Liderança

Muito mais que liderar: inspirar para transformar

Resiliência. Empatia. Cooperação. Nunca antes na história recente estas três palavras tiveram tanta força na condução dos negócios como agora. A pandemia trouxe inúmeros desafios, mas também derrubou algumas barreiras do mundo corporativo estimulando a criatividade e inovação, bem como ajustando o foco no que é realmente essencial.
Presidente Executiva do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica

Compartilhar:

As medidas de distanciamento físico e protocolos de saúde afetaram diretamente comportamentos sociais e impactaram significativamente os planos e finanças das companhias. Foi preciso responder rapidamente e, mais que isso, se reinventar. Evoluir para sobreviver diante deste cenário delicado e de tamanhas incertezas. Os reflexos são sentidos continuamente em toda a rede de sustentabilidade dos negócios, tanto do ponto de vista financeiro, social e ambiental.

O momento atual é de focar na eficiência das operações, mas, principalmente, como líderes abrir novas trilhas, mesmo que diante de um cenário ainda incerto. Lideranças mais visionárias, que estavam um passo à frente, assumiram a missão de se expor, correr riscos e conduzir suas equipes em novos caminhos, inspirando seus times a serem protagonistas e a não sucumbirem diante das turbulências.

## A reconstrução das corporações feita com muitas mãos

Há um novo mundo dos negócios em construção e engajar equipes tem que estar inserido em um planejamento amparado em três pilares: responsabilidade social e corporativa e inovação. São crises assim que revelam a importância do papel do gestor frente à sua equipe.

Não é apenas mostrar o caminho. É engajar, motivar, inspirar. É sustentar e reafirmar a relevância da cooperação entre áreas e das parcerias entre empresas e seus negócios nesta jornada desafiadora. É uma oportunidade ímpar de olhar cada um de forma diferenciada e estimular uma gestão que dê solidez à base de sustentação de qualquer empresa.

As transformações sociais e mercadológicas não dão mais espaço às lideranças excludentes. Investir numa cultura organizacional inclusiva é urgente e criar oportunidades palpáveis de desenvolvimento tão quanto.

Dar voz às pessoas é fundamental em todo o processo e nesse ponto destaco como é imprescindível alavancar a presença da mulher no mercado. Somar forças ao poder delas é investir na diversidade de ideias e em benefícios que vão muito além da representatividade, a igualdade de gênero gera ganhos na variação do pensamento estratégico, provoca desempenhos robustos e estimula potenciais.

## Números apontam para a urgência da pauta

Uma análise dos números do mercado dá forma ao senso de urgência provocado pela pandemia. Os [dados recém divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc)](https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9173-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-trimestral.html?edicao=27704&t=destaques) mostram que mais de sete milhões de mulheres precisaram abandonar suas jornadas na última quinzena de março, quando começou a quarentena. São dois milhões a mais que a quantidade de homens na mesma situação.

Há também o levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacando que em todo o mundo as mulheres ganham, em média, um quinto do salário dos homens – ainda que exerçam a mesma função e tenham as mesmas qualificações, “consequência de fatores como maternidade, emprego em setores mal remunerados e o peso dos estereótipos de gênero na hora da promoção”, aponta o balanço.

Esta lacuna, que vinha se estreitando, teve a velocidade afetada pela crise, e agora vamos precisar esperar mais de 70 anos para que a paridade de gênero seja uma realidade, segundo estimativa da ONU Mulheres – com base nas estatísticas que apontam que quando empresas enfrentam crise severas acabam reduzindo tamanho e a diversidade se torna secundária. Um favor ao retrocesso nos avanços que demos rumo ao protagonismo feminino.

## Momento ímpar de priorizar o valor e não o lucro

Na contramão desta realidade, companhias que valorizam a força da mulher ganham evidência. Recentemente, o instituto Great Place to Work ranqueou as melhores empresas brasileiras para as mulheres trabalharem e destacou o case do Grupo Sabin, com seu quadro funcional composto por mais de 77% de integrantes do sexo feminino, ocupando 74% dos cargos de liderança. São índices que chancelam a cultura organizacional, que promove a equidade e o protagonismo da mulher.

A empresa é também uma das investidoras da Women Entrepreneurship (WE), projeto que inspira o empreendedorismo feminino e motiva outras mulheres à frente de marcas e companhias com um acultura organizacional voltada à valorização da diversidade, da equidade e das conquistas em gestão de pessoas. Mais do que nunca, entregar valor ao ecossistema empresarial em que estamos inseridos, por meio de boas práticas, modelos ímpares de atuação é imprescindível.

O fato é que a pandemia do novo Coronavírus segue modificando as relações de trabalho e transformar a realidade das mulheres nestes nichos pode ser a chave para abrir as portas do sucesso neste ‘novo normal’.

Por isso, proponho uma reflexão sobre as palavras da líder global de network capabilities da Grant Thornton International Ltd, Francesca Lagerberg: “Se você tem na liderança de uma empresa grupos de pessoas com origem, cultura e gênero semelhantes, você está perdendo algo no mercado. É preciso diversidade para observar o mundo com uma visão mais ampla, que provavelmente reflete melhor seus clientes e os problemas e oportunidades com que se deparam”, finaliza.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

Saúde psicossocial é inclusão

Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura
Liderança
A liderança eficaz exige a superação de modelos ultrapassados e a adoção de um estilo que valorize autonomia, diversidade e tomada de decisão compartilhada. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para impulsionar resultados e construir equipes de alta performance.

Rubens Pimentel

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, emerge como força disruptiva que desafia o domínio das big techs ocidentais, propondo uma abordagem tecnológica mais acessível, descentralizada e eficiente. Desenvolvido com uma estratégia de baixo custo e alto desempenho, o modelo representa uma revolução que transcende aspectos meramente tecnológicos, impactando dinâmicas geopolíticas e econômicas globais.

Leandro Mattos

0 min de leitura
Empreendedorismo
País do sudeste asiático lidera o ranking educacional PISA, ao passo que o Brasil despencou da 51ª para a 65ª posição entre o início deste milênio e a segunda década, apostando em currículos focados em resolução de problemas, habilidades críticas e pensamento analítico, entre outros; resultado, desde então, tem sido um brutal impacto na produtividade das empresas

Marina Proença

5 min de leitura