A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) estima que 12% da água doce do planeta está no Brasil. Apesar de abundante, a riqueza não é bem distribuída.
A faixa costeira abriga mais de 45% da população e apenas 3% dos recursos, o que já provoca episódios de estresse hídrico. Além disso, há preocupações com os efeitos das mudanças climáticas, que podem alterar o regime de chuvas, criando dificuldades para regiões até agora imunes aos problemas de abastecimento. Diante dessas perspectivas inquietantes, é imprescindível reduzir o desperdício de água potável no país.
O desafio é grande.
Segundo um relatório divulgado em junho pelo Instituto Trata Brasil, 40,1% da água tratada no país é perdida antes de chegar às torneiras. O volume desperdiçado anualmente poderia abastecer 66 milhões de habitantes — quase o dobro dos 35 milhões de brasileiros que ainda não têm acesso à água potável. Para cumprir a meta do Novo Marco Legal do Saneamento, de garantir o recurso para 99% da população até 2033, o Brasil precisa diminuir as perdas.