Tecnologia e inovação

Inteligência artificial: oportunidade ou risco?

Para quem quer inovar e intraempreender, esses momentos de grandes mudanças tecnológicas são bastante férteis, principalmente agora com a chegada do ChatGPT. Então, arrisque-se e ative o seu lado i
Alexandre Waclawovsky, o Wacla, é um hacker sistêmico, especialista em solucionar problemas complexos, através de soluções criativas e não óbvias. Com 25 anos de experiência como intraempreendor em empresas multinacionais de bens de consumo, serviços e entretenimento, ocupou posições de liderança em marketing, vendas, mídia e inovação no Brasil e América Latina. Wacla é pioneiro na prática da modalidade Talento sob Demanda no Brasil, atuando como CMO, CRO e Partner as a Service em startups e empresas de médio porte, desde 2019. Atua também como professor convidado em instituições renomadas, como a Fundação Dom Cabral, FIAP e Miami Ad School, além de autor de dois livros: "Guide for Network Planning" e "invente o seu lado i – a arte de

Compartilhar:

Acredito que o assunto ChatGPT já deve ter chegado até você de alguma forma. E não importa se foi pela mídia ou apresentado por alguém fascinado ou preocupado, mas dificilmente você ainda não foi influenciado por essa ferramenta e todas as discussões sobre os impactos de sua chegada.

Em fevereiro, dois meses após seu lançamento, o ChatGPT já tinha mais de 100 milhões de usuários pelo mundo. Sim, 100 milhões. Para referência, o TikTok demorou nove meses e o Instagram, 2,5 anos para alcançar a mesma quantidade de usuários.

Confesso que essa velocidade de adoção me fez revisitar o conceito de early adopters (os pioneiros), desenvolvida por Everett M. Rogers em sua teoria sobre a difusão da inovação. Nela, um pequeno grupo de pessoas, mais disposta ao desconforto e a não precisar de todas as respostas, experimenta e gera um ciclo de segurança para que uma grande maioria adote determinada inovação – os late adopters (os atrasados).

O significado de “pequeno grupo” ou “da velocidade da curva de adoção” foram totalmente pulverizados com essa inovação alcançando 100 milhões de usuários em apenas dois meses. Algo ainda sem precedentes e que indica que as mudanças que a tecnologia vai trazer virão cada vez de forma mais rápida e surpreendente.

Bate a claquete e corta para as empresas. Enquanto o mundo não para de acelerar, adotar novas práticas, mudar comportamentos e padrões, qual tem sido o poder de reação dos negócios? E digo reação, sem nenhum medo de errar, porque a antecipação demanda um desapego ao controle e a previsibilidade, que acredito que ainda não existe entre as empresas estabelecidas.

E se você está surpreso com esse “surgimento” da inteligência artificial (IA), desculpa avisar, mas você não estava lendo os vários sinais dados nos últimos tempos. A IA não é algo tão novo assim.

Deixa eu explicar.

Ela já vem rodeando nossas vidas e negócios há um certo tempo, mas talvez de uma maneira mais suave e menos impactante. São exemplos de IA já presentes em nosso dia a dia os chatbots das centrais de atendimento, os aplicativos de rotas de trânsito (Waze e Google Maps), as assistentes virtuais (Siri e Alexa), os mecanismos de buscas, reconhecimento facial e a lista só vai aumentando.

Ora, mas se não é algo novo, por que estamos tão espantados assim?

A resposta é que agora essa tecnologia está acessível e sem custo nas mãos de qualquer pessoa. Ela nos deu novos poderes antes impensáveis. Hoje seria possível, por exemplo, escrever a base deste artigo, enquanto crio uma playlist com 15 músicas inéditas e preparo as artes e textos dos posts para a página no Instagram de *[O lado i](https://www.instagram.com/o_lado_i/)*. Tudo ao mesmo tempo e através da IA.

Algumas fotos como a do Putin sendo preso ou do Papa em um casaco de grife circularam nas redes sociais recentemente, demonstrando o poder de criação de realidades paralelas (fake news se você preferir) que a IA também apresenta em nossas vidas.

E você pode estar se perguntando: mas e a regulação? Os limites? O que posso ou não fazer?

Sinto informar que, enquanto muitos pensam ou se preocupam, outros fazem e se arriscam, mas aprendem pelo fazer, utilizando uma mentalidade bem comum entre as startups, onde “feito é melhor que perfeito”.

Na maioria das multinacionais onde trabalhei ou que conheci, a aversão ao risco, que geralmente se manifesta pela necessidade de controle sobre o processo e seus resultados, sempre se impunha com algum jargão como “essa é uma boa prática”.

Aprendi e adotei uma frase de outro intraempreendedor, que certa vez, diante de um debate sobre uma decisão importante de negócios disse: “Isso é de morrer ou matar? Não? Então, bora fazer”.

Deixo uma provocação para não perder o costume: use seu medo ou receios frente ao novo como instrumento de mobilização e não de procrastinação. Tempos de grandes mudanças são muito férteis para quem quer inovar ou intraempreender.

E se tiver também dúvidas sobre a medida da adoção de novas ferramentas, minha sugestão é fazer um teste pequeno, mas teste! Desapegue do controle excessivo, da necessidade de métricas (que ainda nem existem) e simplesmente teste com a seguinte mentalidade: se der certo vou fazer mais disso e se der errado vou aprender como melhorar para a próxima vez.

Compartilhar:

Alexandre Waclawovsky, o Wacla, é um hacker sistêmico, especialista em solucionar problemas complexos, através de soluções criativas e não óbvias. Com 25 anos de experiência como intraempreendor em empresas multinacionais de bens de consumo, serviços e entretenimento, ocupou posições de liderança em marketing, vendas, mídia e inovação no Brasil e América Latina. Wacla é pioneiro na prática da modalidade Talento sob Demanda no Brasil, atuando como CMO, CRO e Partner as a Service em startups e empresas de médio porte, desde 2019. Atua também como professor convidado em instituições renomadas, como a Fundação Dom Cabral, FIAP e Miami Ad School, além de autor de dois livros: "Guide for Network Planning" e "invente o seu lado i – a arte de

Artigos relacionados

Bem-estar & saúde, Liderança
26 de novembro de 2025
Parar para refletir e agir são forças complementares, não conflitantes

Jose Augusto Moura - CEO da brsa

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
25 de novembro de 2025

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom Tecnologia

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, ESG
24 de novembro de 2025
Quando tratado como ferramenta estratégica, o orçamento deixa de ser controle e passa a ser cultura: um instrumento de alinhamento, aprendizado e coerência entre propósito, capital e execução.

Dárcio Zarpellon - Chief Financial Officer na Hypofarma

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
22 de novembro de 2025
Antes dos agentes, antes da IA. A camada do pensamento analógico

Rodrigo Magnano - CEO da RMagnano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Cultura organizacional
21 de novembro de 2025
O RH deixou de ser apenas operacional e se tornou estratégico - desmistificar ideias sobre cultura, engajamento e processos é essencial para transformar gestão de pessoas em vantagem competitiva.

Giovanna Gregori Pinto - Executiva de RH e fundadora da People Leap

3 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Liderança
20 de novembro de 2025
Na era da inteligência artificial, a verdadeira transformação digital começa pela cultura: liderar com consciência é o novo imperativo para empresas que querem unir tecnologia, propósito e humanidade.

Valéria Oliveira - Especialista em desenvolvimento de líderes e gestão da cultura

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
19 de novembro de 2025
Construir uma cultura organizacional autêntica é papel estratégico do RH, que deve traduzir propósito em práticas reais, alinhadas à estratégia e vividas no dia a dia por líderes e equipes.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
18 de novembro de 2025
Com agilidade, baixo risco e cofinanciamento não reembolsável, a Embrapii transforma desafios tecnológicos em inovação real, conectando empresas à ciência de ponta e impulsionando a nova economia industrial brasileira.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação, Atitude Collab e sócia da Hub89 empresas

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de novembro de 2025
A cultura de cocriação só se consolida quando líderes desapegam do comando-controle e constroem ambientes de confiança, autonomia e valorização da experiência - especialmente do talento sênior.

Juliana Ramalho - CEO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura
Liderança
14 de novembro de 2025
Como dividir dúvidas, receios e decisões no topo?

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

2 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança