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GPTW: As 100 melhores empresas para trabalhar da América Latina

Em 2020, o ano em que a Terra parou por causa do novo coronavírus, destacar organizações que dão foco nas pessoas ganha ainda mais relevância

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Desde 2005, a consultoria Great Place To Work (GPTW) faz uma pesquisa para revelar as melhores empresas para se trabalhar na América Latina.  Neste ano foram eleitas as Top 25 multinacionais (premiada em três ou mais países da região), as Top 50 pequenas e médias empresas (de 20 a 500 funcionários) e as Top 25 grandes empresas (com mais de 500 funcionários). 

A metodologia do GPTW, reconhecida em 61 países, considera as práticas culturais de gestão de pessoas e a resposta dos colaboradores sobre o ambiente que trabalham em cinco dimensões: credibilidade, respeito, imparcialidade, orgulho e camaradagem. Todos os anos, o resultado da pesquisa é revelado no primeiro semestre, com uma festa de premiação. 

O que ninguém esperava é que entre os dados coletados e os resultados, o mundo seria outro. A pandemia de Covid-19, a quarentena, a crise de saúde e o caos econômico se instalaram por todo o planeta, transformando por completo o mundo que conhecíamos de uma hora para outra. 

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De repente, as pessoas tiveram que ficar em casa e as empresas foram obrigadas a fazer a transformação digital a fórceps. “O que era para levar cinco anos foi feito em apenas cinco dias”, explica Ruy Shiozawa, CEO do GPTW.  Para ele, o mundo que deixamos não existe mais, e muita coisa não vai voltar a ser como antes. “Já existem empresas que estão decidindo continuar no home office mesmo depois do período de distanciamento social.” 

A grande questão que se faz presente nesse novo mundo é: qual problema teremos que resolver daqui para frente? E não é por acaso que as empresas que demonstram maior preparo para essa nova era são aquelas que constam na lista das melhores para trabalhar. 

Segundo Lina Eiko Nakata, cientista de dados do GPTW, são empresas que já trazem em seu mindset a flexibilidade. As organizações com gestores mais abertos sofreram menos na quarentena, ou seja, passaram por algumas adaptações, mas as coisas fluíram. Por sua vez, aquelas empresas mais fechadas, que não admitiam a possibilidade do home office, sofreram muito mais, desde não saber como oferecer as condições e os recursos necessários para um funcionário executar minimamente o seu trabalho, até não saber como lidar com gestores e pessoas a distância. 

Uma das companhias que percebeu rápido toda a mudança e usou a flexibilidade como palavra-chave foi a Rede Accor de hotéis. Ao notar que o setor de turismo seria paralisado, o grupo se movimentou para disponibilizar sua infraestrutura para pessoas em quarentena ou isolamento. A 

Accor foi uma das empresas premiadas no segmento Top 25 multinacionais em 2019. “A solidariedade é um valor crescente e que nesta crise tem uma representação muito forte”, afirma Shiozawa. 

**Destaques nacionais**

Todos os anos, o Brasil é o país com mais empresas representadas no ranking continental, o que mostra que é um mercado bem relevante para a América Latina. Em 2020, foram 235 organizações nacionais elegíveis em todas as categorias. 

O Brasil se destaca no quesito segurança psicológica, um tema cada vez mais relevante no mundo corporativo. “Este é um insight importante, já que mostra uma preocupação das empresas em criar ambientes de transparência e diálogo”, destaca Nakata. E os exemplos vêm de empresas tão diferentes quanto a multinacional Santander, que tem investido fortemente na transformação cultural a partir do RH, como a Gupy, uma startup que já nasce com o DNA de inovação focada nas pessoas.

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Outros destaques estão no Magazine Luiza e no Sabin Medicina Diagnóstica, empresas que  focam na saúde psicológica, diversidade e cuidado com a mulher em suas políticas corporativas. Em uma ação conjunta, por exemplo, as duas corporações ofereceram condições especiais para a compra de máquinas de lavar para as funcionárias da Sabin, depois que um censo interno revelou que poucas possuíam lavadoras e, ao chegarem em casa, ainda tinham que lavar roupa à noite. “Isso mostra a sensibilidade da empresa em perceber que não existe o profissional separado do bem-estar pessoal”, explica Shiozawa. 

Em uma época de mudanças disruptivas, as empresas têm entendido que conseguem resultados por causa das pessoas, e não apesar delas. Ao mesmo tempo que a folha de pagamento costuma ser parte significativa dos custos – principalmente quando falamos em serviços, que representam a maior parte da economia atual –, os funcionários são aqueles que geram maior valor para o negócio. E quando se sentem valorizados e ouvidos, tendem a contribuir e se engajar muito mais, internalizando a missão da empresa. 

Neste momento da crise provocada pelo novo coronavírus, as organizações que priorizarem não somente seus funcionários como também a saúde da sociedade como um todo podem ganhar vantagens no futuro (em médio e longo prazos), pois estão sob escrutínio público. “Mais do que nunca ficou claro que está tudo interconectado, que nenhum país, empresa ou pessoa é capaz de resolver tudo sozinho. Seja qual for o problema que teremos daqui para frente, a solução deve ser coletiva”, destaca Shiozawa. 

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