Gestão de Pessoas

Medindo a eficiência de um jeito mais eficiente

Olhando mais para a liberdade e menos para o controle, devemos ter em mente que as pessoas precisam de autonomia para decidir em qual contexto conseguem produzir mais
__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

Um dos receios da gestão ao adotar o trabalho remoto é como medir a produtividade. Será que as pessoas trabalham da mesma forma como se estivessem nos escritórios? Tivemos pelo menos um ano e meio para avaliar as lições desse novo jeito de trabalhar. O que esses meses nos ensinaram?

O resultado depende de vários detalhes, mas essencialmente de como medimos sucesso. Se sucesso pode ser resumido na quantidade de horas trabalhadas, talvez tenha sido bem útil – trabalhamos mais em casa. Os dias se tornaram mais longos e é difícil colocar um ponto final ao encerrar o dia.

Estamos mais concentrados? Depende das situações com as quais lidamos no formato de “home-tudo”. Para algumas pessoas, o trabalho remoto foi sensacional, mas para outras têm sido bem desgastante, provando, uma vez mais, que uma solução única, com tanta diversidade de necessidades, sempre deixa a desejar. Bom mesmo é poder decidir em qual contexto nossa produtividade aumenta e optar por ele.

Mas quando a gente sai desse jeito já consolidado de ver as coisas, vem outra grande e linda oportunidade: medir a entrega.

## Controle e liberdade

Por que será que isso, que é o que importa no final das contas, parece ser mais difícil? Meu palpite é de gostamos muito de controlar. Ai, que delícia que é isso. Mas a gente controla apenas algumas coisas (a quantidade de horas trabalhadas, os dias por semana em que vamos fisicamente para o escritório, as ações executadas).

Medir sucesso, realizações e entregas é mais difícil. Isso ocorre porque a gente tem que dar liberdade. E isso incomoda. Difícil também porque é um exercício mais completo de planejamento, visão de futuro e de estabelecer “objetivos fim” e não “objetivos meio”.

Liberdade tem sido moeda cada vez mais valiosa e difícil de lidar. Exigirá de nós mais soft skills, um bom exercício de liderança, de empatia e de confiança.

Trabalho é uma responsabilidade, claro. Liberdade, então, é uma responsabilidade e meia. No entanto, vale cada minutinho desse exercício.
Quando tivermos mais foco no resultado final (e não nos controles rotineiros) a empresa tende a crescer de forma exponencial. As pessoas também.

Observação importante: acredito em processos, não em controles. Esses sempre aparecem quando há sujeira debaixo do tapete.

*Gostou do artigo da Viviane Mansi? Saiba mais sobre lideranças e relações de trabalho na pandemia assinando gratuitamente [nossas newsletters](https://www.revistahsm.com.br/newsletter) e escutando [nossos podcasts](https://www.revistahsm.com.br/podcasts) em sua plataforma de streaming favorita.*

Compartilhar:

__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.

Artigos relacionados

Passa conhecimento

Incluir intencionalmente ou excluir consequentemente?

A estreia da coluna “Papo Diverso”, este espaço que a Talento Incluir terá a partir de hoje na HSM Management, começa com um texto de sua CEO, Carolina Ignarra, neste dia 3/12, em que se trata do “Dia da Pessoa com Deficiência”, um marco necessário para continuarmos o enfrentamento das barreiras do capacitismo, que ainda existe cotidianamente em nossa sociedade.

Inovação, Empreendedorismo
Linhas de financiamento para inovação podem ser uma ferramenta essencial para impulsionar o crescimento das empresas sem comprometer sua saúde financeira, especialmente quando associadas a projetos que trazem eficiência, competitividade e pioneirismo ao setor

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Estratégia
Este texto é uma aula de Alan Souza, afinal, é preciso construir espaços saudáveis e que sejam possíveis para que a transformação ocorra. Aproveite a leitura!

Alan Souza

4 min de leitura
Liderança
como as virtudes de criatividade e eficiência, adaptabilidade e determinação, além da autorresponsabilidade, sensibilidade, generosidade e vulnerabilidade podem coexistir em um líder?

Lilian Cruz

4 min de leitura
Gestão de Pessoas, Liderança
As novas gerações estão redefinindo o conceito de sucesso no trabalho, priorizando propósito, bem-estar e flexibilidade, enquanto muitas empresas ainda lutam para se adaptar a essa mudança cultural profunda.

Daniel Campos Neto

4 min de leitura
ESG, Empreendedorismo
31/07/2024
O que as empresas podem fazer pelo meio ambiente e para colocar a sustentabilidade no centro da estratégia

Paula Nigro

3 min de leitura
ESG
Exercer a democracia cada vez mais se trata também de se impor na limitação de ideias que não façam sentido para um estado democrático por direito. Precisamos ser mais críticos e tomar cuidado com aquilo que buscamos para nos representar.
3 min de leitura
Empreendedorismo, ESG
01/01/2001
A maior parte do empreendedorismo brasileiro é feito por mulheres pretas e, mesmo assim, o crédito é majoritariamente dado às empresárias brancas. A que se deve essa diferença?
0 min de leitura
ESG, ESG, Diversidade
09/10/2050
Essa semana assistimos (atônitos!) a um CEO de uma empresa de educação postar, publicamente, sua visão sobre as mulheres.

Ana Flavia Martins

2 min de leitura
ESG
Em um mundo onde o lucro não pode mais ser o único objetivo, o Capitalismo Consciente surge como alternativa essencial para equilibrar pessoas, planeta e resultados financeiros.

Anna Luísa Beserra

3 min de leitura