Uncategorized

Frutos do coworking: empresas crescem após passar por espaços de trabalho compartilhados

Diálogo Logística, com sede em Porto Alegre, por exemplo, dividiu o escritório por cinco meses e hoje cresce em média 100% ao ano

Compartilhar:

O número de coworkings é crescente no Brasil. Esses ambientes de trabalho compartilhados representam menos custos para as empresas, além de propiciar networking e troca de ideias. Segundo a pesquisa “Censo Coworking Brasil 2018”, realizada pelo Coworking Brasil, em 2015, eram apenas 238 espaços no país. Em 2018, esse número chegou a 1,1 mil, o que representa um aumento de 48% só no último ano. Os coworkings movimentam R$ 127 milhões e tem a circulação de 214 mil pessoas, além de gerar 7 mil empregos diretos. 

Todos os setores que buscam inovação podem se beneficiar de ambientes de coworking, mas, destaca-se neste aproveitamento, o universo das empresas de tecnologia, sendo um dos que mais utiliza este formato, dado do dinamismo das relações no setor. 

É o que afirma Silvio Kotujansky, vice-presidente de mercado da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), que gerencia o programa LinkLab, laboratório de inovação aberta em formato de coworking. “O LinkLab aproxima grandes empresas tradicionais, com desafios de inovação, de startups que podem ajudar a acelerar este processo de inovação, além de promover mudanças no mindset de gestores dessas grandes empresas. Não se pode tratar uma empresa inovadora como uma organização tradicional, o movimento atual é justamente o inverso: empresas tradicionais buscando se aproximar mais do perfil de startups, como as patrocinadoras do LinkLab”, comenta Silvio. 

“A diversidade é uma das principais vantagens de ambientes de colaboração como _coworkings_, pois proporciona muito networking, acesso a novos conhecimentos e talentos, além de estimular a geração de negócios, a aproximação de empresas e mesmo o impulsionar o crescimento de startups, que depois acabam abrindo suas próprias sedes”, acrescenta.

O Censo Coworking Brasil 2018 mostra que a metade dos coworkers ficam em média entre três meses e um ano (48%) nestes ambientes. É o caso da Diálogo Logística, com sede em Porto Alegre. A empresa começou em um coworking em março de 2015. Os sócios optaram pelo espaço compartilhado pelos custos mais baixos e pelo ambiente de inovação e tecnologia. Mas, depois de ocuparem uma sala por cinco meses, a empresa cresceu além da capacidade do ambiente e tiveram que procurar um local próprio para poder receber fornecedores e clientes. 

“Dividíamos as áreas comuns e tinha um networking bacana. Inclusive a primeira versão do nosso site foi feita por um profissional que também trabalhava no coworking. Foi uma experiência importante para que a empresa nascesse com um mindset de inovação tecnológica e compartilhamento”, afirma Ricardo Hoerd, CEO da Diálogo A empresa começou com dois funcionários no coworking e hoje, quatro anos depois, são mais de 100 colaboradores e um crescimento anual acima de 100%.

 A empresa de logística é considerada uma _scale-up_ — classificação utilizada para companhias que registram crescimento de pelo menos 20% durante três anos e que apresentam modelo de negócios escalável e inovador. Com atuação focada na região Sul e entrega mensal de 300 mil volumes, a companhia planeja expandir nacionalmente ainda neste ano. 

De volta às origens
——————-

Assim como a Diálogo, a startup _Agendor_, fundada em 2012, também começou sua história em um coworking. Nos seus primeiros quatro anos de existência, passou por dois deles, ambos na cidade de São Paulo. Com os negócios crescendo e a equipe aumentando, a empresa — que oferece uma plataforma de gestão comercial e CRM (gestão de relacionamento com clientes) — se mudou para uma sede própria em 2016. 

Foi em uma casa charmosa no bairro de Pinheiros que a startup passou os últimos três anos. “Foi um período em que assumimos o controle da gestão do ambiente, o que era o nosso objetivo”, conta Gustavo Paulillo, CEO do Agendor. Manter um espaço individual, no entanto, tem seu preço. “Contratamos um profissional para cuidar da área administrativa da empresa, e logo a manutenção da sede passou a consumir 60% do tempo dele”, diz Paulillo.

Diante da situação, a opção do Agendor foi voltar às origens. Em junho, a startup se instalou na sua quarta sede: uma das unidades da rede de coworkings WeWork. “O segmento de coworkings se profissionalizou nos últimos anos. Os espaços são pensados para serem locais de trabalho, o que nos deixou muito confiantes para fazer a mudança”, avalia Paulillo. Além disso, uma vantagem de escolher uma rede é a possibilidade de os 25 colaboradores da empresa realizarem parte das suas atividades em outras unidades – às vezes mais próximas de suas casas, por exemplo.

 Esse é um diferencial para o Agendor, que vem flexibilizando a jornada de trabalho das equipes nos últimos meses. Os desenvolvedores do time, por exemplo, podem atuar em home office praticamente durante a semana inteira.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Empreendedorismo
Um guia para a liderança se antecipar às consequências não intencionais de suas decisões

Lilian Cruz e Andréa Dietrich

4 min de leitura
ESG
Entre nós e o futuro desejado, está a habilidade de tecer cada nó de um intricado tapete que une regeneração, adaptação e compromisso climático — uma jornada que vai de Baku a Belém, com a Amazônia como palco central de um novo sistema econômico sustentável.

Bruna Rezende

5 min de leitura
ESG
Crescimento de reclamações à ANS reflete crise na saúde suplementar, impulsionada por reajustes abusivos e falta de transparência nos planos de saúde. Empresas enfrentam desafios para equilibrar custos e atender colaboradores. Soluções como auditorias, BI e humanização do atendimento surgem como alternativas para melhorar a experiência dos beneficiários e promover sustentabilidade no setor.
4 min de leitura
Finanças
Brasil enfrenta aumento de fraudes telefônicas, levando Anatel a adotar medidas rigorosas para proteger consumidores e empresas, enquanto organizações investem em tecnologia para garantir segurança, transparência e uma comunicação mais eficiente e personalizada.

Fábio Toledo

4 min de leitura
Finanças
A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Rui Rocha

0 min de leitura
Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura