Uncategorized

INVERTA O JEITO DE PENSAR A EDUCAÇÃO CORPORATIVA

O flipped classroom, ou sala de aula invertida, pode fazer sua empresa cumprir mais facilmente o objetivo principal da educação: fazer as pessoas realmente aprenderem
Graziela Moreno é diretora de marketing e comercial da HSM.

Compartilhar:

De tempos em tempos, topamos com termos novos que ressuscitam antigas ideias. Às vezes, conceitos rediscutidos, revisitados ou apenas “de roupa nova” conseguem alguma atenção no mundo corporativo. O flipped classroom, ou sala de aula invertida, não é algo totalmente novo se pensarmos que Vygotsky, Papert e Paulo Freire, cada um em seu tempo, defendiam ideias com um “quê” dessa metodologia que pode transformar a maneira como crianças e adultos aprendem: o aluno estuda o conteúdo previamente e vai à sala de aula para aprofundar seus conhecimentos e praticar os conceitos – tudo isso com o professor mediando e estimulando o aprendizado. 

O modelo no formato como se conhece hoje foi disseminado por quatro pessoas: Eric Mazur, professor de Harvard; Salman Khan, criador da plataforma online de educação livre Khan Academy; e a dupla de professores Jonathan Bergmann e Aaron Sams, do Colorado, Estados Unidos. Todos eles perceberam que suas aulas não surtiam os efeitos esperados em seus alunos. Não se tratava apenas de boas notas, mas de aprendizado real e útil para a vida. Então, começaram a pensar em novas formas de ensinar. 

Olhando para as organizações, vemos o mesmo cenário se repetir: tanto aulas a distância como treinamentos presenciais com modelos tradicionais não empolgam os participantes, nem se revertem em resultado efetivo de aprendizado e mudança de comportamento. É nesse ambiente que o flipped classroom pode entrar para tornar o aprendizado ativo. Ele é dividido em três passos: 

• O primeiro trata do conteúdo e da reflexão sobre este. 

• O segundo é a experiência presencial, que dá sentido ao aprendizado e o enriquece. 

• O terceiro reforça o aprendizado e sua prática. 

> O APRENDIZ VAI PARA O CENTRO DO PROCESSO, DEIXANDO DE TER PAPEL PASSIVO

Essa metodologia ressignifica todo o modelo de desenvolvimento que conhecemos. Para começar, o aprendiz é colocado no centro do processo, deixando de ter papel passivo. Já o professor vira um mediador, facilitando o aprendizado em vez de apenas “descarregar” o conteúdo em sala de aula. Por último, o aprendizado se torna ativo, investigativo, cooperativo e colaborativo. 

Há quatro pilares nesse modelo: (1) ambiente flexível, (2) cultura de aprendizado, (3) conteúdo intencional e (4) educador profissional. Esse conjunto estrutural metodológico oferece ao aprendiz a possibilidade de escolher quando e onde aprender, envolvendo-o no processo de construção do conhecimento, e dá ao professor o poder de eleger conteúdos relevantes e torná-los acessíveis. Por último, coloca o professor em uma posição ainda mais relevante no processo, na qual ele passa a ser o grande responsável por criar conexões e prover maior sentido ao conteúdo disponibilizado. 

Com as tecnologias atuais, os tipos e variedades de conteúdos são virtualmente inesgotáveis, sejam eles pagos ou gratuitos, e qualquer coisa pode virar fonte de estudo, de uma visita a uma exposição de arte ou a uma fábrica até um game. Não se pode, contudo, esquecer o principal objetivo da educação, que é fazer as pessoas aprenderem, como já disse Ken Robinson, e, com o flipped, esse objetivo fica mais fácil de ser cumprido. Vale a pena inverter o jeito de pensar a educação corporativa

Compartilhar:

Artigos relacionados

Tecnologia

DeepSeek e IA global: Uma corrida por supremacia, não por ética

A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Upskilling e reskilling: preparando-se na era da IA Generativa

A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Customer experience: como encantar e fidelizar clientes na era da personalização inteligente

Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Idade não é limite: combatendo o etarismo e fortalecendo a inclusão geracional no trabalho

O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Gestão de Pessoas
Polímatas e Lifelong Learners: explorando perfis distintos que, juntos, podem transformar o ambiente de trabalho em um espaço de inovação, aprendizado contínuo e versatilidade.

Rafael Bertoni

4 min de leitura
Uncategorized
Liderança em tempos de brain rot: como priorizar o que realmente importa para moldar um futuro sustentável e inspirador.

Anna Luísa Beserra

0 min de leitura
Gestão de Pessoas
Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Laís Macedo

4 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar empresas que continuamente estão inovando é um desafio diário, mas cada questão se torna um aprendizado se feito com empatia e valorização.

Ana Carolina Gozzi

3 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A experiência varia do excepcional ao frustrante, e a Inteligência Artificial (IA) surge como uma aliada para padronizar e melhorar esses serviços em escala global.

Flavio Gonçalves

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
No cenário globalizado, a habilidade de negociar com pessoas de culturas distintas é mais do que desejável; é essencial. Desenvolver a inteligência cultural — combinando vontade, conhecimento, estratégia e ação — permite evitar armadilhas, criar confiança e construir parcerias sustentáveis.

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
ESG
A resiliência vai além de suportar desafios; trata-se de atravessá-los com autenticidade, transformando adversidades em aprendizado e cultivando uma força que respeita nossas emoções e essência.

Heloísa Capelas

0 min de leitura
ESG
Uma pesquisa revela que ansiedade, estresse e burnout são desafios crescentes no ambiente de trabalho, evidenciando a necessidade urgente de ações para promover a saúde mental e o bem-estar nas empresas.

Fátima Macedo

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Enquanto a Inteligência Artificial transforma setores globais, sua adoção precipitada pode gerar mais riscos do que benefícios.

Emerson Tobar

3 min de leitura
Gestão de Pessoas
Entenda como fazer uso de estratégias de gameficação para garantir benefícios às suas equipes e quais exemplos nos ajudam a garantir uma melhor colaboração em ambientes corporativos.

Nara Iachan

6 min de leitura