Estratégia e Execução

Livros brasileiros lá fora

Com políticas focadas e capacitação das editoras, o Brasil finalmente começa a conquistar leitores de ficção mundo afora de modo sistemático

Compartilhar:

O impacto de histórias, reais ou ficcionais, na marca de países como EUA, Inglaterra, França e Itália, entre outros, já foi bastante estudado. É consenso que tanto os livros como o cinema abrem caminho para seus produtos no mundo inteiro. 

O Brasil tem isso nas telenovelas, mas não no ramo dos livros. Nos últimos anos, contudo, o Brasil tem se tornado um vendedor de livros. Entre outras iniciativas, há o Programa de Bolsas para Traduções de autores brasileiros, da Fundação Biblioteca Nacional, que até 2020 financiará a versão de obras brasileiras para outras línguas, por editoras estrangeiras, e um trabalho coordenado da Câmara Brasileira do Livro (CBL) com a Apex-Brasil, no programa Brazilian Publishers, que priorizou mercados-alvo: EUA, México, Colômbia e Chile, nas Américas; Alemanha e França, na Europa; Angola, na África; e Coreia do Sul, na Ásia. Três movimentos sustentam o fenômeno em paralelo: 

**1 – Maior demanda.**

Para Anna Luiza Cardoso, agente literária da VBM, que representa autores brasileiros no exterior, o mercado internacional agora procura novos autores que tenham um trabalho local de alcance global. Entre os nomes que se internacionalizam, Raphael Montes e seus livros policiais, representados pela VBM, já chegaram a quase dez países. 

Outro exemplo é Edney Silvestre, romancista que recentemente chegou às livrarias da Inglaterra e conquistou várias resenhas positivas.

**2 – Empreendedorismo de agentes literários e autores.**

Não apenas os agentes estão mais ativos, como os autores tomam a ini- ciativa. O escritor infanto juvenil Ilan Brenman cavou seu espaço indo aos principais eventos literários do mundo, como a Feira de Frankfurt e a de Bolonha, a maior do segmento infantil. 

O autor do best-seller Até as Princesas Soltam Pum tem mais de 60 títulos publicados no Brasil e 11 no exterior, em países como Espanha, Itália, França, Suécia, Dinamarca e Coreia do Sul. Hoje, seu livro mais famoso já está na sétima edição na Espanha e virou até musical em Barcelona. Bernardo Kucinski, autor de K., comovente romance sobre os desaparecidos da ditadura brasileira, é outro exemplo: o jornalista e professor aposentado da USP acionou sua rede de contatos da época em que era correspondente do jornal The Guardian e seu premiado livro já está publicado na Inglaterra, na Espanha (em espanhol e em catalão) e na Alemanha, e tem lançamento previsto em Israel, Itália, Japão e Argentina. 

**3 – Libertação pelo e-book.**

A editora Sextante tentou vender o livro Sonho Grande, best-seller de Cristiane Correa sobre o trio de empresários da Ambev, para uma editora estrangeira, como conta seu sócio Marcos da Veiga Pereira, mas não conseguiu. O argumento: os protagonistas não eram conhecidos lá. Então, produziu um e-book para vender na Amazon. Os R$ 40 mil investidos na versão para o inglês já se pagaram, em especial depois de o megainvestidor Warren Buffett recomendar o livro em um evento.

Compartilhar:

Artigos relacionados

O futuro dos eventos: conexões que transformam

Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura