais preparados e engajados para suas vagas e os jovens passam a entender que têm um espaço muito maior dentro do mercado de trabalho.