Henrique Turra é um jovem dinâmico, curioso e que procura casar seus ideais com seu trabalho. Entrou na Nestlé antes do programa de trainees propriamente dito, ao pedir estágio lá enquanto ainda cursava administração de empresas na Fundação Getulio Vargas –atuou na área financeira. Quando o estágio acabou, foi contratado como analista na área de inovação, mas, na chamada para o programa de trainees da empresa, sua gestora o incentivou a se inscrever nele. Henrique enfrentou alta concorrência –eram mais de 15 mil inscritos– e conseguiu a vaga: desde o início de 2014 ocupa um dos cargos de trainee da Nestlé. “A maratona seletiva, de testes online, dinâmicas de grupo e entrevistas, já foi um aprendizado em si”, diz.
E já lhe dava o aval para chegar a uma condição diferente –melhor– que a de analista. Será que Henrique, como tantos trainees em processos de seleção concorridos, “subiu no salto alto”? Ele toma cuidado para isso não acontecer. “Quando somos humildes, aprendemos mais.” Para ele, o antídoto é esforçar-se para mostrar ser parte da equipe. Desde que se tornou trainee da Nestlé, Henrique está passando por um job rotation. Começou pela área de vendas, onde trabalhou como repositor em supermercado –arrumava gôndolas, trazia caixas do depósito para a loja, coisas que nunca pensou em fazer. Sua área final será marketing. O que caracteriza a turma de trainees de Henrique é um vínculo de amizade intenso.
Quando podem, andam pela empresa em grupo. Comunicam-se diariamente pelo WhatsApp e gostam de sair juntos para divertir-se. A convivência, que dá a sensação de continuidade da faculdade, agrada particularmente a Henrique. “Não temos competição entre nós, só colaboração.” Vale a pena ser trainee? Para ele, sim, por obter uma visão global da organização e pelo treinamento recebido –pessoas mais dinâmicas e generalistas sentem-se especialmente confortáveis com o programa. Também dá orgulho ser digno do investimento feito pela empresa. A vida dele mudou de 2014 para cá. “Eu era uma pessoa muito tímida e, como o trainee tem vários momentos de exposição a níveis mais elevados na hierarquia da empresa, precisei melhorar muito minha capacidade de comunicação. Levei isso para minha vida pessoal também”, diz, sem timidez alguma. Henrique adora cozinhar, tocar guitarra e cantar.
E ficou contente com o fato de a Nestlé permitir que ele também exerça esses hobbies ali. Nas festas de final de ano, por exemplo, juntou-se a alguns amigos na banda que toca na empresa, formada por trainees e outros colaboradores. Quanto a cozinhar, ele faz isso em casa em “reuniões de trabalho informais”, convidando os amigos trainees para irem lá nos fins de semana.
O evento dos trainees Nestlé até já ganhou apelido: “Fat Sunday” –ou domingo gordo. Henrique Turra marca a estreia desta coluna em HSM Management e também nos remete a quando nós fomos novatas no mundo do trabalho. Muita coisa mudou, tecnológica e organizacionalmente, mas talvez nada tenha mudado na essência: esse período de namoro de um jovem com a empresa continua rico em aprendizados para os dois lados.