O visionário Ray Kurzweil, que ganhou o “Nobel” da inovação da revista The Economist, o Innovation Award, e vem acertando previsões sobre o futuro desde 1990, profetizou em uma entrevista exclusiva a nossa editora, Adriana Salles Gomes, no final de 2011: “A realidade virtual será mais real do que a realidade”.
A Adriana ficou “revoltada” com a declaração na época, mas o fato é que cinco anos mais tarde, em 2016, há alta probabilidade de a profecia se cumprir. Players mundiais do porte de Facebook, Samsung, Google e Apple estão investindo pesada e consistentemente em RV, e a tecnologia deixa de ser um brinquedinho de gamemaníacos para tornar-se uma plataforma digital tão valiosa quanto o smartphone.
As aplicações para ela – e os negócios com ela – serão quase infinitas: onde houver necessidade de experiência sob demanda e de interação humana, poderá haver realidade virtual. Eu não me assusto com a profecia de Kurzweil; se, de um lado, a realidade virtual pode isolar pessoas, de outro, tende a aproximá-las mais do que as mensagens de texto atuais, como lembra Jeremy Bailenson, de Stanford, referência mundial do tema e nosso entrevistado. Além disso, considero um privilégio poder testemunhar de perto a ascensão de uma plataforma tão poderosa e até poder contribuir para definir seus contornos no mundo. Por isso, em nossa democrática votação de capas desta edição – uma disputa acalorada na redação –, votei pela realidade virtual em todas as rodadas e ainda fiz campanha de e-mail marketing com os demais eleitores (risos).
Agora, admito publicamente que o outro candidato à capa, o dossiê das ferramentas de gestão, foi um concorrente muito difícil de bater. Em primeiro lugar, seu conteúdo está matador – explica a euforia em torno de design thinking, lean startup, canvas de modelo de negócio e storytelling pela lacuna que estes cobrem nas empresas brasileiras e apresenta o conhecimento essencial sobre cada um, por meio de especialistas especializadíssimos.
Em segundo lugar, é imediatamente útil, pois suas soluções podem mitigar os efeitos nocivos da crise atual. Toda edição de nossa revista é feita de “escolhas de Sofia” desse gênero; não somos uma daquelas publicações de um tiro só.
Como as capas perdedoras precisam ser homenageadas, honro aqui o ranking de empresas mais inovadoras feito pelo BCG, identificador dos quatro fatores de inovação que realmente fazem diferença. E a reportagem sobre a nova investida de Elon Musk, agora em baterias elétricas para residências e empresas, além dos carros. (Já vendeu um ano de produção; quem não queria isso, hein?!) E a entrevista de Ron Heifetz, de Harvard, sobre discurso e prática da liderança adaptativa.
E o artigo sobre agilidade da McKinsey… Ah, nesta edição, renovamos as colunas: agora, dividem-se em temas e os colunistas são rotativos, brasileiros e estrangeiros. Conferi uma por uma e estão excelentes, desde a do Robert Safian, editor da Fast Company, até a do Tallis Gomes, da Easy Taxi. Sugiro não perder.
P.S. – Last, not least, convido-o a conhecer nosso novo site: revistahsm.com.br. É nosso conteúdo ficando cada vez mais fácil de usar em seu negócio e sua carreira.