Uncategorized

Nossa chance é o CSE, o engajamento corporação–startup

CEO e fundador do movimento 100 Open Startups, principal plataforma de conexão entre startups e grandes empresas no Brasil. Também é professor da FIA e vem da área de investimentos.

Compartilhar:

Surgem os primeiros levantamentos sobre o que se denomina “corporate startup engagement” (CSE), em que grandes empresas se abrem para o relacionamento com startups, e vice-versa, na busca por inovação. É uma revolução nos modelos de inovação e empreendedorismo, inclusive no Brasil. 

Baseados em um estudo com mais de 800 corporações e 4,5 mil startups, e mais de 3,2 mil contratos estabelecidos nos últimos três anos, vemos quatro grandes grupos de relacionamento:

**O relacionamento de posicionamento** aponta que as grandes empresas interagem com comunidades ou grupos de startups sem compromisso direto com seu negócio ou com o das startups. As companhias priorizam o fomento e o reconhecimento das oportunidades geradas pelas startups em troca da informação sobre projetos e iniciativas.

**Em relacionamentos de plataformas e parcerias**, as companhias se abrem para as startups utilizarem seus recursos, facilitando o desenvolvimento destas no modelo de parcerias ou como plataforma para startups. Como exemplo, a IBM aplica largamente o modelo de voucher de serviços e tecnologia no Brasil. Já a Accenture criou o Up Innovation Lab, facilitando o encontro de startups com seus clientes, enquanto a Matera Systems lançou um programa que oferece a fintechs a utilização de sua plataforma tecnológica  para que viabilizem seus produtos rapiamente e se tornem clientes ao captar investimento. 

**Já no grupo de relacionamentos de desenvolvimento de fornecedores**, as grandes empresas interagem com startups visando cultivar fornecedores novos e inovadores, seja para fazer atividades conjuntas de pesquisa e desenvolvimento (em que as grandes oferecem recursos para as equipes de startups criarem novos produtos que possam ser adquiridos ou utilizados por elas), seja por interesse em usar a tecnologia das startups em seus próprios produtos ou processos produtivos internos.

Nesse caso, destacam-se os programas de setores regulados, em especial o de energia, em que empresas como Cemig, Eletropaulo, Enel e Comgás utilizam recursos destinados a P&D para financiar projetos com startups. Há também iniciativas como a da Natura Startups, programa que conecta empreendedores com diretores e vice-presidentes executivos para que possam apresentar suas soluções e desenvolver projetos em parceria com a empresa, e o b.Connect, da BRF, que disponibiliza sua cadeia de valor buscando validar e testar essas soluções.

**Por fim, há o relacionamento de investimento em equity**, o mais profundo de todos, em que a grande empresa se torna sócia da startup. O nível de participação e controle pode variar bastante. Algumas empresas têm optado por usar fundos de investimento de gestoras independentes para participar do capital das empresas de forma indireta, como é o caso de Algar Ventures, Monsanto, Banco do Brasil e Microsoft, que investem via fundo BRStartups. Inovação nunca foi algo fácil. O Brasil nunca esteve à frente em termos de inovação. Agora, com a ação bem-sucedida desse ecossistema de CSE, e algum empurrão da crise, vemos pela primeira vez uma movimentação promissora.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de novembro de 2025
Incluir é mais do que contratar - é construir trajetórias. Sem estratégia, dados e cultura de cuidado, a inclusão de pessoas com deficiência segue sendo apenas discurso.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Liderança
5 de novembro de 2025
Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas - mas sim coragem para sustentar as perguntas certas. Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Angelina Bejgrowicz - Fundadora e CEO da AB – Global Connections

12 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
4 de novembro de 2025

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude

3 minutos min de leitura
Liderança
3 de novembro de 2025
Em um mundo cada vez mais automatizado, liderar com empatia, propósito e presença é o diferencial que transforma equipes, fortalece culturas e impulsiona resultados sustentáveis.

Carlos Alberto Matrone - Consultor de Projetos e Autor

7 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
1º de novembro de 2025
Aqueles que ignoram os “Agentes de IA” podem descobrir em breve que não foram passivos demais, só despreparados demais.

Atila Persici Filho - COO da Bolder

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
31 de outubro de 2025
Entenda como ataques silenciosos, como o ‘data poisoning’, podem comprometer sistemas de IA com apenas alguns dados contaminados - e por que a governança tecnológica precisa estar no centro das decisões de negócios.

Rodrigo Pereira - CEO da A3Data

6 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
30 de ouutubro de 2025
Abandonando o papel de “caçador de bugs” e se tornando um “arquiteto de testes”: o teste como uma função estratégica que molda o futuro do software

Eric Araújo - QA Engineer do CESAR

7 minutos min de leitura
Liderança
29 de outubro de 2025
O futuro da liderança não está no controle, mas na coragem de se autoconhecer - porque liderar os outros começa por liderar a si mesmo.

José Ricardo Claro Miranda - Diretor de Operações da Paschoalotto

2 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
28 de outubro 2025
A verdadeira virada digital não começa com tecnologia, mas com a coragem de abandonar velhos modelos mentais e repensar o papel das empresas como orquestradoras de ecossistemas.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)