Uncategorized

Na contramão das estatísticas: fui contratada grávida

Enquanto a taxa de desemprego afeta mais as mulheres do que os homens durante a pandemia, incluindo nesse grupo gestantes, algumas organizações mostram que é possível quebrar paradigmas e contratam grávidas. Juliana Moreira conta como foi passar por essa experiência.
Head de Marketing da Pegasystems na América Latina, tem mais de 13 anos de experiência liderando estratégias de marketing e comunicação para o mercado de tecnologia B2B.

Compartilhar:

Nos últimos dias, vi viralizar nas redes um post de uma mãe que, ao retornar da licença maternidade, perdeu seu emprego. Como uma “recém-mãe” de primeira viagem, retornando há alguns meses ao trabalho, aquilo me tocou profundamente. E, infelizmente, sei que essa mãe não está sozinha. Quase metade das mulheres ficam fora do mercado de trabalho nos 24 meses após o período de licença-maternidade, de acordo com uma [pesquisa](https://portal.fgv.br/think-tank/mulheres-perdem-trabalho-apos-terem-filhos) da FGV sobre o tema.

Na contramão das estatísticas, eu fui contratada grávida. E me sinto impulsionada a contar esta história para que outras mulheres, empresas e líderes vejam que é possível unir os mundos da maternidade e da carreira corporativa. Fico feliz também em ver recentes movimentos de companhias e fintechs promovendo campanhas e ações práticas que abordam o tema além do discurso bonito da diversidade.

Ter que escolher entre ambição profissional e a constituição de uma família sempre me pareceu cruel demais e, conforme eu avançava na carreira, tinha mais dúvidas de qual seria o momento certo para fazer tal escolha.

Eu me candidatei para a posição na Pegasystems, empresa global de TI, já gestante. O desafio da posição, o momento da companhia e as perspectivas de impactar o crescimento da empresa com meu trabalho me fizeram brilhar os olhos, mas, claro, aquelas dúvidas bem conhecidas também passaram pela minha cabeça. O não eu já tinha, baseado em todas as estatísticas e histórias ao meu redor, mas queria mesmo era o SIM. Principalmente depois de abrir para a companhia que eu estava gestante e perceber que minha candidatura seguiu normalmente. Foi aquele match com os valores da empresa e perspectivas profissionais que nem sempre acontece na nossa carreira, mas que acredito que devemos buscar sempre.

Comecei minha jornada na Pega grávida de cinco meses, feliz da vida por não ter que vivenciar o dilema de deixar de priorizar minha carreira por estar esperando minha primeira filha. Como head de Marketing, sinto que é também meu dever contar esta experiência positiva e apoiar outras mulheres para que sigam suas ambições profissionais e desejos maternos – ao mesmo tempo, se assim desejarem.

Hoje, com 11 meses de empresa, passei metade desse tempo de licença e, ao retornar, senti aquela mesma paixão e brilho nos olhos de quando iniciei. Trabalhar em uma empresa com a qual compartilho valores e com um time de líderes que me apoiaram, só me inspira a dar a minha melhor versão a cada dia.

Não pensem que é uma jornada fácil, mas sim, é possível. E sei que não podemos fechar os olhos para a realidade que ainda atinge a maioria de nós mulheres. Continuamos carecendo de mais representatividade em vários setores ainda considerados tipicamente masculinos, como o da Tecnologia. Mas não posso deixar de reforçar que me sinto privilegiada em poder contar essa história para minha filha quando ela crescer, para que esse caso seja, no futuro, mais regra do que exceção.

E gostaria, de coração, que esse meu relato chegasse até a profissional do post que mencionei no início e também a mais mulheres gestantes, empresas, líderes, mães profissionais ambiciosas. A transformação é um papel de todos nós.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Lifelong learning
19 de dezembro de 2025
Reaprender não é um luxo - é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Isabela Corrêa - Cofundadora da People Strat

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
18 de dezembro de 2025
Como a presença invisível da IA traz ganhos enormes de eficiência, mas também um risco de confiarmos em sistemas que ainda cometem erros e "alucinações"?

Rodrigo Cerveira - CMO da Vórtx e Cofundador do Strategy Studio

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de dezembro de 2025
Discurso de ownership transfere o peso do sucesso e do fracasso ao colaborador, sem oferecer as condições adequadas de estrutura, escuta e suporte emocional.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
16 de dezembro de 2025
A economia prateada deixou de ser nicho e se tornou força estratégica: consumidores 50+ movimentam trilhões e exigem experiências centradas em respeito, confiança e personalização.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de dezembro de 2025
Este artigo traz insights de um estudo global da Sodexo Brasil e fala sobre o poder de engajamento que traz a hospitalidade corporativa e como a falta dela pode impactar financeiramente empresas no mundo todo.

Hamilton Quirino - Vice-presidente de Operações da Sodexo

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura
Estratégia
10 de dezembro de 2025
Da Coreia à Inglaterra, da China ao Brasil. Como políticas públicas de design moldam competitividade, inovação e identidade econômica.

Rodrigo Magnago - CEO da RMagnago

17 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança