Gestão de Pessoas

Experiência do colaborador: autonomia e inteligência de dados

Tecnologia e bom uso de dados são fundamentais quando a questão é fornecer para o colaborador o que ele precisa: ferramentas e uma boa experiência
Editor de conteúdo multimídia para HSM Management, radialista, jornalista e professor universitário, especialista em comunicação corporativa, mestre em comunicação e inovação e doutorando em processos comunicacionais. Desde 2008, atua em agências, consultorias de comunicação e gestão para grandes empresas e em multinacionais.

Compartilhar:

Parece ótimo baixar um aplicativo para pedir comida e resolver tudo com poucos cliques. O login facilitado pela autenticação no seu celular, a geolocalização oferecendo os restaurantes mais próximos, um filtro pelo valor ou pelo tipo de comida, o cardápio, o campo de comentários para tirar aquela cebola crua do seu prato, o pagamento, até que o serviço de entrega deixa um pacotinho em sua porta – dependendo de onde você morar, sequer encontra a pessoa que fez essa entrega. É sobre isso que a inteligência de dados trata: oferecer ao usuário uma experiência efetiva e compreender a jornada dele.

Pense, agora, na experiência dentro das organizações. Provavelmente, há uma intranet, um [repositório de dados em nuvem](https://www.revistahsm.com.br/post/o-que-aprendi-em-100-dias-trabalhando-na-nuvemv) ou em um servidor central. Talvez um canal em algum aplicativo de mensagem ou ferramenta de produtividade, a caixa de e-mails corporativos. Certamente, a experiência de buscar uma informação necessária neste cenário é muito mais complexa do que no anterior.

## Dados a seu favor
Segundo Salim Ismail, cofundador da Singularity University e coautor da obra *[Organizações Exponenciais](https://www.revistahsm.com.br/post/a-organizacao-exponencial)*, o componente principal da gestão da informação são as tecnologias sociais. Tudo começou com o e-mail (conectividade assíncrona) – as wikis e intranets evoluíram para um modelo síncrono e compartilhado – hoje, há fluxos que fornecem atualizações em tempo real.

Dessa forma, o colaborador deixa de consumir conteúdo da intranet (que fica desatualizado facilmente), do portal de treinamentos online (que também costuma ter formatos pouco amigáveis) e passa a ser um agente ativo das práticas da organização, parte de uma engrenagem que faz funcionar um fluxo muito maior, social e de conhecimento compartilhado.

Para J.P. Rangaswami, cientista-chefe da Salesforce, a tecnologia social possui três funções principais: reduz a distância entre a obtenção do dado e a tomada de decisões; faz com que esses dados não sejam procurados, mas fluam pela organização; e alavanca a formação de ideias. O objetivo é a latência zero: segundo o Gartner Group, um processo em que o espaço de tempo entre o surgimento da ideia, a aceitação e a implementação dela não é percebido. Isso torna o conhecimento vivo e a [produtividade nativa e introjetada culturalmente](https://www.revistahsm.com.br/post/de-chro-a-chief-of-experience-officer-cxo).

Este cenário nos leva a pensar nas diversas planilhas, cálculos, bases de dados, software e sistemas legados e até documentos salvos em máquinas individuais dos colaboradores. Nada social, tornando o trabalho complexo e prejudicando a produtividade. As informações ficam dispersas e não colaboram para a criação de identidade e cultura da companhia.

## Mobile é a saída
O momento não é mais de avaliar se o formato mobile dentro das organizações pode ser benéfico, por exemplo. “A questão é o quanto as empresas [serão prejudicadas se não estiverem no mobile](https://blog.lg.com.br/solucoes-mobile/), pois tudo o que fazemos, hoje, é com um aplicativo”, explica Marcello Porto, vice-presidente da LG lugar de gente.

Uma vez que a experiência do colaborador trata de pessoas, o RH tem papel nessa busca pelo uso de dados inteligente e que alavanque a produtividade. Um bom exemplo é começar dentro de casa: solicitações de férias, afastamentos e benefícios, consultas ao demonstrativo de pagamento, informe de rendimentos, acompanhamento de atividades pendentes como treinamentos não realizados são atividades que devem ser centralizadas de alguma forma, preferencialmente, no [mobile](https://blog.lg.com.br/rh-mobile/).

Esse autoatendimento, com a boa gestão das informações, das próprias necessidades e com todas as ferramentas à mão, cria uma experiência seamless. A ideias de que o colaborador tem tudo o que precisa ao seu alcance é fundamental para aprofundar a noção de produtividade e evoluir a questão tecnológica para um passo adiante das ferramentas, isto é, como é encarada a gestão das informações dentro da organização.

*Saiba mais com o [Papo de Negócio](https://materiais.revistahsm.com.br/papo-rh-high-tech-e-high-touch) sobre como tornar a gestão de pessoas mais tecnológica sem perder calor humano.*

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Inovação
O SXSW 2025 transformou Austin em um laboratório de mobilidade, unindo debates, testes e experiências práticas com veículos autônomos, eVTOLs e micromobilidade, mostrando que o futuro do transporte é imersivo, elétrico e cada vez mais integrado à tecnologia.

Renate Fuchs

4 min de leitura
ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Geração Beta, conflitos ou sistema defasado? O verdadeiro choque não está entre gerações, mas entre um modelo de trabalho do século XX e profissionais do século XXI que exigem propósito, diversidade e adaptação urgent

Rafael Bertoni

0 min de leitura
Empreendedorismo
88% dos profissionais confiam mais em líderes que interagem (Edelman), mas 53% abandonam perfis que não respondem. No LinkedIn, conteúdo sem engajamento é prato frio - mesmo com 1 bilhão de usuários à mesa

Bruna Lopes de Barros

0 min de leitura
ESG
Mais que cumprir cotas, o desafio em 2025 é combater o capacitismo e criar trajetórias reais de carreira para pessoas com deficiência – apenas 0,1% ocupam cargos de liderança, enquanto 63% nunca foram promovidos, revelando a urgência de ações estratégicas além da contratação

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O SXSW revelou o maior erro na discussão sobre IA: focar nos grãos de poeira (medos e detalhes técnicos) em vez do horizonte (humanização e estratégia integrada). O futuro exige telescópios, não lupas – empresas que enxergarem a IA como amplificadora (não substituta) da experiência humana liderarão a disrupção

Fernanda Nascimento

5 min de leitura
Liderança
Liderar é mais do que inspirar pelo exemplo: é sobre comunicação clara, decisões assertivas e desenvolvimento de talentos para construir equipes produtivas e alinhada

Rubens Pimentel

4 min de leitura
ESG
A saúde mental no ambiente corporativo é essencial para a produtividade e o bem-estar dos colaboradores, exigindo ações como conscientização, apoio psicológico e promoção de um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.

Nayara Teixeira

7 min de leitura
Empreendedorismo
Selecionar startups vai além do pitch: maturidade, fit com o hub e impacto ESG são critérios-chave para construir ecossistemas de inovação que gerem valor real

Guilherme Lopes e Sofia Szenczi

9 min de leitura
Empreendedorismo
Processos Inteligentes impulsionam eficiência, inovação e crescimento sustentável; descubra como empresas podem liderar na era da hiperautomação.

Tiago Amor

6 min de leitura