Estratégia e Execução

Mais um contra a internet

Está virando moda combater a euforia geral com a rede mundial de computadores; agora é um empreendedor do Vale do silício que vem falar mal dela

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> **Saiba mais sobre Andrew Keen**
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> Nascido no Reino Unido, e formado em história e ciência política, Andrew keen fundou a Audiocafe.com em 1995 e teve sucesso por um tempo. Não é a primeira vez que atrai a atenção dos interessados nos impactos da internet. seus livros anteriores, O Culto do Amador e Vertigem Digital, também deram o que falar.

Outro livro engrossa as fileiras dos que atacam o mundo novo gerado pela internet. Somando-se a autores como Evgeny Morozov (The Net Desilusion: the Dark Side of Internet Delusion), Jaron Lanier (Gadget: Você Não É um Aplicativo) e nicholas Carr (A Geração Superficial), Andrew Keen acaba de lançar The Internet Is Not the Answer, argumentando que, ao contrário da crença geral, ela está longe de resolver nossos problemas. 

Em uma resenha sobre a obra para a revista strategy+business, o jornalista Edward Baker destaca a ideia central de Keen: em vez da democracia e da diversidade prometidas, conseguimos “menos empregos, superabundância de conteúdo, infestação de pirataria, monopolistas da internet e o estreitamento radical de nossa elite econômica e cultural”. Se o argumento econômico de Keen é o de que “a tecnologia distribuída não necessariamente leva a uma economia distribuída”, gerando maior concentração em vez disso, o argumento cultural é ainda mais incisivo. 

De acordo com uma estimativa, só em janeiro de 2013, 432 milhões de usuários da internet pesquisaram ativamente conteúdos que infringem os direitos autorais. E o aspecto individual? Os números assustam. Como os artistas podem ganhar a vida se, depois de sua música ser ouvida mais de 3 milhões de vezes no site Pandora, a compositora Ellen Shipley recebeu um cheque de US$ 39,61?

Apesar do tom de lamentação, o que Keen diz merece ser ouvido. Para ele, a destruição criativa de Schumpeter só é boa quando se cria algo além de valor para o acionista no lugar do que for destruído. Se a internet não é a resposta, qual é? 

> **Inviável**
>
> Por mais de 3 milhões de downloads de sua música no site Pandora, Ellen Shipley recebeu apenas US$ 39,61

Na visão de Keen, a solução é a própria internet em uma versão amadurecida, depois de ser submetida a mais controles de governos e da sociedade, e quando os próprios desintermediadores forem desintermediados. A experiência do autor com negócios digitais e mais de 40 páginas de notas de rodapé garantem solidez ao livro. Ele faz pensar: assim como o carro foi do céu ao inferno entre os consumidores, o mesmo parece ocorrer com a internet –só que mais rápido. Uma certeza? Nenhum dos dois desaparecerá.

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