Inovação

Novo fundo de investimento focado em agribusiness

Perspectiva de crescimento do setor abre oportunidades ainda inexploradas
Sandra Regina da Silva é colaboradora de HSM Management.

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Agrotechs e fintechs focadas em soluções para o agronegócio contam agora com um novo fundo de investimento. Trata-se da administradora de participações TechInvestor, a qual está com a primeira rodada de captação aberta. A meta é captar R$ 50 milhões no mercado. E a Viasoft, empresa fornecedora de soluções em software de gestão empresarial, investirá o mesmo valor que for captado.

A TechInvestor foi criada em dezembro de 2022 por Itamir Viola, fundador da Viasoft. Ele deixou o mais alto cargo da Viasoft, depois de 32 anos, para ser o CEO do novo fundo de investimento. Essa primeira rodada é experimental, até por isso o valor previsto é modesto. A escolha em focar no agronegócio é pelo know how que a Viasoft já detém nesse segmento. “A perspectiva futura do setor é muito forte. Ele vai continuar crescendo e precisará de tecnologias e inovações. Há muitas oportunidades não exploradas. E fintechs para o agronegócio, com soluções não tradicionais para levar serviços financeiros para o setor, é o pulo do gato”, acentua Viola.

O momento é excelente, em sua opinião, já que os altos juros – não só no Brasil, mas no mundo – beneficiam as operações financeiras, com o agribusiness despontando como uma boa oportunidade.

## Missões e desafios
São três os pilares target de atenção da TechInvestor. O primeiro, obviamente, é devolver rentabilidade aos investidores. O segundo é o perfil dos investidores. A nova empresa não pretende atrair grandes fundos e, sim, foca em investidores qualificados; ou seja, empreendedores do agronegócio para agregarem expertise às startups que serão investidas. O terceiro é focar em tecnologias que sirvam também para potencializar negócios.

Já entre os desafios que Viola prevê estão a insegurança jurídica e a falta de estabilidade do mercado brasileiro, o que por vezes assusta investidores e empreendedores. “O momento é delicado. O novo governo ainda não sinalizou de forma positiva neste início. E o que todos precisamos é não ter surpresas negativas, para não provocar medo que congele as iniciativas”, avalia ele.

## Novo ciclo de carreira
Essa é uma nova fase, tanto da carreira de Viola quanto da Viasoft. “Vejo como um upgrade natural. Foi uma transição bem pensada, preparada há bastante tempo”, avisa ele. Na Viasoft se mantém como chairman do conselho de administração. “Agora tenho mais tempo para me dedicar ao networking.”

Viola diz se sentir tranquilo, graças ao seu “segredo operacional”: ter bons CEOs em cada negócio – atualmente, além da Viasoft, há dez startups investidas – e ter bons processos. A relação com essas startups é intensa, mas o papel de Viola é ser conselheiro, e não operador.

Todas essas startups – entre elas, ControleNaMão, CargOn, Market4u, Inspecto Agri, Viasoft Pay, H1 – agregam valor ao business da Viasoft. Como são escolhidas? São três os critérios para investir em startup, avisa Viola. 1º) o perfil do empreendedor, o que é “peça-chave”, destaca ele; 2º) o racional do negócio (qual a solução, o mercado, precificação, concorrentes, além de ter que ser o negócio certo no momento certo); e 3º) o cross-sell (atuais clientes da Viasoft podem ser atendidos pela solução da startup e, consequentemente, a startup pode crescer).

Não é só investir, mas a Viasoft agrega com tecnologias, metodologias, mentoria, uso de serviços compartilhados. “Todos crescem”, completa Viola. São várias as atividades (na Viasoft, nas startups e agora no TechInvestor) que Viola abraça no dia a dia, mas ele não vê dificuldades. “Estou há 33 anos no mercado e me atualizo muito. Isso me ajuda a tomar boas decisões e a ajudar os CEOs em suas decisões.”

Ao deixar o cargo de CEO na Viasoft, em dezembro de 2022, a empresa passou por uma reestruturação interna. A maior parte das alocações foram internas, começando com Fábio Scabeni que assumiu como CEO – ele começou como estagiário há 16 anos chegando a vice-presidente comercial e de marketing, cargo que agora foi ocupado por Alan Rodolfo Tagliari, até então gerente nacional de negócios, diretor comercial e diretor de inteligência de mercado e competitividade, e assim por diante. “É positivo quando tira a peça de cima, porque gera toda uma movimentação interna. Ocorre uma reoxigenação”, avisa Viola.

Essas promoções não ocorreram da noite para o dia. “Todo líder na Viasoft tem que estar preparando alguém para ser seu sucessor; sempre!”, destaca o chairman do board. Paralelamente, a empresa fez contratações, como a de Natalia Festinalli como nova gerente de marketing – ela tem apenas 22 anos.

## Connect Week na Viasoft Experience
Outra novidade é a aquisição dos naming rights do espaço para eventos gerido pela Universidade Positivo, em Curitiba, onde a Viasoft já realizava seu evento anual de inovação, o Viasoft Connect. Pelo acordo, o espaço passa a se chamar Viasoft Experience. O investimento é de R$ 4,6 milhões por três anos.

Em 2023, o espaço vai sediar o Viasoft Connect de 21 a 23 de junho. Pela primeira vez ele estará inserido num evento maior, batizado de Connect Week (de 19 a 25 de junho), que vai reunir eventos de inovação de outras áreas, como gestão pública e startups, além do Summit, eventos culturais, entre outros. “Esses eventos serão realizados por parceiros. A nós cabe a gestão e curadoria da semana”, revela Iolanda Viola, diretora do Connect Week e do Viasoft Connect.

Além de servir como uma ferramenta de mídia e marketing, “o Viasoft Experience será um show-room de tecnologia, nossa e dos nossos parceiros, com mote em inovação. Queremos também aproximar a universidade das empresas, para que ela interaja com a sociedade empresarial”, avisa Viola. A ideia, portanto, é dar visibilidade ao hub de inovação acadêmica – inicialmente da Universidade Positivo e, depois, de outras universidades – integrando-o ao mercado corporativo.

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