Gestão de Pessoas

Experiência do colaborador: responsabilidade do RH ou da liderança?

O cuidado com a trajetória do colaborador beneficia tanto o profissional quanto a empresa. Entenda quem deve liderar esse processo – e como executá-lo
Larissa Pessi é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

O trabalho não é apenas um ganha pão. É o meio pelo qual as pessoas buscam satisfação, seja ela profissional ou pessoal. É também o ambiente onde elas esperam desenvolver e aperfeiçoar [habilidades socioemocionais e operacionais](https://www.hsm.com.br/blog/mckinsey-os-pilares-para-desenvolver-equipes-pos-pandemicas-mais-habilidosas/), diretamente ligadas às funções que ocupam. Nesse sentido, é imperativo investir na garantia da melhor trajetória do colaborador junto à empresa. Afinal, todos saem ganhando.

Conhecido também como employee experience (EX), o conceito de experiência do colaborador sugere um ambiente propício ao crescimento pessoal e profissional. Para alcançar patamares elevados de rendimento, as empresas precisam dar atenção ao conceito. O resultado é óbvio: quando motivadas, as equipes tendem a entregar melhores resultados.

“Quando falamos de engajamento dos funcionários, falamos de qualidade de vida, trabalho simplificado e com significado, satisfação pessoal e atração e retenção de talentos. As empresas que ainda não atentaram para essa perspectiva, precisam reconhecer, o quanto antes, os benefícios desse investimento”, diz Felipe Azevedo, presidente da LG lugar de gente, desenvolvedora de soluções tecnológicas para gestão de pessoas.

Mas, dentro da empresa, de quem é a responsabilidade de promover uma boa experiência do colaborador: do RH ou da liderança?

## Garantindo uma boa experiência do colaborador

Uma [gestão humanizada](https://www.revistahsm.com.br/post/retorno-ao-escritorio-deve-ser-hibrido-com-ambientes-integrados-e-gestao) considera o colaborador como indivíduo único, com características culturais, psicológicas, [desejos e necessidades](https://www.hsm.com.br/blog/de-volta-para-o-futuro-o-trabalho-pos-pandemia/) próprias. Ciente disso, a área de recursos humanos consegue definir e conduzir políticas e processos adequados para garantir uma experiência positiva aos colaboradores, bem como buscar as melhores ferramentas para atender as demandas.

Além disso, é do RH a responsabilidade de disseminar a cultura de [experiência do colaborador](https://blog.lg.com.br/evolucao-rh-hxm/) em todas as áreas da empresa – uma iniciativa que fortalece os valores da companhia, além de melhorar sua reputação e o clima organizacional. Disseminar essa cultura não significa, necessariamente, disponibilizar lanches, salas de jogos, festas ou dress code casual. É preciso bem mais do que isso.

O processo só é possível com o estabelecimento de uma relação de confiança e respeito entre os colaboradores e a empresa para que trabalham. [Segundo a consultoria Great Place To Work](https://www.google.com/url?q=https://portal.gptw.com.br/conteudo/artigos/employee-experience/&sa=D&source=docs&ust=1634161487821000&usg=AOvVaw1NFQh9UBQoSKwa0FatFyXQ), a estratégia envolve adequar os níveis de cobrança, distribuir a carga de trabalho e oferecer feedbacks constantes.

Aqui, o papel dos líderes de destaca. Segundo a pesquisa FIA Employee Experience (FEEx), realizada em 2020 pela Fundação Instituto de Administração (FIA) com mais de 150 mil funcionários de 300 empresas, os empregados se identificam mais com o propósito da companhia quando o líder se faz presente. Os pesquisadores do estudo notaram que, quando o assunto é clima organizacional, o CEO é um dos quatro agentes de clima, além do RH, colegas e demais líderes.

Outra forma de cultivar um bom clima organizacional é promover ações de cuidado à [saúde mental](https://www.revistahsm.com.br/post/com-atencao-a-saude-mental-empresas-podem-evitar-depressao-burnout-e) – preocupação crescente na sociedade. “Parcerias com rede de psicólogos, atividades laborais e plano de saúde são alguns fatores que ajudam nesse sentido”, sugere Azevedo.

Além do mais, definir um plano de carreira dá maior segurança ao colaborador, já que os objetivos e os caminhos a serem trilhados estão mais claros. “A experiência só será realmente boa, gerando resultados positivos, se todos estiverem envolvidos — líderes, RH e a alta gestão. Não basta ter um RH dedicado e com olhar humano se a cultura da empresa não reflete isso”, assegura o presidente da LG lugar de gente.

## Como a tecnologia pode ajudar

Além de contribuir consideravelmente para a otimização de tarefas do dia a dia, a tecnologia é indispensável para uma experiência positiva do profissional. “A tecnologia elimina a burocracia, agiliza processos e traz benefícios reais aos colaboradores, como a autonomia e a mobilidade. A transformação digital é uma necessidade em qualquer área da empresa e não seria diferente com o RH”, diz Azevedo.

Segundo ele, as empresas que contam com plataformas em nuvem, inteligência artificial, chatbots e analytics estão na vanguarda e oferecem aos seus times ferramentas para maior produtividade e autonomia, propiciando resultados efetivos e mensuráveis.

O executivo explica como processos eficientes, claros e simples são bem recebidos pelos colaboradores. “Com o [autoatendimento](https://blog.lg.com.br/autoatendimento-employee-experience/), por exemplo, a pessoa pode agendar férias, consultar banco de horas, benefícios e outros serviços de forma simples e ágil, até mesmo por WhatsApp ou por comandos de voz. Isso dá ao colaborador independência para gerir processos do seu dia a dia, melhorando a rotina.”

Não só isso: soluções como essa também permitem que o RH não perca tempo com demandas operacionais e dê atenção ao que mais importa: cuidar das pessoas.

Quer saber mais sobre o equilíbrio entre tecnologia, experiência e cultura corporativa? Baixe gratuitamente o [e-book](https://www.revistahsm.com.br/post/ser-digital-sem-perder-a-humanidade-ebook-hsmmanagement-lg-lugar-de-gente) Gestão de pessoas high-tech & high-touch.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia, Inovação & estratégia, Tecnologia e inovação
22 de agosto de 2025
Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares - precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

8 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Finanças, Marketing & growth
21 de agosto de 2025
Em tempos de tarifas, volta de impostos e tensão global, marcas que traduzem o cenário com clareza e reforçam sua presença local saem na frente na disputa pela confiança do consumidor.

Carolina Fernandes, CEO do hub Cubo Comunicação e host do podcast A Tecla SAP do Marketês

4 minutos min de leitura
Uncategorized, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
20 de agosto de 2025
A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais - e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Ana Fontes

4 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura