Conteúdo Patrocinado

Gestão para geração de valor com inovação

No cenário atual, valor significa focar na excelência e na melhoria contínua para garantir relevância no futuro

Compartilhar:

O zeitgeist, conceito associado ao filósofo alemão Friedrich Hegel, é um desafio cada vez maior para as organizações atuais. Ele significa “espírito do tempo” e designa todo o clima intelectual, sociológico e cultural de determinada época, representando o que é mais valorizado por pessoas e organizações naquele momento. Como abordado em matéria da __HSM Management__, o zeitgeist ganha tração à medida que aborda o que gera desconforto nas pessoas – pois o que gera desconforto traz implícita uma demanda. Isso vai formando um inconsciente coletivo que impulsiona a sociedade para uma nova mentalidade.

Nas empresas, independente do porte ou segmento, um dos desafios é alinhar o espírito do tempo à tomada de decisão. Porém, o surgimento de consumidores e investidores ativistas e a voz cada vez mais ativa dos stakeholders fazem com que esse alinhamento seja cada vez mais desejável. O caminho é desafiador já que o atual zeitgeist demanda das empresas uma mudança de paradigma. As companhias terão de continuar gerando valor, mas de forma diferente, acessando novos ecossistemas de negócios para que continuem a ter relevância no futuro.

Mas afinal, o que significa gerar valor? Para Leonardo Marques, professor associado da Audencia Business School, escola de negócios francesa com campi em Nantes, Paris, China e que tem diversas parcerias no Brasil, o conceito de geração de valor evoluiu nos últimos anos e passou a abranger não apenas clientes, mas todos os stakeholders de uma empresa – investidores, sociedade no entorno da companhia, governo etc. Por parte dos gestores, gerar valor envolve ter uma liderança que trabalhe com inovação e aposte na gestão criativa, contando também, quando necessário, com a ajuda da tecnologia. “Algumas atividades podem não gerar valor imediato ao cliente, mas geram para a sociedade, o que agrega reputação à companhia e acabam beneficiando a relação com o cliente”, exemplifica o especialista.

O exemplo usado por Marques ainda mostra a importância da agenda ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) nas empresas que querem gerar valor para os clientes. Uma pesquisa da Data-Makers com 170 CEOs e executivos C-level de empresas que atuam no Brasil em diferentes setores mostrou que 90% dos entrevistados consideram o tema ESG “extremamente importante” ou “importante” para suas organizações. A minoria (42%), porém, considera o desempenho de suas empresas “razoável” no tema.

O especialista da Audencia diz que “repensar valor para múltiplos stakeholders, não apenas para os clientes, significa trazer o ESG para o coração do processo estratégico da companhia”. Para que esse conceito amplo de geração de valor seja aplicado nas empresas, a gestão precisa estar alinhada à visão da organização para o curto e longo prazos, a chamada ambidestria. O primeiro artigo sobre o tema foi publicado há alguns anos na __MIT Sloan Management Review__ e revelou a importância de os gestores serem capazes de se mover rapidamente em direção a novas oportunidades e ajustar-se a mercados voláteis, agregando valor às organizações por meio da gestão simultânea do presente e do futuro. A tarefa é desafiadora. Para muitos líderes um dos obstáculos é como lidar, ao mesmo tempo, com as prioridades e a rentabilidade do presente sem comprometer o olhar para o futuro e mapear tendências e oportunidades de inovação.

Para a Audencia Business School, a ambidestria é potencializada no coletivo. Marques e Nicolas Arnaud, diretor de programas da escola de negócios – em uma entrevista que você confere ainda neste artigo – concordam que a capacidade de equilibrar o presente e o futuro vem da junção de competências de uma equipe. “Existem colaboradores com talento maior para a gestão do dia a dia, com atenção maior aos detalhes, enquanto outros são mais criativos e sentem a necessidade de construir e propor ideias”, aponta Marques. Ele, porém, alerta: deixar um colaborador restrito a um papel – de propor soluções para o futuro da companhia ou tocar atividades cotidianas – pode gerar desmotivação.

Com o objetivo de provocar o gestor a entender e antecipar as implicações econômicas, ambientais, psicológicas e sociais das decisões com uma abordagem inovadora, a Audencia Business School criou o executive master Chief Value Office – voltado para a alta liderança, além de um MBA que tem como público-alvo os jovens talentos que, no futuro, estarão em cargos de liderança. Por meio dos cursos, os gestores ganharão habilidade para, por meio de uma visão sistêmica, desenhar, medir e comunicar o processo de criação de valor. Assim, estarão melhor preparados para o atual espírito do tempo e também para enfrentar os desafios impostos pela gestão ambidestra.

### O papel da tecnologia

No cenário atual, em que a inteligência artificial ganha tração nas empresas, a adoção de novas tecnologias pode impactar positivamente na geração de valor. Antes, porém, de considerar a adoção de uma nova ferramenta, a empresa precisa se perguntar como aquilo vai gerar valor aos seus stakeholders. “A tecnologia é apenas uma ferramenta que está a serviço da estratégia”, diz Marques, que complementa: “se implemento uma nova tecnologia que é muito mais intensiva em uso de energia, por exemplo, posso estar ferindo um outro indicador importante de geração de valor, o de eficiência energética”.

Ou seja, a nova perspectiva de geração de valor medirá todos os impactos – primários e secundários – nas tomadas de decisão. Se o impacto for positivo para um ou mais stakeholders, pode valer a pena o investimento. Caso contrário, será preciso rever a estratégia.

## Empresas-cidadãs

A __HSM Management__ entrevistou Nicolas Arnaud, diretor de programas da Audencia Business School, para entender a conexão entre a geração de valor e o papel das lideranças no novo contexto empresarial. Para o executivo, as empresas são “cidadãs do mundo” e precisam se preocupar com os impactos sociais e ambientais que causam. O francês ainda cita o setor automotivo na Europa como exemplo de ambidestria para os gestores, que precisa, segundo ele, formar uma equipe plural e com competências complementares para alavancar os resultados de curto e longo prazos.

Confira o bate-papo na íntegra:

__HSM Management: No contexto empresarial, o que significa gerar valor? __

__Nicolas Arnaud__: A geração de valor significa aumentar a produtividade para alcançar lucratividade. Portanto, ela anda lado a lado com o crescimento da empresa. Na perspectiva empresarial, gerar valor também significa aumentar o valor psicológico dos produtos e serviços, para torná-los cada vez mais atrativos para os clientes.

Porém, no mercado atual, as empresas não podem se preocupar apenas com a criação de valor financeiro. Uma companhia é, em seu contexto, uma cidadã do mundo e deve se preocupar com o seu impacto social e ecológico.

__Como gestores podem desenvolver a habilidade de focar em atividades cotidianas enquanto executam o planejamento de longo prazo?__

Este é um desafio para qualquer gestor. É preciso ouvir os clientes e o mercado, que estão evoluindo em suas aspirações. A indústria automobilística da Europa pode ser um exemplo nesse aspecto: a União Europeia definiu um horizonte de transição para veículos 100% elétricos. Com isso, o segmento evolui ainda mais rapidamente e os clientes respondem comprando cada vez mais carros elétricos. As montadoras estão prolongando a vida útil dos veículos movidos a combustão ao mesmo tempo em que alargam sua gama de produtos e apostam na versatilidade: o mesmo carro pode ser equipado com motor a combustão ou elétrico.

__Como as empresas podem ajudar os líderes a desenvolverem essa ambidestria? __

Nossos ambientes de negócios estão mais complexos do que nunca, e a resposta parece estar no domínio dessa complexidade. Os gestores precisam saber se cercar de colaboradores com competências diferentes e complementares para pensar nesta nova complexidade. Buscar o debate e procurar novas soluções são formas de lidar com a ambidestria.

__Como fazer líderes se sentirem agentes de transformação nas empresas?__

A transformação deve vir de cima. Para que uma companhia passe por uma transformação, os gestores precisam, frequentemente, se transformar e se convencer de que têm a responsabilidade de contribuir positivamente nos desafios de transformação ecológica e social.

__Onde as estratégias ESG se enquadram nesses conceitos?__

O ESG está, gradualmente, se introduzindo em todas as áreas e questões econômicas, em inovação, financiamento, colaboração, vendas, desenvolvimento, consumo etc. Todas essas atividades precisam ser repensadas para permitir o desenvolvimento de modelos de negócios alinhados aos limites do planeta e à justiça social.

Percepção e o canvas da proposta de valor

Segundo Philip, o valor percebido é “a diferença entre a avaliação que o cliente potencial faz de todos os benefícios e custos relativos a um produto e alternativas percebidas”. Valor é percepção da realidade, a partir daquilo que a sociedade define como algo que tem valor (o espírito do tempo). Quando se fala de design thinking, usa-se muito o canvas da proposta de valor.

![audencia 2](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/3vzjvRfiMvVycpZn05dGGX/de8d59f2c5f37a0af896a4b20a510f9a/Captura_de_tela_2024-01-15_181148.png)

Segundo a Audencia, essa ferramenta é importante porque ajuda a mapear e a conectar o que é realidade e o que é percebido como tal pelo cliente. Isso permite entender o job to be done e também como isso se traduz em dores e ganhos para o cliente. As relações de valor devem oferecer uma escala de benefícios ampla para as pessoas com quem a organização se engaja e relaciona: seja em nível técnico demandado pelos clientes nas peculiaridades do processo produtivo e dos materiais; seja em nível funcional, pelas prestações de serviços de altíssimo nível; seja em nível emocional, pela capacidade de atender também às necessidades e os desejos mais profundos da pessoa. O ponto é: nessa era avançada do capitalismo, para fazer parte do clube é preciso ter compliance e qualidade.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Uncategorized
Há alguns anos, o modelo de capitalismo praticado no Brasil era saudado como um novo e promissor caminho para o mundo. Com os recentes desdobramentos e a mudança de cenário para a economia mundial, amplia-se a percepção de que o modelo precisa de ajustes que maximizem seus aspectos positivos e minimizem seus riscos

Sérgio Lazzarini

Gestão de Pessoas
Os resultados só chegam a partir das interações e das produções realizadas por pessoas. A estreia da coluna de Karen Monterlei, CEO da Humanecer, chega com provocações intergeracionais e perspectivas tomadas como normais.

Karen Monterlei

Liderança, times e cultura, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Entenda como utilizar a metodologia DISC em quatro pontos e cuidados que você deve tomar no uso deste assessment tão popular nos dias de hoje.

Valéria Pimenta

Inovação
Os Jogos Olímpicos de 2024 acabaram, mas aprendizados do esporte podem ser aplicados à inovação organizacional. Sonhar, planejar, priorizar e ter resiliência para transformar metas em realidade, são pontos que o colunista da HSM Management, Rafael Ferrari, nos traz para alcançar resultados de alto impacto.

Rafael Ferrari

6 min de leitura
Liderança, times e cultura, ESG
Conheça as 4 skills para reforçar sua liderança, a partir das reflexões de Fabiana Ramos, CEO da Pine PR.

Fabiana Ramos

ESG, Empreendedorismo, Transformação Digital
Com a onda de mudanças de datas e festivais sendo cancelados, é hora de repensar se os festivais como conhecemos perdurarão mais tempo ou terão que se reinventar.

Daniela Klaiman

ESG, Inteligência artificial e gestão, Diversidade, Diversidade
Racismo algorítimico deve ser sempre lembrado na medida em que estamos depositando nossa confiança na inteligência artificial. Você já pensou sobre esta necessidade neste futuro próximo?

Dilma Campos

Inovação
A transformação da cultura empresarial para abraçar a inovação pode ser um desafio gigante. Por isso, usar uma estratégia diferente, como conectar a empresa a um hub de inovação, pode ser a chave para desbloquear o potencial criativo e inovador de uma organização.

Juliana Burza

ESG, Diversidade, Diversidade, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça os seis passos necessários para a inserção saudável de indivíduos neuroatípicos em suas empresas, a fim de torná-las também mais sustentáveis.

Marcelo Franco

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral