O guru do marketing Seth Godin costuma escrever sobre gestão, liderança e, claro, marketing em seu canal na plataforma Medium. São textos curtos, divertidos e cheios de insights. Em um deles, ele fala sobre trabalho criativo e a importância dele para a liderança. E traz uma ótima definição: “Trabalho criativo é o ato humano generoso de fazer algo que pode não funcionar para tentar resolver um problema”.
Godin acredita que criatividade é inerente à liderança, mas não aos gestores. “Líderes são exploradores, vão a lugares novos. Gestores tomam decisões, usam a autoridade para melhorar os resultados. Os líderes têm de inventar o que é possível”, afirma.
A liderança, para Godin, tem a vontade como componente intrínseco: um verdadeiro líder lidera voluntariamente e é seguido também voluntariamente pelos liderados. “Quando se tem poder e autoridade, porém, gerir passa a ser tentador, porque os gestores conseguem o que já conseguiram ontem de forma mais rápida e mais barata.”
Em geral, as empresas esperam que os gestores saibam exatamente os passos envolvidos em seu trabalho, e que ele seja realizado sem falhas. E isso, para Godin, não se aplica aos líderes, já que eles nunca fazem o que já fizeram antes. “Não é necessária uma permissão ou um crachá para ser criativo. Só é necessário realmente se importar em resolver problemas interessantes e conseguir envolver pessoas que estejam dispostas a apoiar você na jornada.”
Em artigo para a revista MIT Sloan Management Review Brasil ele vai além, e discute como não sucumbir ao canto da sereia da tecnologia, que favorece muito mais a gestão do que a liderança. “O líder moderno pode usar o carisma digital para delinear sua visão, descrever suas metas e agregar pessoas à sua empreitada”, afirma. Mas o carisma digital exige canais humanos, aqueles que expõem. O lugar dos líderes é nas redes sociais, e não no e-mail ou no Slack.