O WhatsApp e o Instagram já estão sendo utilizados como mídia por muitas empresas – disseminam seus produtos entre o público conectado sem requerer o investimento da publicidade convencional. O Google logo passará a competir diretamente com a Fiat e outras montadoras. O Airbnb já vale mais que a maior rede de hotéis do planeta, o Hilton. É inegável que o consumidor está muito mais disposto a experimentar novidades e, nos últimos anos, vimos milhares dessas startups derrubarem o domínio de empresas tradicionais.
A grande questão, portanto, é: por que algumas startups conseguem se antecipar às mudanças e tendências com mais facilidade do que outras e do que as empresas tradicionais em geral? A primeira coisa que percebo é que os empreendedores de startups focam nichos de mercado, tentando resolver um problema muito específico. Aqui na Samba, por exemplo, usamos a estratégia de “pinos de boliche”. É uma analogia, claro: focamos um pino de cada vez, assim como focamos um mercado de cada vez, tentando dominar um grande player, geralmente o maior, até que caia e derrube os outros players.
(Nossa bola é a excelência em atendimento e a estratégia de negócios.) Os empreendedores de startups também se diferenciam pelo propósito de inovar, que pode ser resumido em melhorar a vida de alguém, arrumar algo que não funciona ou dar escala para algum produto ou serviço. E os empreendedores de startups buscam, de alguma forma, planejar menos e fazer mais. Eles parecem seguir uma regra do exército canadense, de que eu particularmente gosto bastante: “Se houver disparidade entre o mapa e o terreno, fique sempre com o terreno”. Em nosso mundo, isso significa que os empreendedores precisam ter flexibilidade para identificar mudanças de cenário e para alterar rápido os rumos da empresa, razão pela qual devem testar seu produto no mercado – e falhar quanto antes, se for o caso de falhar.
Se quiserem se antecipar às mudanças, empreendedores e empresas estabelecidas têm de adotar essas três regras e incorporar mais duas dicas, se me permitem. Uma delas é aprender a aproveitar o poder das redes, criando sua própria – terceirizando aquilo que não é sua especialidade, usando os clientes como fonte de inspiração. A outra, importantíssima, é perder o medo de inovar. Que inovem ou morram tentando, se preciso for.