Empreendedorismo

Fusões e aquisições: qual a diferença entre essas operações?

O mercado brasileiro vive um momento expansivo de fusões e aquisições; contudo, essas operações apresentam características distintas que determinam a natureza e o futuro da reorganização societária das empresas que passam por um desses processos
É CEO da Abile Consulting Group, embaixador da Leader X e chairman of the board da Agência Brasileira de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (Abids).

Compartilhar:

Segundo a consultoria KPMG, houve um recorde de fusões e aquisições no primeiro trimestre de 2021. Foram registradas, entre janeiro e março, 375 operações do tipo, o maior número em 20 anos.

O levantamento, realizado a cada trimestre com organizações brasileiras representantes de 43 setores, apontou que o ranking foi liderado por companhias de telecomunicações e internet, que somaram 77 movimentações.

Já o segundo lugar ficou com a área de tecnologia da informação (48), seguido por instituições imobiliárias, financeiras e de educação, cada um com 11 fusões ou aquisições cada.

O mais interessante é a crescente tendência do aumento da procura pela inovação digital. Ao somar as movimentações dentro dos setores de telecomunicações, internet e tecnologia da informação, o total é de 125 novas parcerias, um número inédito no Brasil.

E o melhor: 116 fusões e aquisições foram realizadas por empresas estrangeiras. Outras 13 foram de organizações brasileiras que adquiriram de estrangeiros negócios no exterior. Isso se traduz tanto no aumento da confiança dos estrangeiros no potencial nacional como no avanço brasileiro no exterior.

## O processo de fusão

Fusões e aquisições são duas reorganizações societárias mal compreendidas no mundo dos negócios. Ambos os termos geralmente se referem à união de duas empresas. Contudo, existem diferenças importantes envolvidas.

Quando duas ou mais empresas individuais se consolidam para formar uma nova empresa, o movimento é conhecido como fusão. A decisão de fusão é sempre mútua, uma vez que as empresas que se fundem unem forças para buscar determinados benefícios, mesmo ao custo de diluir seus poderes individuais. Normalmente não há troca de dinheiro.

Os motivos para as fusões acontecerem podem ser expandir a participação, ganhar entrada em novos mercados, reduzir custos operacionais, aumentar as receitas e ampliar as margens de lucro. As partes do contrato são geralmente semelhantes em termos de tamanho e escala de operações e tratam-se mutuamente como iguais. Uma empresa incorporada emite novas ações e as ações são distribuídas proporcionalmente entre os acionistas existentes.

Anunciada em fevereiro de 2021, a fusão entre a Hapvida e a Notre Dame Intermédica formará o maior conglomerado de saúde do País, avaliado em cerca de R$ 120 bilhões. Serão 84 hospitais, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico por imagem. Além disso, a empresa passará a contar com mais de 13,6 milhões de usuários ativos.

## A lógica das aquisições

Já em uma aquisição, não surge uma nova empresa. Em vez disso, a organização menor pode ser absorvida e deixar de existir, com seus ativos tornando-se parte da empresa maior – o que pode ser visto de maneira negativa pelo mercado. As aquisições podem ser realizadas por diversos motivos: ter acesso a melhores fornecedores, reduzir custos, melhorar a participação no mercado e ter acesso a tecnologias já existentes.

Como as fusões não são tão comuns, e as aquisições são vistas de forma negativa, os dois termos são usados de maneira combinada, como mostrado na pesquisa acima.

O Banco BTG Pactual é o campeão de aquisições entre instituições financeiras. Foram 25, calculadas em R$ 90,4 milhões. Em segundo lugar vem o Itaú BBA, com 15 operações com valor de R$ 61, 9 milhões. Os dados são da plataforma TTRecord (Transactional Track Record).

## Reorganização societária

No entanto, será que todos esses negócios – não importa o tamanho – foram conduzidos da melhor maneira? É necessário ter muito cuidado com a reorganização societária, principalmente quando o time é composto apenas de pessoas internas.

O ideal é ter ao lado uma consultoria em todos os processos que envolvam tanto uma fusão como uma aquisição. Com a ajuda de um time especializado será mais fácil cumprir todas as adequações pedidas pelo governo brasileiro e evitar dores de cabeça futuras tanto legais quanto fiscais.

Até porque a última coisa que sua empresa deseja, depois de um processo bem-sucedido, é perder clientes, além de ser penalizada com multas e sanções, não é mesmo?

Compartilhar:

Artigos relacionados

Relacionamentos geram resultados

Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia
10 de outubro de 2025
Com mais de um século de história, a Drogaria Araujo mostra que longevidade empresarial se constrói com visão estratégica, cultura forte e design como motor de inovação.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
9 de outubro de 2025
Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Laís Macedo, Presidente do Future is Now

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Bem-estar & saúde, Finanças
8 de outubro de 2025
Aos 40, a estabilidade virou exceção - mas também pode ser o início de um novo roteiro, mais consciente, humano e possível.

Lisia Prado, sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
7 de outubro de 2025
O trabalho flexível deixou de ser tendência - é uma estratégia de RH para atrair talentos, fortalecer a cultura e impulsionar o desempenho em um mundo que já mudou.

Natalia Ubilla, Diretora de RH no iFood Pago e iFood Benefícios

7 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de outubro de 2025
Como a evolução regulatória pode redefinir a gestão de pessoas no Brasil

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
Ser CEO é mais que ocupar o topo - para mulheres, é desafiar estereótipos e transformar a liderança em espaço de pertencimento e impacto.

Giovana Pacini, Country Manager da Merz Aesthetics® Brasil

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
A IA está redefinindo o trabalho - e cabe ao RH liderar a jornada que equilibra eficiência tecnológica com desenvolvimento humano e cultura organizacional.

Michelle Cascardo, Latam Sr Sales Manager na Deel

5 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de outubro de 2025
Na indústria automotiva, a IA Generativa não é mais tendência - é o motor da próxima revolução em eficiência, personalização e experiência do cliente.

Lorena França - Hub Mobilidade do Learning Village

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1º de outubro de 2025
No mundo pós-IA, profissionais 50+ são mais que relevantes - são pontes vivas entre gerações, capazes de transformar conhecimento em vantagem competitiva.

Cris Sabbag - COO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura