ESG

ESG: muita gente ouviu falar, mas poucos sabem como funciona

Busca pelo termo na internet explodiu ano passado. Mas sua aplicabilidade ainda é um desafio
Elisa Rosenthal é a diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário. LinkedIn Top Voices, TEDx Speaker, produz e apresenta o podcast Vieses Femininos. Autora de Proprietárias: A ascensão da liderança feminina no setor imobiliário.

Compartilhar:

Entre maio de 2020 e maio de 2022, as buscas pelo termo ESG se multiplicaram por dez no Brasil, segundo dados do Google Trends. A sigla que significa “governança ambiental, social e corporativa” (em inglês, “environmental, social and corporate governance”) já chama a atenção do mercado de capitais, que considera que práticas sustentáveis são um diferencial para investimentos.

Apesar de 83% dos líderes executivos acreditarem que programas do tipo resultam em maiores rendimentos para acionistas em cinco anos, a sigla ainda segue desconhecida por grande parte dos profissionais. Numa pesquisa que realizei com minha audiência no Linkedin, por exemplo, 24% das pessoas afirmaram não conhecer a sigla, 34% sabem o que é e não sabem como aplicar, enquanto 42% sabem o que significa e conhecem sua aplicabilidade. Ou seja, mais da metade dos meus seguidores não faz ideia de como aplicar ESG na prática.

Fato é que os consumidores estão buscando empresas e marcas cuja atuação se dá de forma responsável. Aquelas que não se posicionam frente a esse tópico correm o risco de ser preteridas.

Nas pesquisas realizadas pelo Instituto Mulheres do Imobiliário, já confirmamos que mulheres são grandes influenciadoras (62% dos homens afirmam que suas companheiras influenciam na decisão de compra do imóvel) e têm poder de decisão (35% dos contratos de financiamento são assinados exclusivamente por mulheres). Além disso, mais de 40% das mulheres procuram saber se as empresas possuem boas práticas, traduzidas em selos e certificações, antes de decidirem a compra de um imóvel.

![Captura de Tela 2022-08-07 às 11.33.43](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/43Yv2oDEn9CxfcwpsezkIs/bcf3d8ffd0c864ab0530144d059f765e/Captura_de_Tela_2022-08-07___s_11.33.43.png)

Em mercados menos avançados nesse debate, as dúvidas, que são diversas, mostram como o tema ainda precisa ser debatido em todos os níveis hierárquicos. Quem procura pelo termo nas redes sociais busca saber o conceito ESG, o que é, como surgiu e quais são os princípios associados à sigla.

![alsoasked-esg](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/7EDXGl11AUAFCesozXJgcH/ab7ec2de82d2d573cafb4115a065b281/alsoasked-esg.png)

Com as buscas por termos ligados à preservação subindo 420% entre o fim de 2020 e o de 2021, vemos que é um movimento em franca expansão. Frente a esse cenário, pode parecer que a adoção dos princípios ESG seja uma questão pacificada dentro das empresas, porém ainda carente de formação no seu entendimento e aplicabilidade.

Para que o “greenwashing” (“lavagem verde”) – termo usado para designar marcas que se dizem sustentáveis mas que fazem uso dessa imagem de maneira cínica – deixe de ser uma estratégia de marketing que não se sustenta na prática, é preciso investimento em educação de todos sobre o termo e sua aplicabilidade. O primeiro passo dessa busca deve ser pelo conhecimento.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura
Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
Esse fio tem a ver com a combinação de ciências e humanidades, que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo e de resolver os grandes desafios que ele nos impõe

CESAR - Eduardo Peixoto

6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.

Rafael Ferrari

12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura