Uncategorized

O Brasil entra na corrida do Grafeno

Centro de pesquisas sobre o grafeno, criado pela Universidade Mackenzie em São Paulo, pode evitar que o Brasil fique para trás nos estudos do material que deve substituir o silício e reinventar uma série de indústrias

Compartilhar:

Em meados de 2015, o Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologia, ou MackGrafe, ganhará sede própria. 

Ele funciona desde 2011 espalhado por vários laboratórios da Universidade Presbiteriana Mackenzie e recebe empresas interessadas em parcerias de pesquisa e desenvolvimento de produtos baseados no grafeno, material obtido do grafite com propriedades físico-químicas que interessam potencialmente vários setores industriais, como os eletrônico, de comunicações, automobilístico e aeronáutico. O MackGrafe está pondo o Brasil na corrida mundial pelo grafeno; por meio da parceria com o centro de pesquisas de grafeno da National University of Singapore, dirigido desde 2010 pelo físico brasileiro Antonio Helio de Castro Neto, vem acompanhando o que há de mais avançado na área. 

O grafeno ganhou impulso a partir de 2010, quando os físicos russos Andre Geim e Kostya Novoselov receberam o Prêmio Nobel de Física pelas pesquisas sobre o material, e boa parte do mundo disputa uma corrida para saber extraí-lo e manipulá-lo, como a União Europeia, que, para isso, criou um consórcio de universidades, empresas e centros de pesquisa de 17 países  –The Graphene Flagship–, com pelo menos 400 milhões de euros de orçamento até 2023. 

O professor e físico Thoroh de Souza, coordenador do MackGrafe, explica que o centro vai da pesquisa básica à produção de protótipos, além de fazer a ponte entre as empresas interessadas em transformar tais protótipos em produtos e os mecanismos de financiamento existentes. Só um dos projetos tem R$ 9,5 milhões de orçamento. “Nossos focos são fotônica, energia e compósito.” Segundo Souza, o maior desafio está na guerra dos países pelos cientistas, e o MackGrafe está recrutando-os homem a homem.

> **O ELEMENTO**
>
>
> Nós já o conhecemos: milhões de camadas dele formam o grafite dos lápis e lapiseiras que usamos. Mas só recentemente ele virou uma promessa de revolução na fabricação de produtos de alta tecnologia. Tem um conjunto invejável de propriedades: é extremamente forte, leve, flexível, ótimo condutor de eletricidade e quase totalmente transparente. 
>
> Melhor: é uma das formas do carbono encontradas livremente na natureza, o que pode torná-lo muito barato, desde que os cientistas descubram como manipulá-lo e produzi-lo em escala industrial. Estudo da University of Manchester prevê que os primeiros produtos baseados no grafeno, como telas touch screen de celulares e tablets, devem chegar ao mercado em 2015. Seu futuro pode estar em celulares flexíveis, que poderão ser enrolados como folha de papel; baterias com duração muito superior à das atuais e recarregadas mais rapidamente; automóveis e aviões feitos de materiais mais seguros, resistentes, leves e econômicos. Seus limites ainda não são conhecidos.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança
14 de novembro de 2025
Como dividir dúvidas, receios e decisões no topo?

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

2 minutos min de leitura
Sustentabilidade
13 de novembro de 2025
O protagonismo feminino se consolidou no movimento com a Carta das Mulheres para a COP30

Luiza Helena Trajano e Fabiana Peroni

5 min de leitura
ESG, Liderança
13 de novembro de 2025
Saiba o que há em comum entre o desengajamento de 79% da força de trabalho e um evento como a COP30

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
12 de novembro de 2025
Modernizar o prazo de validade com o conceito de “best before” é mais do que uma mudança técnica - é um avanço cultural que conecta o Brasil às práticas globais de consumo consciente, combate ao desperdício e construção de uma economia verde.

Lucas Infante - CEO da Food To Save

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, ESG
11 de novembro de 2025
Com a COP30, o turismo sustentável se consolida como vetor estratégico para o Brasil, unindo tecnologia, impacto social e preservação ambiental em uma nova era de desenvolvimento consciente.

André Veneziani - Vice-Presidente Comercial Brasil & América Latina da C-MORE Sustainability

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
10 de novembro de 2025
A arquitetura de software deixou de ser apenas técnica: hoje, ela é peça-chave para transformar estratégia em inovação real, conectando visão de negócio à entrega de valor com consistência, escalabilidade e impacto.

Diego Souza - Principal Technical Manager no CESAR, Dayvison Chaves - Gerente do Ambiente de Arquitetura e Inovação e Diego Ivo - Gerente Executivo do Hub de Inovação, ambos do BNB

8 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025
Investir em bem-estar é estratégico - e mensurável. Com dados, indicadores e integração aos OKRs, empresas transformam cuidado com corpo e mente em performance, retenção e vantagem competitiva.

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de novembro de 2025
Incluir é mais do que contratar - é construir trajetórias. Sem estratégia, dados e cultura de cuidado, a inclusão de pessoas com deficiência segue sendo apenas discurso.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Liderança
5 de novembro de 2025
Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas - mas sim coragem para sustentar as perguntas certas. Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Angelina Bejgrowicz - Fundadora e CEO da AB – Global Connections

12 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
4 de novembro de 2025
Na era da hiperconexão, encerrar o expediente virou um ato estratégico - porque produtividade sustentável exige pausas, limites e líderes que valorizam o tempo como ativo de saúde mental.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)