Uncategorized

Métodos ágeis, casa de ferreiro, espeto de…

É diretor de desenvolvimento de negócios e parcerias da HSM Educação Executiva e foi head de relações internacionais da Fundação Dom Cabral.

Compartilhar:

Aqui na HSM, o contato com os maiores pensadores de gestão do Brasil e do mundo nos deixa quase sempre por dentro das tendências mais avançadas nessa área. É um privilégio, mas, de modo algum, é garantia de conseguirmos aplicar o aprendido em nosso dia a dia de empresa. Às vezes, conseguimos. Em outras, tentamos e falhamos. Em alguns casos, nem tentamos. 

De uns tempos para cá, temos nos esforçado para ser mais disciplinados nisso. Queremos que o espeto seja de aço inox na casa deste ferreiro. Por exemplo, decidimos mergulhar de cabeça nas metodologias ágeis e testar os resultados que elas oferecem – equipes multidisciplinares e horizontalizadas, reuniões mais curtas e objetivas, foco na resolução de problemas para o cliente, entre tantos outros. Assim, termos como OKRs, scrum, squads, sprints, design thinking e customer centricity têm sido recorrentes em nossa rotina. 

Não é fácil, confesso. Não basta ler um livro ou assistir a uma palestra sobre o assunto. Também não basta deixar o escritório cool, usar post-its coloridos e falar disso exaustivamente nas reuniões. Essas coisas importam, sim, mas, no final das contas, o alicerce de tudo é mudar o mindset das pessoas e da organização. E, na minha opinião agora balizada, tal mudança só ocorre quando testamos, erramos, aprendemos, corrigimos e tentamos de novo. 

Compartilho com o leitor lições que aprendi como líder ao participar da implantação do ágil aqui:

1. Deixe quem sabe fazer: a não ser que você tenha se aprofundado no assunto e queira botar a mão na massa, é melhor que especialistas rodem o processo pela primeira vez. Podem ser consultores externos que apoiam o time (e não fazem por eles)ou membros do time que já estudaram ou fizeram isso antes em outras empresas.

2.  Dê autonomia aos times: cuidado para não voltar à velha máxima de comando e controle. Se testar e errar são partes do processo, apoie os times permitindo erros honestos, fomentando a mensuração de resultados e o registro de aprendizados – e, claro, incentivando a continuidade do processo. Vaidade zero: deixe que as lideranças naturais aflorem. 

3. Esteja presente e lidere pelo exemplo: não seja aquele chefe que encomenda um trabalho e aparece dois meses depois para cobrar os resultados. Exagere na comunicação, chame as pessoas para rodas de conversa sobre o assunto, participe de algum squad, destaque as mudanças visíveis e invisíveis que começam a ocorrer. 

4. Celebre as conquistas grandes e pequenas: faça os times mostrarem seus resultados a outros líderes e a toda a organização. E festeje não só as conquistas, mas o envolvimento das pessoas; esse é um passo fundamental na mudança de mindset.

Temos um caminho longo e cheio de pedras a percorrer. Mas já vejo sinais. Os problemas atacados por grupos ágeis começam a roubar a cena daqueles enfrentados pelos métodos tradicionais. (Senti isso na pele outro dia, quando tive de falar de um processo tradicional logo após a apresentação de um dos grupos ágeis!) Pessoas inicialmente resistentes se juntam ao movimento. E, lá na frente, uma empresa mais leve e moderna nos espera.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura