Desenvolvimento pessoal

Jacson Fressatto, a dor e a Robô Laura

Depois de Perder a filha de 18 dias de vida devido a uma infecção hospitalar, esse curitibano decidiu empreender criando um app de prevenção à sepse que já salvou mais de 9 mil vidas em três anos e agora ganha novos usos

Compartilhar:

O que vem primeiro, o propósito ou o business plan? No caso do curitibano Jacson Fressatto, uma tragédia pessoal: a perda da filha de 18 dias de vida em 2010, vítima de uma infecção hospitalar conhecida como sepse. Movido pela dor, Fressatto, que era formado em análise de sistemas e especialista em segurança corporativa, investiu todo o seu tempo e seus recursos, vendendo casa e carro, para montar um sistema de computação cognitiva para ajudar hospitais no combate à sepse. 

Depois de tentativas frustradas de conseguir apoio governamental, Fressatto encontrou Cristian Rocha, especialista em inteligência artificial que o ajudou a criar uma robô. Laura é um sistema de interoperabilidade de dados, baseados em uma IA que se conecta nos sistemas do hospital, do laboratório, na farmácia da instituição, coleta dados da unidade de terapia intensiva e cruza os dados dessas diferentes fontes para fornecer aos médicos uma análise preditiva da condição do paciente. “A grande vantagem que Laura traz é identificar casos críticos de sepse muito mais rapidamente do que a equipe médica.” O resultado: lançada em 2016, Laura já salvou mais de 9 mil vidas segundo dados coletados por um cientista de dados independente. A robô já recebeu vários prêmios internacionais de inovação e está sendo utilizada em seis hospitais filantrópicos do Paraná e de São Paulo.

Este ano será o momento do grande salto de Laura. O plano é ampliar a atuação de seis para 60 instituições Brasil afora. “Iniciamos o projeto em hospitais filantrópicos porque eles cuidam de 60% do atendimento hospitalar no País”, diz Fressatto. “Já a rede pública é um problema devido à burocracia. Tentamos durante dois anos doar a IA Laura para a Prefeitura de Curitiba e não conseguimos devido a entraves burocráticos. Mas já temos projetos em curso no Hospital A.C.Camargo em São Paulo com ótima aceitação.” Laura também está entrando em outros países, com parcerias na América Latina e nos EUA, e ganhando irmãos mais novos, com produtos para a indústria, vendas e logística.

Para Fressatto, a lição fundamental para quem quer mudar algo na área de saúde é uma só: “Coloque-se no lugar do paciente. Nesse esforço de empatia, a desistência não é uma opção”.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.
12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura
Cobertura de evento
Cobertura HSM Management do “evento de eventos” mostra como o tempo de conexão pode ser mais bem investido para alavancar o aprendizado

Redação HSM Management

2 min de leitura