A participação dos líderes na criação do ambiente digital hoje é fundamental não só para movimentar a economia. As estratégias que adotarmos agora vão moldar a sociedade e o próprio caráter humano no futuro.
Os ganhadores do prêmio Nobel Robert Shiller, George Akerlof e Richard Thaler escreveram sobre como as empresas tentam manipular e explorar nossos preconceitos cognitivos e nossas fraquezas psicológicas na internet. Dois tipos de manipulação são especialmente comuns: a exploração deliberada de lacunas nas informações e de vieses comportamentais (phishing); e a adição deliberada de atrito para dificultar as boas escolhas (sludge).
A interseção de dados, desequilíbrios de informações e marketing inteligente abrem oportunidades para explorar nossos preconceitos. Os teóricos da conspiração podem afirmar que nossos dispositivos ouvem nossas conversas, quando, na verdade, os dados que compartilhamos voluntariamente são mais do que suficientes para prever o que podemos comprar, quando, quanto estamos dispostos a pagar e as decisões erradas que podemos tomar no percurso.
Programadores conscientes procuram projetar sistemas e processos para ajudar as pessoas a fazer melhores escolhas para si – por exemplo, usando padrões que facilitam a economia, classificando negócios com base no melhor valor e nos dizendo o que outras pessoas como nós fazem.
Essa é a hora de a indústria e o governo abordarem as preocupações públicas reais e apropriadas que existem em torno de questões que vão dos vieses algorítmicos e da desinformação até a saúde mental de crianças e jovens online. Um entendimento sofisticado do comportamento humano – incluindo o diálogo ativo e construtivo com o público – deve estar no centro da concepção de soluções políticas bem-sucedidas.
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