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Não adianta jurar o Uber de morte

__José Salibi Neto__ é cofundador da empresa de educação executiva HSM, palestrante, mentor de líderes e coautor dos livros Gestão do Amanhã, Código da Cultura, Estratégia Adaptativa e O Algoritmo da Vitória, entre outros. Lançará em maio pela editora Gente, em parceria com Sandro Magaldi, um livro sobre o motor do crescimento, que tem o JTBD como espinha dorsal.

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Eu não li a Divina Comédia, do Dante Aleghieri, admito, mas li sobre ela, como tantos de nós fizemos. E lembro que, em determinado trecho, para seguir adiante em sua jornada, Dante tem de enfrentar três feras que lhe parecem monstruosas: o leopardo, o leão e a loba. O Dossiê desta edição eu li, na expectativa de saber se e quando chegaremos a ter unicórnios entre nossas startups. 

O que descobri é que a jornada está bem melhor do que imaginávamos, com um ecossistema já funcional, mas também que há três feras a serem enfrentadas agora. Primeiro pensei: “Não bastam o custo Brasil e a crise, ainda tem isso”. Depois entendi que a crise tende a ajudar nosso empreendedorismo inovador, como aconteceu em outros países, e que, se as empresas estabelecidas forem parceiras, dará tudo certo. Como deu certo para Dante em sua jornada; ele passou à posteridade. 

Não deixe de conferir o Dossiê, portanto, e leia também a reportagem sobre a economia compartilhada. Por exemplo, recentemente soube da existência da empresa londrina Zopa, plataforma pela qual as pessoas emprestam dinheiro umas às outras sem a mediação de bancos. A Zopa fez sentido com as explicações de Robin Chase contidas nestas páginas, assim como o Uber e afins. Tudo é compartilhamento de capacidade ociosa. Entendi que essa economia não é moda passageira, não vai acabar. 

O Uber não vai acabar. Não há lei ou táxi que o fará acabar. Se acabar a empresa Uber, outra, parecida, surgirá. Os princípios econômicos é que estão mudando, como nossa matéria explica bem, e é melhor entendermos isso rápido do que devagar. Comece já a investigar que capacidade ociosa você tem em sua empresa. (Também não acho que a velha economia do táxi vá acabar, viu?! As duas economias coexistirão e, para a sorte dos consumidores, competirão.) A matéria da economia compartilhada e o dossiê das startups ainda deixam claro que nós não podemos ter uma abordagem estreita de só pensar na crise brasileira. Há uma crise bem maior em andamento, a de paradigma. Embora não use compulsivamente a palavra “crise”, HSM Management mostra o tempo todo como responder  às duas crises, com medidas muito práticas. (Confira o julgamento do pitch perfeito, a arte da subtração, o aprendizado do surfe e do mergulho, os cases Arteris, Gnatus-Dabi Atlante, Clube do Zero, Baram, Junior Board…) Por fim, quero concordar com nosso colunista Pedro Mandelli quando ele dá um recado ao líder: “Convoque seus soldados para a guerra”. Convoque, sim. Nós, da HSM, lutaremos cada batalha a seu lado.

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