Gestão de Pessoas

Gestão de benefícios é estratégica no pós-pandemia

Importantes para atrair e reter talentos, além da gestão do trabalho híbrido, a flexibilidade e a diversidade também são relevantes na gestão dos benefícios

Compartilhar:

A pandemia provocou impactos de grandes proporções no mercado de trabalho. Mas à medida que o [modelo híbrido](https://www.revistahsm.com.br/post/retorno-ao-escritorio-deve-ser-hibrido-com-ambientes-integrados-e-gestao) se consolida em boa parte das empresas, a gestão de benefícios manteve suas bases conservadoras. Pelo menos, por enquanto.

Transformá-la será fundamental para atrair e reter talentos daqui para frente.
De saída, é importante entender o contexto desta transformação. O modelo será predominantemente híbrido – especialmente em áreas como tecnologia e backoffice; escalas de três dias online e dois presenciais são uma tendência. As exceções ficam por conta de setores onde a presencialidade é um pilar de funcionamento, como no varejo tradicional e em linhas de produção.

A organização do trabalho tem uma relação direta com a formatação dos benefícios. As equipes estarão cada vez mais espalhadas geograficamente e, portanto, terão necessidades distintas. Ao mesmo tempo, o home office traz novos desafios. Ergonomia e alimentação em casa agora são uma preocupação dos departamentos de [recursos humanos](https://www.revistahsm.com.br/post/tendencias-e-transformacao-do-rh-parte-1).

A diretora executiva de RH da Accenture, Beatriz Sairafi, defende que o modelo híbrido seja o balizador da gestão de benefícios no pós-pandemia. “Esse é um modelo vencedor porque permite o equilíbrio entre a vida familiar e o convívio com os colegas no escritório, sendo ele mesmo visto como uma vantagem”, explicou durante [webinar](https://www.youtube.com/watch?v=pm3IT73Mal0&ab_channel=RevistaHSMManagement) sobre o tema apresentado pela __HSM Management__ e a LG lugar de gente.

## Diversidade e flexibilidade

A resposta ao pós-pandemia depende de duas características: [diversidade e flexibilidade](https://blog.lg.com.br/plano-de-beneficios/). Diversidade para dar poder de escolha aos colaboradores. Flexibilidade para personalizar os benefícios conforme momento de vida e carreira de cada um.

“Com uma oferta ampla, as empresas atendem às diferentes demandas e abrem possibilidades para transitar entre um benefício e outro”, explica o diretor executivo da BenTech, Manoel Jardim. “Por outro lado, isso pode ser custoso para o RH. A missão é pensar em como fazer mais com menos. Não adianta criar soluções que gerem transtorno operacional e aumentem os gastos.”

O dilema é desenvolver o portfólio sem extrapolar as finanças. Já a saída é simplificar. Como? Na alimentação, deixando a escolha entre o vale refeição e o vale alimentação na mão do colaborador. Outra alternativa é deixá-lo optar pelo plano médico e modo de uso que mais lhe convém, agregando programas internos de saúde mental, física e nutricional.

Entra nesse pacote a [adoção de tecnologias](https://www.lg.com.br/bentech/) para o controle legal dos processos e para a promoção do bem-estar em casa. Os recursos podem vir da remodelação dos escritórios no modelo híbrido. Nesse caso, a engenharia financeira direciona a economia com esses espaços para a gestão de benefícios. Até porque parte do cuidado com o colaborador no pós-pandemia envolve as condições de home office.

O cenário legal também deve ser usado a favor. No Brasil, a última reforma trabalhista é um ponto de atenção. A legislação abre espaço, por exemplo, para transformar a participação dos benefícios no total da remuneração em ajuda de custo ao funcionário. Cabe aos departamentos jurídicos contornarem os entraves e abrirem caminhos para atender ao cenário que se avizinha.

Tudo isso mantendo a gestão [de acordo com a cultura organizacional](https://mitsloanreview.com.br/post/como-transformar-a-cultura-em-uma-vantagem-competitiva). Um caso emblemático de como não operar é o da empresa que forneceu créditos de celular como benefício, mas restringia o acesso ao telefone no ambiente de trabalho. Ou seja, a facilidade para os colaboradores precisa ser acompanhada de clareza nas decisões da companhia.

## O papel das lideranças

Considerando os requisitos de flexibilidade, diversidade e sintonia com a cultura da empresa, a gestão de benefícios atenderá aos novos modelos de trabalho. “Ao invés de falar em benefícios, passamos a falar de bem-estar”, resume o executivo de gente & gestão do Grupo Martins S.A, Jorge Feliciano. “E cuidar das pessoas é dar condições adequadas para que elas entreguem resultados.”

Nesse processo, os líderes têm papel crucial. Parte da tarefa deles é criar um ambiente humanizado. Não adianta investir em direitos, treinamentos e instalações modernas se os líderes não estiverem conectados aos colaboradores. Tudo começa por atitudes corriqueiras, como um “bom dia” com um sorriso no rosto. Afinal, as pessoas precisam sentir que estão sendo cuidadas.

“Independentemente da política de benefícios, os gestores de cada departamento têm que estar muito atentos”, afirma o gerente de RH e auditoria do Grupo Itavema, João Carlos Jovino. “Trabalhe as suas lideranças para que elas tenham um mindset voltado para a disrupção que vem por aí. Assim, as empresas conseguirão identificar o que o futuro exigirá em termos de benefícios”, recomenda.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Uncategorized
A inovação vai além das ideias: exige criatividade, execução disciplinada e captação de recursos. Com métodos estruturados, parcerias estratégicas e projetos bem elaborados, é possível transformar visões em impactos reais.

Eline Casasola

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A IA é um espelho da humanidade: reflete nossos avanços, mas também nossos vieses e falhas. Enquanto otimiza processos, expõe dilemas éticos profundos, exigindo transparência, educação e responsabilidade para que a tecnologia sirva à sociedade, e não a domine.

Átila Persici

9 min de leitura
ESG

Luiza Caixe Metzner

4 min de leitura
Finanças
A inovação em rede é essencial para impulsionar P&D e enfrentar desafios globais, como a descarbonização, mas exige estratégias claras, governança robusta e integração entre atores para superar mitos e maximizar o impacto dos investimentos em ciência e tecnologia

Clarisse Gomes

8 min de leitura
Empreendedorismo
O empreendedorismo no Brasil avança com 90 milhões de aspirantes, enquanto a advocacia se moderniza com dados e estratégias inovadoras, mostrando que sucesso exige resiliência, visão de longo prazo e preparo para as oportunidades do futuro

André Coura e Antônio Silvério Neto

5 min de leitura
ESG
A atualização da NR-1, que inclui riscos psicossociais a partir de 2025, exige uma gestão de riscos mais estratégica e integrada, abrindo oportunidades para empresas que adotarem tecnologia e prevenção como vantagem competitiva, reduzindo custos e fortalecendo a saúde organizacional.

Rodrigo Tanus

8 min de leitura
ESG
O bem-estar dos colaboradores é prioridade nas empresas pós-pandemia, com benefícios flexíveis e saúde mental no centro das estratégias para reter talentos, aumentar produtividade e reduzir turnover, enquanto o mercado de benefícios cresce globalmente.

Charles Schweitzer

5 min de leitura
Finanças
Com projeções de US$ 525 bilhões até 2030, a Creator Economy busca superar desafios como dependência de algoritmos e desigualdade na monetização, adotando ferramentas financeiras e estratégias inovadoras.

Paulo Robilloti

6 min de leitura
ESG
Adotar o 'Best Before' no Brasil pode reduzir o desperdício de alimentos, mas demanda conscientização e mudanças na cadeia logística para funcionar

Lucas Infante

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, a robótica ganhou destaque como tecnologia transformadora, com aplicações que vão da saúde e criatividade à exploração espacial, mas ainda enfrenta desafios de escalabilidade e adaptação ao mundo real.

Renate Fuchs

6 min de leitura