O ESG avança a passos firmes também no Brasil. Segundo dados do Sistema B – movimento que certifica empresas comprometidas com questões sociais e ambientais –, o investimento social privado, que usualmente mobilizava entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões por ano, deve saltar para R$ 7 bilhões em 2021. Entre os fundos de ESG recém-lançados estão dois desenhados no Brasil pelo laboratório de finanças climáticas da ONG Climate Policy Initiative em conjunto com o BNDES, o banco de desenvolvimento alemão GIZ e a International Financial Corporation. Esse Lab já acelerou dez projetos no Brasil, incluindo modelos de FIDC (fundo de direitos creditórios) que já apoiam projetos de energia solar distribuída e agricultura sustentável, como conta o portal Reset.
Agora há a necessidade de regulação do mercado. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) publicou um documento sobre regras e procedimentos para fundos sustentáveis, propondo que detalhem e formalizem suas estratégias de investimento publicamente, com a devida transparência ao investidor. A iniciativa pode ser um primeiro passo para resolver o descompasso entre agências do mercado financeiro e as demandas do ESG.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por exemplo, ainda não reconhece créditos de carbono como ativos financeiros, e por isso eles não podem constar diretamente na carteira dos fundos. Por causa dessa assimetria, o FIP Carbono, primeiro fundo de investimento voltado para o mercado de créditos voluntários de carbono no Brasil, desistiu de se constituir como FIDC, optando por uma estrutura de fundo de investimento em participações (FIP). Captou R$ 51 milhões este ano. Podia mais?