Inovação

Flexível ou adaptável?

O que funciona melhor em um mundo em alta velocidade de transformação
Alexandre Waclawovsky, o Wacla, é um hacker sistêmico, especialista em solucionar problemas complexos, através de soluções criativas e não óbvias. Com 25 anos de experiência como intraempreendor em empresas multinacionais de bens de consumo, serviços e entretenimento, ocupou posições de liderança em marketing, vendas, mídia e inovação no Brasil e América Latina. Wacla é pioneiro na prática da modalidade Talento sob Demanda no Brasil, atuando como CMO, CRO e Partner as a Service em startups e empresas de médio porte, desde 2019. Atua também como professor convidado em instituições renomadas, como a Fundação Dom Cabral, FIAP e Miami Ad School, além de autor de dois livros: "Guide for Network Planning" e "invente o seu lado i – a arte de

Compartilhar:

O mundo em que vivemos está em constante evolução. Caso você ainda tenha alguma dúvida, basta sair de férias e se desconectar completamente por 30 dias. Garanto que ao retornar, você encontrará outro contexto de negócios.

Estabilidade e planejamentos para vários anos são coisas do passado. A realidade atual é que já vivemos em um contexto de previsibilidade e de planos de mais curto e médio prazos.

Eventos como eleições, guerras, pandemias, crises econômicas ou sociais – a mais recente ocorreu no Irã motivada pela morte de [Mahsa Amini](https://cultura.uol.com.br/minuto-cultura/noticias/2022/10/13/174_mahsa-amini-entenda-o-caso-da-morte-de-uma-jovem-que-despertou-revolta-no-ira.html) e que provocou uma onda global de protestos – trazem novos questionamentos, discussões sociais, políticas e mudanças de rumo repentinos em nossas vidas, na economia e, claro, impacta os negócios.

Haja planejamento que resista a um contexto tão volátil assim. Por isso, quero propor uma reflexão – ou provocação, se preferir – sobre a diferença entre flexibilidade e adaptação a essas novas realidades, em um [mundo cada vez mais líquido](https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade-liquida.htm) (impossível não mencionar o filósofo Zygmunt Bauman nessa conversa).

Você pode pensar que “ser flexível” e “adaptar-se a algo novo” são expressões equivalentes. Confesso que eu pensava da mesma forma, até que notei que a diferença não é apenas uma questão semântica. Ela vai muito além. Vejamos…

Algo __flexível__ muda de forma durante um espaço de tempo, de acordo com a necessidade. Quando pensamos em objetos flexíveis logo vem à cabeça o bambu, o elástico ou uma superfície maleável. Note que algo flexível cede porém volta para sua forma original.

Algo que se __adapta__, por outro lado, muda de forma definitivamente, se transforma. Bons exemplos são a adaptação da estrutura dos átomos de carbono ao ambiente (temperatura e pressão), que geram diferentes matérias-primas, absolutamente diferentes entre si, como grafite e diamante.

O ambiente muda, eles se adaptam, por vezes até fisicamente – algo verificado há tempos por Charles Darwin em sua teoria da evolução das espécies. Note que algo que se adapta vai e pode não voltar ao seu estado ou forma original.

Quando pensamos sobre iniciativas de inovação, empreendedorismo ou transformação digital, o grande risco é acreditar que a flexibilidade das organizações e das pessoas será suficiente.

Cuidado!

Existe uma diferença de modelos mentais que disparamos ao declarar cada uma dessas palavras. Reflita naquelas situações em que declarou ser flexível e naquelas que declarou a necessidade de adaptar-se a algo.

Dizer ser flexível, geralmente, vem acompanhado de pensamentos e atitudes de “vou avaliar”, “quero saber mais”, “concordo em experimentar”, porém logo após retorno à minha posição inicial.

Inovação, risco e desconforto, caminham juntos sempre. Flexibilizar pode funcionar para algo temporário, porém, mas se algo estrutural ou cultural precisa ser movido, operar em modo de adaptação será a postura necessária.

Adaptar-se é muito mais difícil do que ser flexível: custa mais energia, mais autoconhecimento, mais desapego.

Se quiser aprofundar-se mais nesse tema recomendo a leitura do livro *Antifrágil: Coisas que se beneficiam com o caos*, de Nassim Taleb, que fala sobre a liderança antifrágil.

Estamos em tempos de mudanças rápidas e crescimento exponencial. Adaptar-se, portanto, é preciso.

Compartilhar:

Alexandre Waclawovsky, o Wacla, é um hacker sistêmico, especialista em solucionar problemas complexos, através de soluções criativas e não óbvias. Com 25 anos de experiência como intraempreendor em empresas multinacionais de bens de consumo, serviços e entretenimento, ocupou posições de liderança em marketing, vendas, mídia e inovação no Brasil e América Latina. Wacla é pioneiro na prática da modalidade Talento sob Demanda no Brasil, atuando como CMO, CRO e Partner as a Service em startups e empresas de médio porte, desde 2019. Atua também como professor convidado em instituições renomadas, como a Fundação Dom Cabral, FIAP e Miami Ad School, além de autor de dois livros: "Guide for Network Planning" e "invente o seu lado i – a arte de

Artigos relacionados

Quando o corpo pede pausa e o negócio pede pressa

Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão – e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura
Estratégia
10 de dezembro de 2025
Da Coreia à Inglaterra, da China ao Brasil. Como políticas públicas de design moldam competitividade, inovação e identidade econômica.

Rodrigo Magnago - CEO da RMagnago

17 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
3 de dezembro de 2025
A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Gabriel Andrade - Aluno da Anhembi Morumbi e integrante do LAB Jornalismo e Fernanda Iarossi - Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2 de dezembro de 2025
Modelos generativos são eficazes apenas quando aplicados a demandas claramente estruturadas.

Diego Nogare - Executive Consultant in AI & ML

4 minutos min de leitura
Estratégia
1º de dezembro de 2025
Em ambientes complexos, planos lineares não bastam. O Estuarine Mapping propõe uma abordagem adaptativa para avaliar a viabilidade de mudanças, substituindo o “wishful thinking” por estratégias ancoradas em energia, tempo e contexto.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

10 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança