Estratégia e execução, Liderança, Marketing e vendas

Lições da rainha do pop

Conheça alguns dos aspectos-chave do modelo que tem feito a cantora Beyoncé levar sua influência para além do mundo da música, inspirando empresas de vários setores

Compartilhar:

A cantora Beyoncé dispensa apresentações. Com mais de  75 milhões de discos vendidos e 20 prêmios Grammy, seu nome se tornou uma marca mundialmente conhecida, e a influência de seu sucesso vai muito além do setor da música. Tão além que tem inspirado executivos de destaque a reavaliar estratégias, segundo a revista Fast Company. Jonathan Mildenhall, diretor de marketing do Airbnb, ressaltou à FC seu domínio sobre branding.  “Como produto, ela é incrivelmente consistente, em cada álbum, show, vídeo, entrevista e acordo comercial. E possui algo que poucos têm:  a compreensão de como fazer a marca evoluir.” Beth Comstock, vice-chairman da GE, fez um paralelo entre a imagem de sua empresa no estágio atual (“geek”, “vulnerável”) e a de Beyoncé (“que se expõe e fica vulnerável às críticas”) – mesmo com a vulnerabilidade contrariando a cartilha do branding. Essa influência levou a FC a investigar quais seriam as lições de Beyoncé, que concentra seus negócios na Parkwood Entertainment, para os gestores. Descobriu dez:

**1. Força.** Uma das forças da marca Beyoncé é o vídeo, cuja importância é crescente na atual cultura digital. “Eu vejo a música; é mais do que apenas ouvir”, disse a cantora certa vez.

**2. Narrativa.** Por exemplo, ela utilizou seu mais recente álbum, Lemonade, para redefinir a narrativa sobre a suposta traição de seu marido, Jay-Z. Com isso, mostrou-se mais “humana” e estreitou os laços com seu público.

**3. Autenticidade.** Beyoncé já teve alguns posicionamentos políticos (a favor do movimento Black Lives Matter ou das mulheres, por exemplo), ou seja, não recuou por medo de perder fãs, como acontece com tantos.  Ao agir de modo autêntico, ganhou novos fãs e, sobretudo, reforçou os laços com os fiéis. 

**4. Marketing e produto.** Ela está apagando a fronteira entre o produto em si e as ações de promoção do lançamento. O álbum Lemonade faz as vezes de um espaço cultural do qual os fãs sentem fazer parte.

5. Senso de urgência. Entendendo como a informação se espalha pela internet, Beyoncé lançou Lemonade sem nenhuma divulgação prévia, valendo-se do efeito surpresa.

**6. Risco e disciplina.** Ela se equilibra bem entre se agarrar ao que é tradicional e correr para o novo sem compreender plenamente as implicações disso, ou seja, achou seu meio-termo entre as duas abordagens.

**7. Olhar para dentro.** Sua carreira teve vários pontos de inflexão, marcados por escolhas pouco convencionais – por exemplo, depois do sucesso pop do álbum Destiny’s Child, ela retornou ao hip-hop e ao R&B. 

**8. Coragem planejada.** A estratégia multiplataformas de Lemonade, incluindo o filme de 65 minutos, era um grande risco, pela fortuna que custaria. Beyoncé teve a coragem de bancar essa visão (e outras), mas sempre com um planejamento cuidadoso.

**9. Longo prazo.** Em vez dos eventos típicos das celebridades instantâneas, ela prefere aproveitá-los para gerar valor duradouro, cruzando know-how cultural e de marketing. Para lançar a coleção de roupas Ivy Park, fez uma joint venture em vez de só o buzz.

**10. Ser imprevisível.** Beyoncé produz surpresas; assim, abre espaço na poluição de informações da cultura digital.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Empreendedorismo
A Geração Z não está apenas entrando no mercado de trabalho — está reescrevendo suas regras. Entre o choque de valores com lideranças tradicionais, a crise da saúde mental e a busca por propósito, as empresas enfrentam um desafio inédito: adaptar-se ou tornar-se irrelevantes.

Átila Persici

8 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A matemática, a gramática e a lógica sempre foram fundamentais para o desenvolvimento humano. Agora, diante da ascensão da IA, elas se tornam ainda mais cruciais—não apenas para criar a tecnologia, mas para compreendê-la, usá-la e garantir que ela impulsione a sociedade de forma equitativa.

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
ESG
Compreenda como a parceria entre Livelo e Specialisterne está transformando o ambiente corporativo pela inovação e inclusão

Marcelo Vitoriano

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O anúncio do Majorana 1, chip da Microsoft que promete resolver um dos maiores desafios do setor – a estabilidade dos qubits –, pode marcar o início de uma nova era. Se bem-sucedido, esse avanço pode destravar aplicações transformadoras em segurança digital, descoberta de medicamentos e otimização industrial. Mas será que estamos realmente próximos da disrupção ou a computação quântica seguirá sendo uma promessa distante?

Leandro Mattos

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Entenda como a ReRe, ao investigar dados sobre resíduos sólidos e circularidade, enfrenta obstáculos diários no uso sustentável de IA, por isso está apostando em abordagens contraintuitivas e na validação rigorosa de hipóteses. A Inteligência Artificial promete transformar setores inteiros, mas sua aplicação em países em desenvolvimento enfrenta desafios estruturais profundos.

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
Liderança
As tendências de liderança para 2025 exigem adaptação, inovação e um olhar humano. Em um cenário de transformação acelerada, líderes precisam equilibrar tecnologia e pessoas, promovendo colaboração, inclusão e resiliência para construir o futuro.

Maria Augusta Orofino

4 min de leitura
Finanças
Programas como Finep, Embrapii e a Plataforma Inovação para a Indústria demonstram como a captação de recursos não apenas viabiliza projetos, mas também estimula a colaboração interinstitucional, reduz riscos e fortalece o ecossistema de inovação. Esse modelo de cocriação, aliado ao suporte financeiro, acelera a transformação de ideias em soluções aplicáveis, promovendo um mercado mais dinâmico e competitivo.

Eline Casasola

4 min de leitura
Empreendedorismo
No mundo corporativo, insistir em abordagens tradicionais pode ser como buscar manualmente uma agulha no palheiro — ineficiente e lento. Mas e se, em vez de procurar, queimássemos o palheiro? Empresas como Slack e IBM mostraram que inovação exige romper com estruturas ultrapassadas e abraçar mudanças radicais.

Lilian Cruz

5 min de leitura
ESG
Conheça as 8 habilidades necessárias para que o profissional sênior esteja em consonância com o conceito de trabalhabilidade

Cris Sabbag

6 min de leitura
ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura