“Luciano, estou há três anos na empresa sem nenhuma perspectiva de mudança. Eles não têm plano de carreira ou oferecem qualquer oportunidade de crescimento. O que fazer?”
É bem comum eu receber a questão acima dos meus leitores, vejo algo igual ou parecido quase todas as semanas. Crescer em nossas carreiras é normal e saudável. Aprendemos que temos que fazer esse trajeto. É o que nos motiva e traz uma sensação boa sobre como estamos evoluindo. Quando isso acontece, saímos da tal zona de conforto e, na maioria das vezes, somos jogados em um terreno desconhecido onde o aprendizado e novas experiências acontecem. É lá que nós queremos estar.
Entretanto, às vezes isso pode demorar ou não acontecer da forma que imaginamos. Quando ficamos estagnados, para usar as palavras do próprio leitor, é preciso ter ação e um plano para voltar aos trilhos. É aqui que vejo muita confusão. Afinal, quem é responsável pela minha carreira? Eu, meu chefe ou a empresa? A resposta vai ser curta e grossa: você e mais ninguém.
Sim, eu sei, em um mundo ideal todas as empresas teriam bons planos de carreira, transparência no processo, suporte pleno do time de recursos humanos e um grupo de liderança bem treinado para guiar os times na direção do crescimento. Infelizmente isso existe na maioria das empresas, é a realidade do nosso mercado.
Quando nos vemos nessa situação, é nossa a responsabilidade t[omar as rédeas de nossa carreira](https://www.revistahsm.com.br/post/como-equilibrar-desempenho-e-autocuidado-na-carreira) e fazer com que ela vá à direção correta. O contrário disso é ficar passivamente esperando, sabe-se lá quantos anos a mais, para que alguém venha ao resgate e tire você da apatia profissional. Espere sentado, isso não vai acontecer.
## Mexa-se!
Quando recebo esse questionamento, faço a minha clássica pergunta: o que você está fazendo a respeito disso? Geralmente as respostas são bem similares, e variam entre nada e quase nada. Se o emprego que você está não te oferece o que gostaria para o futuro de sua carreira, [você é responsável por mudar essa situação](https://www.revistahsm.com.br/post/os-tres-pilares-da-empregabilidade).
Lembro de um dos primeiros empregos que eu tive, em uma transportadora de valores. No começo dos meus vinte e poucos anos, eu trabalhava como assistente de vendas e adorava estar naquele mundo de planilhas, terno e gravata, ligações para clientes, problemas de todos os tipos a cada minuto. No dia a dia, sentia que eu gerava valor para os que estavam ao meu redor. Eu amava aquele ambiente.
Um dia, por causa de uma reorganização, a minha função foi encerrada e tive a opção de ir para a parte logística, longe dos escritórios que tanto curtia. Eu tinha duas opções: __(1)__ ficar e fazer algo que eu não gostava ou __(2)__ procurar uma nova oportunidade.
Escolhi a segunda opção. Sim, eu sei, nem todos têm o privilégio de sair de um emprego sem ter outro à vista e arriscar ficar algum tempo parado. Se esse for o seu caso – era o meu, mas arrisquei assim mesmo – comece a construir sua próxima oportunidade ainda trabalhando no seu emprego atual.
Faça cursos, estude inglês, comece a aplicar para alguns processos seletivos para testar sua empregabilidade e coloque energia e intenção na mudança. Acredito que o maior obstáculo para o nosso crescimento profissional não é a falta de oportunidade do local onde trabalhamos, mas a falta de nossa própria ação em criar a mudança quando essa é a realidade.
Quero fechar essa reflexão com a minha frase de abertura: não terceirize sua carreira. E, como diz o escritor Paulo Vieira, “tem poder quem age”. E você, já está agindo?
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