Estratégia, Liderança, times e cultura, Cultura organizacional

Foco no bem-estar não é mais opcional: qual o papel das empresas nesse cenário?

À medida que o mercado de benefícios corporativos cresce as empresas que investem em benefícios personalizados e flexíveis não apenas aumentam a satisfação e a produtividade dos colaboradores, mas também se destacam no mercado ao reduzir a rotatividade e atrair talentos.
Diretor Executivo Comercial da Up Brasil

Compartilhar:

O mercado de benefícios corporativos está em expansão e deve movimentar mais de 5 bilhões de dólares até 2026, segundo a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). No Brasil, um país com mais de 19 milhões de empresas, o setor deve crescer a uma taxa de 9,05%, movimentando cerca de 5,57 bilhões de dólares até 2026, de acordo com a Technavio.

A forte demanda por esse tipo de solução é impulsionada principalmente pela necessidade das companhias de melhorar o poder de compra e a motivação dos colaboradores. Nesse cenário, a ênfase em benefícios dinâmicos baseados em saúde e bem-estar tem criado ambientes de trabalho mais saudáveis, o que aumenta a produtividade.

Nesse caso, percebo que as empresas têm compreendido que as demandas dos funcionários modificaram bastante, especialmente após a pandemia, que acelerou essa mudança de comportamento cultural. Um estudo realizado pela Universidade do Sul da Califórnia mostrou que um trabalhador feliz é 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e capaz de vender 37% a mais. Em outras palavras, oferecer o que os colaboradores buscam significa investir em uma equipe mais satisfeita e focada – e os novos formatos de benefícios incentivam e permitem atingir esse objetivo.

Além disso, ações voltadas para o bem-estar no ambiente de trabalho reduzem a rotatividade e atraem mais talentos. Segundo a mesma pesquisa, 72% dos trabalhadores afirmaram que prefeririam trabalhar em uma empresa que possui programas voltados para a saúde mental. Ou seja, organizações que investem no bem-estar das equipes não apenas têm colaboradores mais felizes, mas também se tornam mais atrativas no mercado. Portanto, fica claro que aquelas que não valorizam e investem em seus profissionais estão colocando em risco seu próprio sucesso e se tornando menos competitivas.

Isso porque estamos testemunhando uma transformação significativa na relação das pessoas com o trabalho, principalmente devido a entrada das novas gerações no mercado. Hoje, os benefícios oferecidos precisam ir muito além do salário e abranger outras esferas. Para os trabalhadores, o foco não é mais apenas alcançar objetivos profissionais, mas também ser capaz de desfrutar das conquistas alcançadas da forma como preferirem, o que inclui autocuidado; tempo com a família e amigos; atividades e hobbies e manter uma harmonia entre vida profissional e pessoal, garantindo que o trabalho não comprometa a sua qualidade de vida.

Esse novo entendimento de sucesso e bem-estar reflete a busca por uma vida mais plena, satisfatória e com propósito, onde o trabalho é importante, mas não é a única medida de realização e felicidade. Porém, é importante que essa procura contemporânea por saúde e alegria não leve ao total oposto disso, causando mal-estar e se tornando uma forma de controle social e auto vigilância.

Nesse sentido, percebo que muitas empresas têm explorado várias estratégias para manter seus colaboradores engajados e satisfeitos de forma equilibrada, sendo a principal a disponibilização de benefícios personalizados e flexíveis que permitam aos colaboradores escolherem os itens que mais fazem sentido para seu dia a dia, como programas de saúde mental, atividades físicas, telemedicina, trabalho remoto e iniciativas de treinamento e reconhecimento.

Claro que existem alguns desafios relacionados à implementação de programas com foco no bem-estar, como o custo e a dificuldade de atender às necessidades de times com demandas e desejos diferentes, mas investir nessa agenda também traz vantagens que vão favorecer a empresa a médio e longo prazo, tornando o ambiente de trabalho mais estável e atrativo para novos e bons profissionais. Quando falamos em oferecer benefícios de qualidade, não estamos apenas discutindo um diferencial competitivo, mas sim abordando uma estratégia fundamental para fortalecer a marca empregadora de uma empresa e contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais feliz e sustentável.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
15 de outubro de 2025
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
14 de outubro de 2025
Se 90% da decisão de compra acontece antes do primeiro contato, por que seu time ainda espera o cliente bater na porta?

Mari Genovez - CEO da Matchez

3 minutos min de leitura
ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)