Assunto pessoal

Excesso de trabalho, jogo de perde-perde

Colaboradores e empresas empatam nos prejuízos quando o tema é excesso de trabalho, diz artigo da Inc. Magazine

Compartilhar:

Especialista em liderança, Jeff Steen relata em sua coluna na Inc. Magazine uma conversa que teve com um pequeno empresário de Seattle sobre os desafios do empreendedorismo. Falta de talentos, alta rotatividade e nenhum tempo para criar um programa de treinamento estruturado eram as principais queixas. “A lista continuava, mas um tópico parecia dominar a conversa: a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, diz.

Cada vez mais, jovens profissionais desejam manter a vida pessoal separada do trabalho. E isso não é novidade: a mídia vem publicando matérias a respeito desde que as gerações Y e Z começaram a entrar no mercado de trabalho. A reação dos veteranos, no entanto, muitas vezes é a demissão dos jovens. “Alguns dos primeiros a estabelecer limites foram chamados de preguiçosos.”

Na visão de Steen, a progressão na carreira é conhecida: baixos salários e expectativas, com empregos envolvendo pouco mais do que a repetição mecânica de tarefas; em seguida, lenta progressão na escala de responsabilidades, com aumento proporcional no pagamento. Nada animador.

Para o autor, o salário deve se basear em desempenho, experiência, habilidades, treinamento e educação. Só que, para manter um resultado financeiro enxuto, os gestores passam a exigir ainda mais dos colaboradores, sem contratar gente nova. “Tudo isso desmorona quando a demanda absurda leva à rotatividade.” Os empregadores gastam até três quartos do salário de cada funcionário perdido contratando e treinando um novato. Ao mesmo tempo, a produtividade cai e a inovação estanca. Continue assim, argumenta Steen, e você terá funcionários exaustos, frustrados e sem tempo para atividades pessoais enriquecedoras, que melhoram não só indivíduo, como a sociedade.

A boa notícia é: jovens empresas podem partir de uma nova visão estratégica e definir limites. “Isso deve ser afirmado com clareza, e os líderes devem ser exemplos.” Entre os benefícios, estão boa saúde física, com menos licenças médicas; mais foco e qualidade; boa saúde mental, que traz engajamento e motivação para inovar; e boa saúde emocional, receita de bons relacionamentos.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura
Liderança
A liderança eficaz exige a superação de modelos ultrapassados e a adoção de um estilo que valorize autonomia, diversidade e tomada de decisão compartilhada. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para impulsionar resultados e construir equipes de alta performance.

Rubens Pimentel

6 min de leitura