Gestão de Pessoas

Essa tal conexão…

Na estreia de sua coluna na HSM Management, Padredi fala sobre a importância dos relacionamentos para a negócios e carreiras de sucesso, e sobre o quanto ajudam na construção de reputação

Compartilhar:

O avanço e os benefícios da tecnologia são inegáveis. Assistentes virtuais que ajudam nas tarefas diárias e, até, conversam, robôs que rastreiam a internet em busca de dados precisos e auxiliam na tomada de decisões, algoritmos capazes de fazer indicações baseadas exatamente naquilo que buscamos, e a inteligência artificial que está cada vez mais presente em nossas vidas e empresas, e que avançará de forma muito rápida nos próximos anos.

Os exemplos do uso da inteligência artificial, big data e tantas outras ferramentas são inúmeros. Mas nada supera o poder do relacionamento, da troca de experiência e da conexão humana para sabermos e nos prepararmos em como lidar com toda essa transformação tecnológica.

Nenhuma máquina substitui as habilidades humanas como curiosidade, empatia, escuta ativa e colaboração, tão importantes atualmente para construção de empresas, cultura organizacional e times de alta performance.

Até meus 20 anos, vivi na minha cidade natal, Avaré, no interior de São Paulo. Foi quando resolvi ir para a capital paulista fazer faculdade e colocar aquela vontade de ser um executivo ou empresário de sucesso um dia. Na metrópole, este jovem interiorano ralou e levou muita “porrada”.

Caí inúmeras vezes e inúmeras vezes me coloquei de pé, acertei a coluna, respirei fundo e, com o olhar para adiante, parti para a próxima. Sempre muito focado e com muita resiliência para enfrentar o novo, o desconhecido. O que me dava força? A minha essência, a minha criação, os meus exemplos de família e aquele espírito que carregamos, no meu caso, de uma cidade do interior: a importância dos relacionamentos verdadeiros e espontâneos.

Desde as amizades do colégio com pessoas dos mais diversos perfis, pois estudei em um colégio público boa parte da minha infância, onde tantos outros amigos, com ou sem poder aquisitivo, estudavam, até os grupos de esportes, no meu caso, minha equipe de natação, talvez uma das maiores lições de da minha vida.

Ali, dos 07 aos 18 anos, aprendi muito sobre superação, sobre foco, sobre espírito de equipe, sobre competição, sobre equilibro, sobre não desistir, mesmo quando não estava na minha melhor fase. E mesmo a natação sendo um esporte individual, tínhamos ali umas das melhores equipes de revezamento do estado de São Paulo.

Hora estávamos lado a lado de amigos como competidores, hora estávamos juntos, como equipe, brigando pelo primeiro lugar e um dando força ao outro. Nem sempre todos estávamos na melhor fase, mas o espírito era de união, de superação, de acreditar e ir para cima com a força e as “armas” que tínhamos naquele momento.

Recordações como as do meu avô com os ditados dele sobre sermos honestos, valorizar as coisas simples da vida, amar a Deus, sobre caráter e ética. Ele tinha um super orgulho por tudo que construiu, mas em especial pela família e netos, pela reputação, honestidade e caráter. Ele dizia: “filho, sempre cuide e zele pelo seu nome e nome da nossa família. Nosso nome é o que temos de mais valioso.”

Enfim, essa foi um pouco da minha bagagem, a base que se somou a tudo aquilo que aprendi por meio de muito investimento em capacitação e trabalhando muito desde meu primeiro ano de faculdade, visto que precisava me manter e me sustentar em São Paulo. Que vai além de dinheiro e tempo, e engloba também outros relacionamentos pelos quais aprendi e ensinei.

E nessa jornada, o que aquele menino de Avaré sentia foi ficando cada vez mais claro: é a partir dos bons, dos relacionamentos genuínos, que negócios de sucesso são criados, que carreiras vitoriosas são construídas e que conseguimos deixar um legado e uma reputação.

# Bem além do crachá

Separar as pessoas em duas esferas – profissional e pessoal – ficou no passado. Na verdade, até mesmo na Revolução Industrial essa divisão, olhando de hoje, nem deveria existir. Somos apenas um. E a junção desses dois lados traz significado e propósito à carreira, nos levando mais longe.

Acredito fielmente que ninguém chega muito longe sozinho. As melhores decisões vêm das trocas, de ouvir pontos de vista e contextos de vida diferentes, de entender segmentos opostos, de colaborar com parceiros e, por que não, com concorrentes. CEOs e C-Levels abertos à colaboração, que não ficam apenas olhando internamente para suas próprias “casas”, conseguem inovar, inspirar e se destacar.

As principais decisões da alta gestão impactam a empresa, os funcionários e, em muitos casos, um mercado inteiro. A questão é como fazem isso e quais os seus reflexos. É fundamental “derrubar” um pouco o crachá e ter a vulnerabilidade de colocar dúvidas, dores e desafios na mesa – apenas assim é possível encontrar o melhor caminho.

É preciso recuperar o ser humano por inteiro para criar relacionamentos verdadeiros e completos.

Esse é meu propósito por aqui: fornecer um espaço de troca que, realmente, gere conexões e, com isso, respostas concretas, ideias, provocações e novos projetos.
Tudo isso baseado nas discussões que acompanho nos eventos realizados na B2B Match e nas conversas que tenho frequentemente com CEOs e executivos de empresas de diferentes segmentos. E o melhor, ter dentro do meu negócio, a minha melhor escola! Sou muito grato por conviver com pessoas e profissionais incríveis diariamente, poder aprender, ensinar, evoluir, me superar e inovar, gerando cada vez mais valor a minha empresa, B2B Match, mas também aos nossos clientes, parceiros e, porque não, amigos!

Compartilhar:

Artigos relacionados

Os sete desafios das equipes inclusivas

Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo – mesmo acreditando que estão incluindo.

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Carreira
HSM Management faz cinco pedidos natalinos em nome dos gestores das empresas brasileiras, considerando o que é essencial e o que é tendência

Adriana Salles Gomes é cofundadora de HSM Management.

3 min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde
24 de dezembro de 2025
Se sua agenda lotada é motivo de orgulho, cuidado: ela pode ser sinal de falta de estratégia. Em 2026, os CEOs que ousarem desacelerar serão os únicos capazes de enxergar além do ruído.

Bruno Padredi - CEO da B2B Match

2 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Cultura organizacional
23 de dezembro de 2025
Marcela Zaidem, especialista em cultura nas empresas, aponta cinco dicas para empreendedores que querem reduzir turnover e garantir equipes mais qualificadas

Marcela Zaidem, Fundadora da Cultura na Prática

5 minutos min de leitura
Uncategorized, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
22 de dezembro de 2025
Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo - mesmo acreditando que estão incluindo.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

4 minutos min de leitura
Lifelong learning
19 de dezembro de 2025
Reaprender não é um luxo - é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Isabela Corrêa - Cofundadora da People Strat

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
18 de dezembro de 2025
Como a presença invisível da IA traz ganhos enormes de eficiência, mas também um risco de confiarmos em sistemas que ainda cometem erros e "alucinações"?

Rodrigo Cerveira - CMO da Vórtx e Cofundador do Strategy Studio

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de dezembro de 2025
Discurso de ownership transfere o peso do sucesso e do fracasso ao colaborador, sem oferecer as condições adequadas de estrutura, escuta e suporte emocional.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
16 de dezembro de 2025
A economia prateada deixou de ser nicho e se tornou força estratégica: consumidores 50+ movimentam trilhões e exigem experiências centradas em respeito, confiança e personalização.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de dezembro de 2025
Este artigo traz insights de um estudo global da Sodexo Brasil e fala sobre o poder de engajamento que traz a hospitalidade corporativa e como a falta dela pode impactar financeiramente empresas no mundo todo.

Hamilton Quirino - Vice-presidente de Operações da Sodexo

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança