Muito tem se falado sobre o chamado “futuro do trabalho” sendo moldado diariamente pelos avanços da tecnologia, que viabiliza forças transformadoras poderosas – como, por exemplo, o crescente uso da inteligência artificial, a adoção da automação e a contínua expansão da hiperconectividade.
Entre vários outros avanços, arrisco a dizer que esses três são os que mais trazem implicações práticas para o mercado de trabalho, que por sua vez busca aprender a lidar com eles de uma forma coerente e proativa, tentando se reeducar para acompanhar melhor todas as mudanças que acontecem simultaneamente em nível cultural, ambiental e profissional.
Implicações Gerais
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Para as organizações, essas implicações práticas poderiam ser categorizadas em três grandes segmentos:
### O quê
Não importa a área de atuação, vê-se claramente o avanço da inteligência artificial em temas rotineiros e/ ou repetitivos, abrindo a possibilidade de focar o trabalho humano em áreas que demandem criatividade, empatia e habilidades emocionais.
Com a tecnologia continuando a avançar, as empresas deverão entender:
* Que tipo de trabalho, feito hoje por seres humanos, pode ser substituído ou complementado pela automação, alavancando a propagação de novas tecnologias emergentes?
* Que tipo de reestruturação no quadro de funcionários deve ser feita para acompanhar o impacto da automação – seja ela referente à diminuição de postos de trabalho, seja à criação de novos postos?
* Que tipo de treinamento pode/ deve ser feito para que a força de trabalho esteja apta a lidar com a transformação digital promovida pela tecnologia e, assim, assegurar o sucesso das organizações no futuro?
Esse tema é tão importante que, logo após a última conferência de Davos, o [World Economic Forum](https://www.weforum.org/) anunciou a criação do [Reskilling Revolution](https://www.weforum.org/projects/reskilling-revolution-platform), plataforma global que tem como objetivo viabilizar uma melhor educação, habilidades e melhores empregos a um bilhão de pessoas nos próximos anos.
### Onde
Em grande escala, por meio de novas ferramentas relacionadas a colaboração virtual, mobilidade, agilidade e conexão, a hiperconectividade liberta o trabalho do ambiente físico de um escritório.
Com a adoção do trabalho virtual, ou do trabalho flexível, se expandindo a passos largos nas grandes metrópoles do mundo inteiro, as organizações deverão definir:
* Que tipo de revisão da forma de trabalho deve ser feita para melhor atender standards atuais de produtividade e redução de rastros ambientais?
### Como
As configurações de trabalho estão e continuarão se multiplicando e mudando a forma conhecida dos atuais modelos de trabalho.
De funcionários de carteira assinada e tempo integral, a terceiros, freelancers, [permalancers](https://www.forbes.com/sites/briannawiest/2018/06/13/permalancing-is-the-new-self-employment-trend-youll-be-seeing-everywhere/#1d1f8d19a383) ou consultorias trabalhando por projetos, as empresas terão que identificar:
* Qual a melhor combinação de suas forças de trabalho?
* O avanço da medicina impacta a expectativa de vida, que por sua vez impacta o perfil demográfico dos trabalhadores.
* Como absorver o trabalho dos profissionais que não sairão do mercado de trabalho tão cedo e como aprender a lidar com diferentes estilos geracionais para tirar o máximo proveito disso?
* Além de exigir um aprendizado e adaptação constantes, toda a transformação e impacto nas carreiras levará a um cenário de profissionais com carreiras múltiplas.
* Como aproveitar o profissional multi-carreiras?
Em resumo, a nível organizacional, percebem-se claramente as implicações práticas das novas tecnologias emergentes provocando questionamentos importantes para as empresas, que inevitavelmente já estão, ou estarão, muito em breve, revisando, reorganizando e testando novos modelos de operação.
E em nível individual, como o Futuro do Trabalho impacta a carreira do profissional?
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De forma geral, em pouco tempo a força de trabalho será mais diversificada, multigeracional e digital, provocando implicações bastante práticas para todo profissional se manter relevante no mercado de trabalho. Essas implicações podem ser categorizadas em 2 grandes segmentos:
### O quê
Reconhecendo o avanço da tecnologia e a implicação prática disso para as empresas, caberá ao profissional assumir uma postura ativa, planejar seus próximos passos profissionais, saber o que cada nova etapa demanda e, finalmente, se preparar. O número de troca de empregos aumentará e caberá a ele viabilizar constantemente sua carreira.
Neste contexto, o profissional deverá entender:
* Quais são as [profissões](https://espas.secure.europarl.europa.eu/orbis/node/1416) do futuro?
* Que tipo de habilidades emocionais deverão ser desenvolvidas para poder alcançar o próximo passo na carreira?
* Que habilidade técnica deverá ser desenvolvida para saber como, quando e por que usar as novas ferramentas digitais que forem surgindo?
### Como
Sabendo da multiplicação das configurações de trabalho, caberá ao profissional alavancar a hiperconectividade e aprender a se comercializar, para promover seu próprio nome, manter a empregabilidade e estabilizar a renda.
Com estes desafios, o profissional deverá saber:
* Como divulgar e dar visibilidade para seu trabalho, experiência e autoridade?
* Como assegurar a diferenciação como vantagem competitiva num cenário em constante transformação?
É para estas últimas implicações que a construção e divulgação de uma Marca Pessoal se apresenta como uma resposta muito eficaz.
Marca Pessoal como estratégia de empregabilidade
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Neste ambiente onde as mídias sociais se proliferam continuamente e a [economia GIG](https://www.startse.com/noticia/empreendedores/economia-gig) ganha dinamismo e fluidez, independentemente do setor ou status da pessoa, uma [Marca Pessoal](https://www.fastcompany.com/28905/brand-called-you) tem o poder de viabilizar suas oportunidades profissionais. Ela distingue o profissional de seus concorrentes e permite que ele assuma o controle de sua carreira, por meio de:
* identificação e definição de objetivos;
* geração de conteúdo sobre si mesmo e seu trabalho;
* construção e otimização de sua presença digital;
* demonstração intencional de suas habilidades-chave e conquistas;
* uso de networking a seu favor.
A gestão da Marca Pessoal é um processo vivo, que leva tempo para ser construído e estabelecido, mas que uma vez desenvolvido, acompanha diariamente a pessoa em seu ambiente de trabalho, nos eventos atendidos, durante o almoço postado no Instagram ou no mais recente artigo sobre tecnologia escrito e estrategicamente compartilhado no LinkedIn. Tudo isso constrói e reforça a imagem da pessoa, seu reconhecimento e lembrança por aspectos positivos autênticos – ou seja, coisas que só farão bem para sua reputação e, consequentemente, para sua empregabilidade.
Essa é a relação entre o futuro do trabalho e Marca Pessoal: nesse ambiente em transformação constante que o futuro do trabalho trará, ela se torna um elemento fundamental de comercialização do próprio trabalho.
Boa reflexão!