Gestão de Pessoas

Gestão de desempenho deve estar alinhada à cultura e ao negócio da empresa

Processo de avaliação exige valores claros, apoio tecnológico e o engajamento de líderes e colaboradores

Compartilhar:

A gestão de desempenho serve para suportar a estratégia de negócios da empresa. Seu objetivo, portanto, é desenvolver os colaboradores e mantê-los alinhados à cultura organizacional, contribuindo para o alcance de metas e resultados. Nesse processo, o setor de recursos humanos pode se deparar com uma série de desafios. Entre eles, identificar o momento e a cultura da corporação, escolher quais públicos priorizar, encontrar a tecnologias de suporte e adaptar o modelo em áreas distintas, como lojas, escritórios e centros de distribuição.

“O que dá certo para uma empresa, pode não dar certo para outra”, aponta a gerente de operações da LG lugar de gente, Daniella Vasconcellos. O segredo está em entender o contexto interno e criar ações que façam sentido para líderes e colaboradores.

Ninguém pode ficar de fora. “A gestão de desempenho não pode ser um projeto do RH. Precisa ser uma iniciativa de todos os setores para desenvolver competências que estejam conectadas aos valores e aos negócios da empresa”, alerta Vasconcellos.

## Por onde começar: o case da Lojas Marisa

No webinar “[Gestão de desempenho como ferramenta de transformação cultural](https://www.google.com/url?q=https://page.lg.com.br/lps/webinar-case-lojas-marisa/&sa=D&source=docs&ust=1637594832593000&usg=AOvVaw0JZQyHfXO6GjagCc0QAbEp)”, a LG lugar de gente apresentou a experiência da Lojas Marisa. Como explicou a gerente de desenvolvimento organizacional & atração da empresa, Roberta Pinheiro, tudo começa pela cultura.

“Primeiro, disseminamos a nossa cultura e criamos competências atreladas aos nossos princípios”, disse. A ideia é que, ao colocar o crachá, os colaboradores se reconheçam como parte em uma missão institucional comum. Nesse caso, a valorização da autoestima da mulher.

Segundo Pinheiro, a gestão de desempenho não pode ser baseada apenas em “quanto” e “o que” os colaboradores entregam. É fundamental considerar o “como”. “A entrega precisa ser aderente aos princípios da empresa”, afirmou.

A partir daí, é possível criar um método formal de avaliação baseado em dados e fatos, o que vai subsidiar a tomada de decisões em relação às pessoas. A meritocracia e a transparência entram para instituir um senso de justiça e deixar os colaboradores cientes do passo a passo da gestão de desempenho.

Na Lojas Marisa, o processo funciona em um ciclo composto pelas seguintes etapas:

– autoavaliação;
– avaliação anual e feedback com participação dos líderes;
– contratação de metas;
– comitê de carreira;
– revisão de metas e feedback.

A adesão é constantemente mapeada e tem se mantido próxima de 100%.

Nem sempre é viável aplicar a gestão de desempenho de maneira global logo de saída. Uma dica é dar o pontapé inicial com projetos pilotos em determinadas áreas e públicos-alvo e estruturar a implementação por fases. “Iniciamos com um [feedback simplificado](https://www.revistahsm.com.br/ebooks/manual-do-feedback). É uma maneira de introduzir os pontos de desenvolvimento, iniciando o aculturamento do processo de meritocracia”, relatou Priscila Piva, especialista em RH e desenvolvimento organizacional da Lojas Marisa.

Ela destacou a necessidade de as empresas adotarem tecnologias capazes de amparar a gestão de desempenho. O desafio está em encontrar soluções conectadas, simples e adequadas aos processos da companhia. “Mais do que um software, tem que encontrar um parceiro que vai estar no mesmo barco com você, mudando a rota e o modelo quando for o caso”, ponderou.

## Errar é parte do processo

Falando em mudança de rota, a gestão de desempenho exige resiliência, principalmente da equipe de RH. Errar faz parte de um processo que envolve ciclos e módulos distintos. O sucesso depende de testar e rever o modelo sempre que for possível.

É por isso que Piva, da Lojas Marisa, lembrou do papel exercido pelos parceiros externos, como os fornecedores de tecnologia. “É indispensável ter uma rede de apoio que nos faça acreditar que existe um propósito maior a ser alcançado no final quando as coisas parecem que não vão dar certo”, completou Pinheiro.

Essa rede de apoio requer também a adesão de patrocinadores internos. Uma parcela do trabalho é conquistar o engajamento da alta gestão, dos vice-presidentes e dos consultores. Cabe aos líderes ajudar na construção do modelo de gestão de desempenho, na tomada de decisão e na apresentação dos resultados.

Entretanto, nada irá funcionar se a empresa manter uma visão imediatista e realizar avaliações esporádicas. O case da Lojas Marisa mostra que a gestão de desempenho deve estar voltada para o futuro, com uma visão para a sucessão de longo prazo. “Queremos ter as pessoas certas para hoje e para o futuro, gerando uma sensação de continuidade para os colaboradores se reconhecerem dentro do processo”, relatou Pinheiro.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
15 de outubro de 2025
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
14 de outubro de 2025
Se 90% da decisão de compra acontece antes do primeiro contato, por que seu time ainda espera o cliente bater na porta?

Mari Genovez - CEO da Matchez

3 minutos min de leitura
ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia
10 de outubro de 2025
Com mais de um século de história, a Drogaria Araujo mostra que longevidade empresarial se constrói com visão estratégica, cultura forte e design como motor de inovação.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
9 de outubro de 2025
Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Laís Macedo, Presidente do Future is Now

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Bem-estar & saúde, Finanças
8 de outubro de 2025
Aos 40, a estabilidade virou exceção - mas também pode ser o início de um novo roteiro, mais consciente, humano e possível.

Lisia Prado, sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
7 de outubro de 2025
O trabalho flexível deixou de ser tendência - é uma estratégia de RH para atrair talentos, fortalecer a cultura e impulsionar o desempenho em um mundo que já mudou.

Natalia Ubilla, Diretora de RH no iFood Pago e iFood Benefícios

7 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de outubro de 2025
Como a evolução regulatória pode redefinir a gestão de pessoas no Brasil

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

4 minutos min de leitura