Liderança

Habilidade para a zona de desconforto

Nada será como antes da pandemia, tanto no mundo real, quanto no empresarial. Depois desses dois anos, a lição que fica é: não se deve repetir o padrão histórico
Elisa Rosenthal é a diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário. LinkedIn Top Voices, TEDx Speaker, produz e apresenta o podcast Vieses Femininos. Autora de Proprietárias: A ascensão da liderança feminina no setor imobiliário.

Compartilhar:

Em março último, vivi minha primeira experiência de um grande evento – um com mais de mil pessoas – nestes tempos pós-pandemia.

Palestrar no palco para uma audiência de um grande número de pessoas me fez reviver um pouco do mundo do qual estávamos afastados há mais de dois anos, mas ainda estávamos todos com máscaras naquele momento.

Já no mês de abril, houve a liberação do uso de máscaras em ambientes externos em todos os estados brasileiros. E, de alguma maneira, isso colocou em risco a percepção dos aprendizados da pandemia, percepção muito debatida nos últimos meses, inclusive por mim aqui nesta coluna.

É essencial entender que não estamos voltando ao que éramos antes e como estávamos acostumados a viver até março de 2020. Basta ver que o trabalho híbrido tornou-se imperativo dentro da esfera empresarial, e a recente medida provisória nº 1.108, regulamentando a “prestação de serviço fora das dependências do empregador”, veio confirmar o fato.

Nas organizacões, não deve haver mais dúvidas de que o ambiente virtual agora é parte fundamental no relacionamento entre equipes e sua gestão. O exercício do trabalho pode ser acompanhado em tempo real, por meio de e-mails, redes sociais, aplicativos de compartilhamento – e decisões estratégicas foram colocadas também nas mãos dos que estão na linha de frente.

Empresas e setores que antes não se abriam para essa possibilidade híbrida não devem mais se enganar. Mesmo sem usar máscaras ao ar livre, a sociedade vive uma nova realidade, que não é nem nunca será igual à que vivíamos antes de 2020.

## Zona de desconforto
O conforto que sentimos ao tirar as máscaras em ambientes públicos deveria ser o estímulo para pensarmos na zona de desconforto, pois é nela que iremos buscar novas soluções de engajamento de pessoas, especialmente em times empresariais.

Charlene Li é autora de seis livros, incluindo o best-seller*[Mindset da Disrupção](https://www.amazon.com.br/Mindset-Disrup%C3%A7%C3%A3o-Algumas-Organiza%C3%A7%C3%B5es-Transformam/dp/8550813753/ref=asc_df_8550813753/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=379725723352&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=6586512387426642342&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=1001650&hvtargid=pla-850541357701&psc=1)* e, em uma recente entrevista para a Forbes, ela antecipa o cenário daqui a uma década, afirmando que nesta projeção de futuro deveremos estar desconfortáveis com os padrões históricos e que teremos que enfrentar essa sensação de desconforto. (Charlene Li também deu uma entrevista exclusiva a __HSM Management__ sobre os líderes necessários aos novos tempos, disruptadores, que é mais verdadeira do que nunca em tempos de desconforto; você pode conferir[aqui](https://www.revistahsm.com.br/post/lideres-disruptadores).)

Se algo lhe parecer estar como “antes”, é hora de você se sentir desconfortável, portanto. É justamente esse padrão histórico que não queremos e nem devemos repetir.

Em 2032, enfatiza Charlene, “o líder faz as perguntas e não distribui apenas as tarefas. A equipe faz o trabalho e explora a diversidade de pensamento. Coragem e confiança vão reinar. Formar equipes e gerar confiança é tudo que as equipes precisarão entender antes de executar.”

É a confiança se consolidando como habilidade socioemocional em ambientes de desconforto, aprendizagem e responsabilidade nas tomadas de decisões. Essa habilidade que recebe ainda mais destaque quando ambientes de trabalho virtuais, como o metaverso, aparecem em nossa dinâmica corporativa.

A confiança que foi e é necessária para que possamos tirar nossas máscaras sem medo também é o elemento fundamental para nos relacionarmos de forma síncrona e assíncrona nesta realidade híbrida e cada vez mais real.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.
12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura