Uncategorized

Kelly Rocha, uma líder do “grande sertão: veredas”

é CEO do Grupo Anga e estrategista da Eureca!.

Compartilhar:

Nas últimas semanas, tenho tido o grande privilégio de viajar por alguns lugares do interior do Brasil para conhecer a fundo o impacto do cooperativismo financeiro em comunidades e vejo claramente: os talentos estão em toda parte. Tem sido fabuloso testemunhar a transformação das comunidades e o surgimento de líderes que talvez fossem considerados improváveis. 

Venho apresentando neste espaço jovens com alto potencial de liderança que estão empreendendo mudanças relevantes no Brasil, e hoje é a vez de uma high potential do “grande sertão: veredas”, que, com seus 17 anos de idade, impressionaria até Guimarães Rosa. 

Em uma das recentes viagens ao município de Chapada Gaúcha, no interior de Minas Gerais, conheci a menina Kelly, presidente de sua cooperativa escolar, a Unicoop. Herdou o espírito empreendedor do avô produtor de leite e da mãe comerciante. Desde muito cedo, começou a trabalhar no bar da família, em horários nos quais não estava na escola. 

No ensino médio, foi estudar na Escola Getúlio Inácio de Farias, que fica a 70 quilômetros de estrada de terra de Chapada Gaúcha, e rapidamente se envolveu com a Unicoop. Estimulada por amigos que reconheciam sua liderança, Kelly montou uma chapa, candidatou-se e se elegeu presidente da cooperativa escolar, passando a liderar centenas de alunos dos ensinos fundamental e médio engajados em um movimento de transformação social. “Meu pai me ajuda muito”, diz, modesta. 

Cooperativas escolares, fomentadas pelo Sicoob com apoio do Sebrae, Banco Central e outros parceiros, possibilitam que alunos de escolas do chamado Brasil profundo tenham aulas de empreendedorismo, educação financeira e cooperativismo e pratiquem tudo isso na própria cooperativa. Eles exercitam liderança, organização, trabalho colaborativo e produzem hortaliças, doces, biscoitos e artesanato para vender à comunidade local, gerando renda para reinvestir na escola e nos alunos e ainda mais aprendizado. 

Kelly acredita em um futuro marcado pela colaboração. “Trabalhando juntos, somamos forças para que a comunidade se desenvolva mais rápido e os jovens também”, ela me disse com brilho nos olhos, reforçando que a solução para o País é a educação cooperativista. 

O fato é que, sob a liderança de Kelly, a Unicoop vem registrando ótimos resultados: caíram consideravelmente as taxas de evasão escolar, aumentaram os índices de aproveitamento e engajamento dos alunos. Assim, Kelly e outros cooperados caminham a passos largos para a universidade, apesar de todas as limitações dessa região do Brasil, que é extremamente pobre. 

A menina Kelly, de 17 anos, simboliza uma geração de jovens líderes com consciência e com muita vontade de transformar o Brasil. Não parece desanimar diante de todas as dificuldades que se apresentam. 

Se o leitor quiser minha opinião, o Brasil não precisa de heróis, mas de líderes jovens como a menina mineira. A boa notícia é que eles já estão sendo formados. O desafio? Ainda precisamos de muito mais Kellys.

SAIBA MAIS SOBRE **KELLY ROCHA** **![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/173a4916-a1fb-4d8e-ac68-41024e84ab31.png)**

Presidente da Cooperativa Escolar Unicoop, a mineira Kelly Rocha, de 17 anos, tem o sonho de fazer faculdade: quer cursar ciências contábeis ou administração. Seu objetivo é um dia empreender a própria cooperativa e potencializar o comércio da família. Para ir se adiantando, faz curso técnico de auxiliar administrativo toda sexta-feira à tarde na cidade de São Francisco, pedindo carona na comunidade e enfrentando horas de moto e balsa.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.
12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura
Cobertura de evento
Cobertura HSM Management do “evento de eventos” mostra como o tempo de conexão pode ser mais bem investido para alavancar o aprendizado

Redação HSM Management

2 min de leitura