Empreendedorismo

Explorar novos horizontes pode ser transformador para as empresas

O envolvimento das empresas no comércio exterior pode estimular a inovação e o aprendizado intercultural, crucial neste processo constante de globalização
CEO da Skymarine

Compartilhar:

O comércio exterior emerge como uma poderosa força capaz de influenciar profundamente empresas de todos os portes e segmentos. Em um exemplo eloquente desse impacto, em 2023, as exportações brasileiras alcançaram uma marca histórica de US$ 339,67 bilhões, marcando um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi catalisado pelo aumento de 8,7% no volume exportado, apesar de uma queda de 6,3% nos preços.

Por outro lado, as importações sofreram uma redução significativa de 11,7%, totalizando US$ 240,83 bilhões. Os preços dos bens importados também experimentaram uma diminuição de 8,8%, enquanto o volume diminuiu em 2,6%. Essa combinação de fatores resultou em um saldo comercial notável de US$ 98,8 bilhões, superando em impressionantes 60,6% o recorde anterior estabelecido em 2022.

Esse desempenho expressivo foi impulsionado, dentre outros fatores, pela crescente participação das empresas brasileiras no comércio exterior. Em 2023, o número total de empresas exportadoras cresceu 2%, atingindo um recorde de 28,5 mil companhias.

Essa narrativa evidencia claramente como as empresas podem alavancar um crescimento exponencial, acesso a novos clientes e oportunidades de inovação ao ingressar no universo do comércio exterior. Por exemplo, uma empresa de moda brasileira que opta por exportar seus produtos para outro país tem a chance de experimentar um aumento significativo na demanda e no reconhecimento da marca, impulsionando suas vendas e receitas.

Mas as vantagens não se restringem a isso. Esse cenário também oferece às organizações a oportunidade de diversificar seus riscos, reduzindo sua dependência de um único mercado ou fonte de receita. Uma empresa de tecnologia chinesa que exporta seus produtos para diversos países da Europa e Ásia, por exemplo, pode proteger-se contra flutuações econômicas em um mercado específico, garantindo um crescimento mais estável e sustentável.

Além disso, o envolvimento das empresas no comércio exterior pode estimular a inovação e o aprendizado intercultural. Ao entrar em novos mercados, as empresas são desafiadas a adaptar seus produtos, serviços e estratégias de marketing às necessidades e preferências locais, promovendo, assim, a criatividade e a adaptação.

Muitas marcas buscaram novos mares
Várias empresas em todo o mundo se destacaram por sua abordagem inovadora e bem-sucedida no comércio exterior. A gigante de tecnologia Apple, por exemplo, expandiu globalmente sua cadeia de suprimentos e operações de varejo, revolucionando a indústria de eletrônicos. Outro exemplo inspirador é a empresa de e-commerce chinesa Alibaba, que transformou o comércio eletrônico global ao conectar milhões de compradores e vendedores em todo o mundo.

Não podemos deixar de mencionar a Havaianas, criada em 1962, que se tornou um caso de sucesso no comércio exterior. Inicialmente considerada um produto de nicho, a marca passou por uma renovação em 1994, quando a Alpargatas implementou um projeto de modernização da linha de calçados.

A estratégia de expansão para outros países envolveu, inicialmente, parcerias com distribuidores locais. A entrada nos mercados europeus, em 2000, começou pela Espanha, França e Itália, sendo estes dois últimos fundamentais para avaliar a aceitação do produto pelos europeus. Posteriormente, as exportações chegaram ao Reino Unido e a Portugal, formando um grupo de cinco grandes mercados europeus para a marca.

Em 2008, ao estabelecer uma sede em Madrid, a empresa deu início a uma operação própria na Europa. Atualmente, conta com escritórios e showrooms em Londres, Lisboa, Bolonha (Itália), Paris, Amsterdã e Düsseldorf (Alemanha). A marca também tem presença forte nos Estados Unidos, Austrália, Filipinas e, mais recentemente, Índia e China.

Hoje em dia, as sandálias são comercializadas nos cinco continentes, e as exportações respondem por 20% do volume de pares vendidos e 35% da receita da empresa.

Esses casos confirmam uma realidade inegável: o comércio exterior oferece uma infinidade de oportunidades para as empresas expandirem seus negócios, alcançarem novos clientes e impulsionarem a inovação. Ao adotar uma abordagem estratégica e centrada no cliente para o comércio internacional, as companhias podem colher os benefícios de um crescimento sustentável e transformador em escala global.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura