Carreira

Estagiário com experiência?

Se você está em início de carreira, deixe a indignação de lado e saiba o que fazer antes de sair por aí distribuindo currículos
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

Que tal irmos direto ao ponto? Pesquisas demonstram que 70 a 85% das vagas são fechadas por indicações internas ou externas. Por isso que distribuir currículos sem critério por aí, além de ineficiente, pode ser extremamente frustrante para quem está em início de carreira. Na maioria das palestras para as quais somos convidadas, dúvidas sobre o currículo sempre ocupam o top três das perguntas mais realizadas pelos jovens. Qual é o melhor modelo de currículo? O que coloco no objetivo? Como faço um currículo campeão? O que colocar e o que não devo colocar?

Muitas vezes essas dúvidas surgem de jovens que já tentaram vagas por meio do envio de seus currículos e não obtiveram sucesso. O ponto principal que gostaríamos de trazer é que, para que o currículo seja selecionado, algumas etapas se fazem realmente necessárias e, sem elas, a probabilidade de sucesso é praticamente nula. O foco principal não deve ser a formatação do currículo em si, mas sim a história que é contada nele e como ela foi construída. 

Então, não envie o seu currículo se: 

## 1. Não tiver clareza sobre seu objetivo de carreira

Se você ainda não definiu o seu objetivo de carreira ou se tem muitas dúvidas de que caminho seguir, o que vai colocar no primeiro item do seu currículo, que é o objetivo?

Existe um indicador muito comentado no mercado que aponta que um recrutador demora em média 8 segundos para analisar um currículo. Isso significa que se o seu currículo não estiver claro e direto, suas chances de ser escolhido serão muito menores.

Sendo o objetivo o primeiro item do currículo, ou seja, a primeira parte a ser olhada pelo recrutador, tratá-la com o devido cuidado fará toda a diferença.

Definir seu objetivo é saber onde quer chegar e quais passos são necessários para alcançá-lo. Para isso, pesquisar, testar e validar sua escolha trará a você cada vez mais segurança de que está no caminho certo. 

Deixar claro o objetivo é começar a contar no currículo uma história profissional que faça realmente sentido. É exatamente isso que fará que o currículo se diferencie dos demais.

## 2. Você ainda não tem uma história para contar

Outro ponto importante no currículo é saber contar uma história profissional, ou seja, demonstrar como se preparou para alcançar aquela vaga dos sonhos. Qualquer recrutador que olhar para o currículo tem que perceber o quanto houve de desenvolvimento e de preparação para o desafio proposto. Para que isso ocorra, é fundamental que, antes de mais nada, você tenha olhado para o objetivo profissional, identificado as competências necessárias para ele e ter se desenvolvido nessa direção. É isso que o recrutador espera encontrar quando analisa um currículo.

Por meio do currículo, você precisa fazer com que o recrutador consiga entender os passos que foram construídos para demonstrar que está realmente preparado para aquela vaga.

## 3. Você não tem vivência

Um outro ponto que sempre somos questionadas por muitos jovens – com até uma certa dose de indignação – é o porquê as algumas empresas pedem experiência profissional para jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Muitos jovens atribuem seus insucessos a esta “falta de lógica” das organizações. Afinal, como ter experiências se estão começando?

Porém, é muito importante entender que quando se pede experiência para uma vaga iniciante ou de estágio, a experiência não significa carteira assinada. Significa vivência. O que a organização quer avaliar é se o jovem sabe o que quer e se está se preparando para esse caminho. Preparar-se pode ser fazer parte de um projeto educacional, iniciação científica, trabalho voluntário, empresa júnior, intercâmbio cultural, atuação em comunidades (religiosas ou de moradia mesmo). Ou seja, vivências que possam se relacionar ao seu objetivo de carreira. 

Quando um recrutador percebe que candidato demonstra clareza do que quer, e que, apesar de não ter todos os conhecimentos, está se preparando, vivenciando e buscando se desenvolver, as chances de, ao menos, ser considerado para o processo seletivo aumentam. Uma outra forma de se preparar e que já tratamos [aqui em nossa coluna](https://www.revistahsm.com.br/post/como-desenvolver-competencias-comportamentais) é desenvolvendo competências comportamentais.

Talvez agora tenha ficado um pouco mais claro o que é realmente necessário para estar apto para preparar um bom currículo. Só fará sentido elaborá-lo quando o objetivo de carreira estiver claro, as competências comportamentais necessárias tiverem sido identificadas e desenvolvidas.

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de novembro de 2025
Incluir é mais do que contratar - é construir trajetórias. Sem estratégia, dados e cultura de cuidado, a inclusão de pessoas com deficiência segue sendo apenas discurso.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Liderança
5 de novembro de 2025
Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas - mas sim coragem para sustentar as perguntas certas. Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Angelina Bejgrowicz - Fundadora e CEO da AB – Global Connections

12 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
4 de novembro de 2025

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude

3 minutos min de leitura
Liderança
3 de novembro de 2025
Em um mundo cada vez mais automatizado, liderar com empatia, propósito e presença é o diferencial que transforma equipes, fortalece culturas e impulsiona resultados sustentáveis.

Carlos Alberto Matrone - Consultor de Projetos e Autor

7 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
1º de novembro de 2025
Aqueles que ignoram os “Agentes de IA” podem descobrir em breve que não foram passivos demais, só despreparados demais.

Atila Persici Filho - COO da Bolder

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
31 de outubro de 2025
Entenda como ataques silenciosos, como o ‘data poisoning’, podem comprometer sistemas de IA com apenas alguns dados contaminados - e por que a governança tecnológica precisa estar no centro das decisões de negócios.

Rodrigo Pereira - CEO da A3Data

6 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
30 de ouutubro de 2025
Abandonando o papel de “caçador de bugs” e se tornando um “arquiteto de testes”: o teste como uma função estratégica que molda o futuro do software

Eric Araújo - QA Engineer do CESAR

7 minutos min de leitura
Liderança
29 de outubro de 2025
O futuro da liderança não está no controle, mas na coragem de se autoconhecer - porque liderar os outros começa por liderar a si mesmo.

José Ricardo Claro Miranda - Diretor de Operações da Paschoalotto

2 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
28 de outubro 2025
A verdadeira virada digital não começa com tecnologia, mas com a coragem de abandonar velhos modelos mentais e repensar o papel das empresas como orquestradoras de ecossistemas.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)