Editorial
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Neurotransmissores, experiência total e IA

A 157ª edição da HSM Management tem como tema principal a experiência total que as empresas oferecem às pessoas com que se relacionam, como prover boas experiências a clientes, funcionários e outros stakeholders

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Nunca se falou tanto em neurotransmissores como agora. Sem pretensão científica, eu diria que se trata daquelas substâncias químicas cerebrais responsáveis por passar informações entre um neurônio e outro, e que podem mandar mensagens inibitórias ou excitatórias – afetando bastante o comportamento humano, portanto.

É inegável que o impacto dos neurotransmissores em nossas vidas é uma descoberta extremamente relevante para os negócios, sobretudo em uma era em que a experiência das pessoas com as empresas define cada vez mais o sucesso ou o fracasso. E também em uma era marcada – quem sabe, moldada – pela inteligência artificial. Afinal, algoritmos podem induzir a produção de neurotransmissores, da maneira certa e/ou da maneira errada.

Inicio esta mensagem abordando neurotransmissores porque me parecem centrais a vários dos temas desta edição. Em primeiro lugar, são centrais em um *Dossiê* que trata da experiência total que as empresas oferecem às pessoas com que se relacionam. Prover boas experiências a clientes, funcionários e outros stakeholders significa, no limite, fazer com que esses indivíduos aumentem sua produção de oxitocina, não é? Algo que depende de método, de conhecimento das pessoas e do entendimento de um novo marketing condicionado por mercados físicos, digitais e sociais. Um estudo de caso específico como o da Tintas Iquine em CX (experiência dos clientes) e um estudo amplo sobre as diferenças de EX com trabalho híbrido ajudam a materializar rapidamente os conceitos e desafios que todos enfrentamos nesse front.

O objetivo de produzir oxitocina é um convite explícito – ou provocação – no caso da nossa entrevista exclusiva com o psicólogo Scott Sandland, cofundador da startup americana de IA Cyrano.ai, na seção *Contagem Regressiva*. Ele trabalha para que os sistemas de inteligência artificial pratiquem o que chama de “empatia artificial”, lendo o contexto e se adaptando a ele, a fim de ativar a oxitocina no interlocutor. (E não a viciante dopamina, que, como Anna Lembke nos ensina no livro *Nação Dopamina*, cria o paradoxo de que ser mais felizes nos deixará mais propensos à infelicidade).

Ainda há a pesquisa que __HSM Management__ realizou com a Chie Integrates sobre as percepções a respeito do futuro do trabalho, que é um prato cheio para executivos de recursos humanos conseguirem gerenciar a atual transição. E ajuda em estratégias para aumentar a produção de oxitocina e reduzir a de cortisol, por exemplo, que é associado ao estresse e à resistência à insulina.

Do mesmo modo, a edição 2023 da pesquisa que Talenses Group e Insper fazem sobre a liderança feminina no Brasil deixa claro que a sororidade entre líderes mulheres e suas lideradas é o que está produzindo os maiores avanços delas em posições de comando. Sororidade tem tudo a ver com oxitocina, concorda? (Agora, os homens ainda ficam devendo um apoio maior, porque os avanços são bem-vindos, mas continuam a ser insuficientes.)

Então, minha sugestão é que você aproveite esta edição para melhorar sua gestão entendendo as bases científicas do que está à mesa. Boa leitura!

*PS: Nós estamos aproveitando. Para acelerar. The Town Learning Journey é já em setembro e, no fim de novembro, esperamos 4 mil pessoas no HSM+.*

Artigo publicado na HSM Management nº 157.

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